Capítulo 02: Estou decidido

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  Henry, meu filho, já estava com um ano e seis meses de idade. Esse garotinho foi uma das minhas maiores alegrias. Ele fez minha vida ter mais cor, mais leveza e mais alegria. Graças a ele, eu consegui largar as drogas, voltar a ter vontade de atuar e me tornar uma pessoa melhor.
  Eu também era bem mais paciente com a Suki agora, apesar de ela não ter mudado seu comportamento. Mas como ela era mãe do meu filho e eu sentia um carinho enorme por ela, aprendi a lidar com seu jeito de ser. Nós até que estávamos começando a nos entender, é claro que às vezes nós discutíamos por alguma besteira, porém era algo bem sazonal. Pode-se dizer que, em um contexto geral, tudo ia perfeitamente bem na minha vida.

— Você quer voar, garotão? — Perguntei para o meu filho enquanto ele estava no meu colo. Estávamos brincando na piscina de casa.

Quelo! — O pequeno Henry me respondeu sorrindo.

— Então se prepare, vamos iniciar a decolagem em 3... 2... 1!

Atirei meu filho para o alto, fazendo ele soltar aquela gargalhada gostosa de bebê, e depois lhe segurei antes que afundasse na água. Ele ria incontrolavelmente, e eu também ria junto.

— Você gosta da bagunça, não é, garoto? — Lhe dei um abraço apertado.

Xim!

— Robert! — Suki gritou na varanda que tinha vista para a área da piscina. — já chega de piscina, o Henry tem que ir pro chuveiro!

— Mas ele tá tão alegre aqui... daqui a pouco eu subo com ele. — Dei um choramingo, tentando convencê-la a nos deixar ficar mais tempo na água.

— Não, Robert, eu quero que ele suba agora!

— Ouviu a sua mãe, né, Henry? Hora do banho agora.

Nhaum, papá... — Ele resmungou.

— Sim, filho, não podemos desobedecer a mamãe. A María vai lhe dar banho pra você ficar cheirosinho pra ver a vovó que já tá chegando.

  Tirei Henry da água e, segurando sua mão, levei-o até María, que já lhe aguardava com sua toalha estampada de dinossauro. Depois fui para o meu quarto para tomar uma ducha e tirar todo o cloro da piscina do meu corpo.
  Suki estava sentada na cama, amarrando o cadarço do seu tênis. Ela estava vestida com roupa de treino.

  — Aonde você vai? — Perguntei.

  — Vou pro pilates. — Suki deu de ombros.

  — Pilates? Você sabe que minha família vai chegar daqui a alguns minutos, né?

  — Eu sei. — Ela arqueou a sobrancelha. — E daí?

  — E daí que é meio chato eles fazerem uma viagem de quase 12 horas de avião pra chegarem aqui e você não recebê-los por causa de uma mera sessão de pilates. — Rebati cruzando os braços.

  — Ai, Robert, o que tem demais nisso? Tenho certeza que eles não vão se importar. E outra coisa, você sabe que eu não gosto de faltar o meu pilates.

  Suki, poucos dias depois que o nosso bebê nasceu, ficou extremamente complexada com o seu corpo. Isso a fez ficar um pote de chatice durante meses. Ela odiava ficar flácida. Por causa disso, todo dia ela inventava de fazer algum exercício para emagrecer e voltar a ter seu corpo de antes.

  — Se você acha isso... tudo bem. — Não quis discutir. — Bom treino.

  — Obrigada. — Ela me deu um beijo seco. — Ah, vou precisar do seu cartão.

  — Pra que?

  — Depois do pilates, vou dar uma passadinha no shopping. Quero comprar umas roupas novas.

I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora