Capítulo 08: Minha resposta é sim

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Passaram-se exatamente treze dias desde que Robert me chamou para sair e eu ainda não tinha dado uma resposta. Eu estava com muitas dúvidas. Eu poderia dizer "sim" e esperar para ver no que ia dar, contando com a possibilidade de quebrar a cara. Ou eu poderia dizer "não" e talvez me arrepender pelo resto da vida.
A melhor forma de acabar com aquela dúvida era desabafando com alguém sobre esse assunto. Não pensei em ninguém melhor que Ana. Então, depois de deixar Scarlett na escola, marquei de encontrá-la no parque às 9:00.
Combinamos de fazer uma caminhada, bater um papo e depois tomar um café até dar a hora de eu ir buscar a Scarlett no colégio.

— E aí, garota. — Ela me deu um abraço quando nos encontramos.

— Oi, Ana.

— Pronta pra dar a volta no parque? Tomei até um pré-treino antes de vir, tá quase saindo fumaça da minha cabeça!

— Claro, vamos.

Começamos a caminhar em um ritmo acelerado, mas não tão acelerado que nos impedisse de conversar.

— Tô com um dilema na cabeça. — Falei.

— O que foi?

— Robert me chamou pra um encontro.

Na mesma hora, ela interrompeu a caminhada e ficou me encarando com os olhos arregalados de surpresa. Ana precisou piscar algumas vezes antes de dizer qualquer coisa.

— Ele o que?

— Não sei o que fazer, Ana, me ajuda. — Apoiei a mão na testa.

— Como você não sabe o que fazer, garota? Diga "sim"!

— Mas se eu disser "sim" e me arrepender?

— Se você disser "não", nunca mais falo com você.

— Tô tão em dúvida. — Me sentei em um banco de madeira que havia ali perto.

— Dúvida de quê, mulher? Vai mesmo negar aquele galã?

— Sei lá. — Bufei.

Ana se sentou ao meu lado e ficou observando para o lago em nossa frente, mas ela não estava apreciando a visão, ela estava provavelmente pensando em algo.

— Vou te contar um segredo e eu quero que jure que não vai ficar com raiva de mim.

— Por que eu ficaria com raiva de você?

— Você jura?

— Tá, eu juro. Agora conta.

— Dois anos depois que eu abri o pub, em 2018, o Robert começou a frequentar bastante lá. Quando eu vi aquele rostinho de anjo atravessando a minha porta, fiquei completamente derretida por ele. O cara é lindo, não tem como mulher alguma ficar imune aos encantos dele.

Aquilo me deu uma pontada de ciúmes, mas não pude negar que ela estava certa. Todas as mulheres são loucas por ele.

— Até que um dia eu criei coragem e dei em cima dele... — Ana disse devagar, com medo da minha reação.

— E então? — Perguntei, sem saber se eu queria ouvir o fim daquela história.

— A gente ficou durante um tempo, mas não foi nada sério e, atualmente, eu não sinto mais nenhuma atração por ele.

— Por que não ficaram juntos?

— Ah... na época ele não queria namorar, ele tinha acabado de terminar um noivado, e eu também não tava afim de nada sério. Mas o ponto é: mesmo a gente tendo ficado, o Robert nunca olhou pra mim como eu vi ele te olhar naquele dia do karaokê.

I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora