Capítulo 18: Corda bamba

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  No sábado, dia 03 de março, Robert e eu pegamos o voo da madrugada para ir para Nova Iorque. Saímos de jatinho de Los Angeles às 05:45 da manhã e chegamos em N.Y ao meio dia. Fazia 5°C na cidade.
Saímos do avião com nossas malas de mão e ficamos aguardando o motorista chegar na porta do aeroporto. O lugar estava meio cheio, algumas pessoas reconheceram Robert e tiraram fotos discretas dele pelos seus smartphones. Não demorou muito para que paparazzis começassem a aparecer também.
Ele, com raiva, ficou escondendo o rosto debaixo do seu boné. A pé dele batia no chão em um ritmo muito rápido, ele com certeza estava ansioso.

— Caralho, marquei com o motorista exatamente ao meio dia! Já tá a vinte minutos atrasado! — Robert falou com fúria.

— Ei, calma... deve ter tido algum imprevisto. — Alisei seu braço, tentando tranquilizá-lo.

— Vamos evitar contato físico. — Ele deu um passo para o lado, afastando-se de mim. — Não quero que vaze alguma coisa na mídia a respeito de nós.

— E que problema teria isso? Estamos juntos, não é? Uma hora ou outra a mídia vai saber.

— Eu não quero que saibam.

— Isso por acaso tem a ver com aquela história de todo mundo te achar velho demais pra mim? Você quer se poupar de ser "cancelado" nas redes sociais? — Rolei os olhos.

— Mas que porra, Rebeca! De novo essa conversa?

— Olha o respeito, Robert! Não te dou abertura pra você ficar falando assim comigo! — Apontei meu dedo indicador na sua cara.

— É que essa história já tá cansativa.

— Tudo bem, não falamos mais sobre isso. — Levantei as mãos, desistindo de continuar batendo naquela tecla.

O motorista chegou e Robert saiu disparado como uma bala na frente, eu fiquei para trás carregando a mala sozinha. Aquilo me deixou brava em um primeiro momento, mas não era bom discutirmos em plena viagem.
Eu amava o Robert, mas ao mesmo tempo algumas das suas atitudes me faziam sofrer, como o fato de o tempo todo parecer que ele tinha vergonha de estar comigo. Talvez eu estivesse muito neurada desde o dia que fui apresentada aos amigos dele... ou talvez não.
Mesmo assim, eu ainda queria acreditar que aquela fase iria passar. Que ele deixaria essas diferenças de lado, me pediria em namoro e tudo ficaria bem. Apesar de a cada dia minhas esperanças ficassem mais escassas.
Nós éramos muito apaixonados um pelo outro, porém não era só a paixão que sustentava relacionamento. Se a gente não brigasse tanto, talvez eu me sentiria mais segura nesse relacionamento.
Quando chegamos no hotel, Robert fez o check-in da nossa reserva e depois pegamos o elevador para subir até o quarto, que ficava no 25° andar, a cobertura do prédio. Assim que passamos o cartão na porta, largamos nossas malas perto da cama e tiramos nossos casacos.

— Vai me ignorar até quando? — Robert perguntou com o cenho franzido. — Você tá sem falar comigo desde que saímos do aeroporto.

— Até você se tocar que você age como um babaca quando estamos perto de outras pessoas.

— Você sabe que eu fico irritado com esses paparazzis. Odeio aparecer.

— Odeia aparecer ou odeia aparecer comigo? Porque sinceramente, você não agia desse jeito com as suas ex-namoradas.

— Só não quero que fiquem especulando nada sobre nós dois. — Ele deu de ombros.

— Nem sei porque eu ainda fico me desgastando com esse assunto.

— Desculpa se você ficou chateada. Eu não quis ser grosseiro. — Robert pegou minhas mãos e as beijou.

— Você sempre acha que só pedir "desculpa" resolve. Quem garante que quando aparecer outros paparazzis você não vai agir assim de novo?

I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora