Capítulo 06: Minha escolhida

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  Hoje era o primeiro dia de Henry na creche. Eu o matriculei na Little Star Pre-School, por indicação dos meus amigos que também eram pais. Apesar da instituição ser bastante renomada em Los Angeles, eu ainda tinha um pouco de receio de largá-lo ali sozinho por uma manhã inteira. Ele era muito bebê.
  Mas Suki havia saído em turnê pelos EUA e eu precisava trabalhar. María não dava conta de limpar a casa e ainda cuidar de Henry, eu compreendia que era serviço demais para uma senhora da idade dela. Então a única solução era colocá-lo na creche.

— Bom dia, senhor Pattinson. — Uma garota me cumprimentou na recepção. Devia ter por volta de uns 25 anos. — Me chamo Lana, tudo bem?

— Tudo. — Apertei a mão da moça.

— Eu sou a professora da turminha de berçário.

— Muito prazer.

— Esse é o pequeno Henry? — Ela se abaixou, tentando conquistar a confiança dele. — Oi, fofinho.

— Diga "oi" pra tia, filho. — Instiguei, mas Henry continuou escondido atrás da minha perna. — Ele tá meio tímido hoje.

— Tá tudo bem, as crianças ficam assim no primeiro dia mesmo. Quantos anos ele tem mesmo?

— Ele tem um ano e sete meses.

— Ah, você já é um rapazinho. — Lana sorriu para o meu filho. — Quer vir brincar com as outras crianças?

Henry adorava brincar, porém ele não aceitou ir com a professora. Pelo contrário, ele se atracou ainda mais na minha perna e depois me pediu colo.

— Ele é bastante apegado com você, não é? — Ela olhou para nós dois, percebendo de imediato o vínculo.

— É.

— Você pode entrar na salinha com ele, se quiser. Pra que ele se sinta um pouco mais seguro.

— Claro, eu quero sim.

Com Henry em meu colo, segui a moça pelo corredor da creche até entrar em uma pequena sala cheia de crianças da idade do meu filho. Deviam ter umas 10 ali e eu fiquei logo imaginando mil coisas.
E se um daqueles bebês estivesse doente e transmitisse pro Henry? E se algum deles lhe batesse ou lhe mordesse? Poderiam acontecer várias coisas com o meu filho assim que eu virasse as costas.

— Bom, é hora de se despedir. — A professora falou tomando meu filho de mim. — Dê "tchau" pro papai.

Henry ficou com os olhinhos marejados e fez um biquinho de choro, mas não fez nenhum escândalo. Mesmo assim, aquela sua carinha partiu meu coração. Quem dera eu não precisasse trabalhar...
Sem olhar para trás, para não me arrepender, deixei Henry na salinha com a professora e as crianças e caminhei com pressa até o meu Tesla. Eu já estava atrasado para a reunião da Dior.
Hoje iria ter a apresentação do novo embaixador ou embaixadora, que eu ainda não sabia quem era. Estive tão atolado de trabalho nos últimos dias que nem li os e-mails detalhados sobre dessa reunião.
Quando cheguei no prédio, imediatamente corri até o elevador e pressionei o botão para chegar ao trigésimo andar. Enquanto subia, me olhei no espelho do elevador e ajeitei minha gravata, tentando parecer o mais apresentável possível. Eu sempre levei as reuniões da Dior muito a sério.
  Assim que parei no andar desejado, dei passadas largas até a grande sala que havia no fim do corredor, onde já acontecia a reunião. Todos estavam sentados nos seus devidos lugares em torno da mesa oval de mogno, apenas me aguardando.
  O sangue fugiu do meu corpo quando vi um rosto familiar no meio dos meus colegas de trabalho. Sim, era ela, não tinha como confundir. Era o mesmo rosto que me perseguia em sonhos a meses.

  — Que demora, hein. — O CEO da marca reclamou.

  — Desculpa, o trânsito tava horrível. — Respondi me sentando de frente para ela.

I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora