Depois que Robert e eu nos separamos, o sofrimento tomou conta de mim. Não conseguia passar um único dia sem me perguntar o que ele estava fazendo ou quem ele estava ou como ele estava. Eu sabia que a melhor opção era romper com o relacionamento, mas não sabia que iria doer tanto.
Nos primeiros dias, passei noites em claro chorando, sem comer, sem sair (a não ser para o trabalho) e sem sorrir. Era como se meu peito estivesse sendo esmagado constantemente por um peso imaginário.
Apesar de tudo ter durado apenas quatro meses, para mim pareceu como quatro décadas. Ninguém conversava comigo como ele, ninguém me fazia rir como ele e ninguém me beijava como ele.
Quando consegui enfrentar o luto das primeiras semanas "pós-término", passei a compor como louca, tentando, ao máximo possível, tirar a mente daquele maldito galã de olhos azuis.
Minhas músicas agora não eram mais tão românticas como antes, apesar de ainda terem um certo resquício de amor. Mas a maioria eram de término e sofrença. Bom... pelo menos o público gostava disso.
O número de ouvintes do meu single aumentava a cada dia, superando minhas expectativas. Isso me inspirava a me dedicar mais ainda à música. Jack já estava até cogitando a ideia de lançar um álbum.
No dia 05 de abril, às 20:34 da noite, eu estava largada no sofá de pijama comendo um pote inteiro de sorvete de creme enquanto concluía a minha 7ª composição, quando recebi uma ligação de Jack.— Alô. — Atendi com a boca cheia de sorvete.
— Você não vai acreditar!
— O que foi, Jack? — Dei um pulo.
— Vem aqui no estúdio que eu te conto!
— Já são quase 21:00, você devia tá em casa, não no estúdio, seu louco!
— É por uma boa causa, vem logo!
— Tá bom, eu já tô indo.
Troquei de roupa rapidamente e fui direto para o estúdio, o Uber demorou um pouco para chegar, pois o trânsito estava horrível e o motorista não era dos melhores. Eu precisava de um carro próprio urgentemente, o único problema era a grana.
Depois de quase uma hora dentro do carro, chegamos no destino. Entrei no estúdio correndo, com a curiosidade quase me sufocando. Eu queria saber logo o que Jack queria me dizer.
Todas as luzes estavam apagadas, era como se não tivesse ninguém lá. Então, com receio, abri a porta da sala de música devagar e, de repente, a luz acendeu. Várias pessoas pularam dizendo "supresa" e eu fiquei extremamente confusa.— É meu aniversário? — Perguntei para ter certeza. Apesar de que meu aniversário era só no mês que vem.
— É melhor que isso! — Jack falou trazendo um bolo com duas velas escrito "1M".
— O que é isso? O que quer dizer "1M"?
— Querida, você alcançou um milhão de ouvintes no Spotify essa semana!
— Que? — O sangue fugiu do meu rosto. Fiquei completamente pálida.
— Você entrou pro Top 50 nos Estados Unidos em apenas um mês! Se continuar assim, você pode entrar no Top 10 até o fim do ano! — O produtor sorriu.
— Meu Deus! Mas como isso aconteceu?
— Sua música tá fazendo sucesso no Tik Tok, Instagram, Facebook... todas as redes sociais! Já virou até trend!
— Trend? Como assim? Deixa eu ver!
Ele me deu seu celular, com o app do Tik Tok aberto e vi a influência que minha música ganhou. Milhares de pessoas a usaram para uma nova trend chamada "Meu namorado Golden Retriever". Simplesmente, a maioria dos vídeos, eram caras sendo fofos e amoros com suas namoradas.
Bom... quando eu escrevi essa música eu também achei que meu parceiro era um "Golden Retriever", mas atualmente eu o considerava mais como um "Gato preto". Insensível, egoísta e mentiroso.
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I chose you // Eu escolho você
FanfictionRebeca é uma jovem brasileira de 22 anos que se muda para Los Angeles com um único objetivo de fazer intercâmbio. Já Robert, é um ator famoso de 37 anos bastante frustrado com sua vida amorosa. Os dois vivem realidades completamente diferentes, ma...