Capítulo 3

137 16 6
                                    

Capítulo 3.

...

fui deixada no apartamento de meus amigos em segurança por arthur.

ele e pedro mantiveram um silêncio respeitoso durante o trajeto, me confortando da melhor forma.

bárbara me abraçou chorando comigo.

"acabou bárbara, acabou!". desacreditada, falei.

recompostas, voltamos à atenção aos dois homens que observavam a cena.

"ô meu deus como eu sou burra, nem ofereci nada para vocês quando chegaram!". limpando as lágrimas com uma das mãos, bárbara exclamou.

"não se preocupe, eu entendo". esclareceu arthur.

"aguardem aqui por favor, vou preparar um café e não aceito não como resposta". sem dar a chance de arthur retrucar, bárbara se retirou.

"você tá bem?". depois de limpar a garganta, arthur questionou.

"sim, obrigada". "o senhor não faz ideia do quanto me ajudou!".

"você vai ter que desaprender a me chamar de senhor". disse mantendo os olhos fixados em mim.

"é costume". justifiquei.

adriano deu boa noite aos dois homens, iniciando uma conversa fluida com pedro.

os dois pareciam amigos de infância se reencontrando, especialmente quando descobriram que partilhavam a torcida pelo mesmo time.

Adriano colocou os pés no sofá que dividia com pedro, tagarelando por minutos intermináveis com ele a respeito do campeonato brasileiro e outras futilidades

"há quanto tempo ele trabalha com você?". fiz minha primeira tentativa de iniciar um assunto aleatório.

"conheço os pais do pedro há algum tempo, ele precisava de ajuda para pagar a faculdade e começou a trabalhar comigo quando tinha 18 anos". "está comigo há 4 anos".

nossos olhos se voltaram ao rapaz.

os cabelos lisos eram castanhos, os olhos negros.

"ele é eufórico assim todo dia?". aquela foi a primeira vez que ouvi uma risada de arthur.

até o motorista olhou para ele como se tivesse visto um fantasma!.

"sim, geralmente sim". em uma tentativa inútil de retomar a postura séria, esclareceu minha dúvida.

"adriano, se você não tirar as suas lindas patinhas de cima do meu sofá limpinho, eu pego uma faca na cozinha e arranco os seus dedinhos tá bom?". determinou bárbara.

a ruiva de olhos verdes colocou um sorrisinho falso no rosto, trazendo a bandeja com as xícaras de café.

"vou dizer uma coisa, não é bom confiar em pessoas que não gostam de café". pedro quebrou o silêncio iniciado alguns minutos antes.

"concordo plenamente com você!". ele sorriu para mim.

arthur foi o único entre nós que permaneceu em silêncio, degustando o café e ouvindo a conversa animada das outras pessoas na sala.

...

a notícia do casamento se espalhou como pólvora na empresa.

fui impedida por arthur de trabalhar nas semanas seguintes, as represálias viriam.

fizemos todo o processo do casamento, desde a procura incessante pela minha documentação original até a conclusão do processo.

tudo ia na maior tranquilidade, até que, um dia antes do casamento recebi uma visita inesperada.

Fé e segredos.Onde histórias criam vida. Descubra agora