Capítulo 6

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Capítulo 6.

...

"podemos ir?". as palavras de arthur me fizeram voltar à realidade.

meus olhos se mantiveram fixos nele por alguns instantes, tentando imaginar o que se passava em sua mente.

"ficou bom?". desfilei com meu vestidinho rosa e a sapatilha preta, tentando nos fazer sentir mais à vontade um perto do outro.

ele me respondeu com um sorriso, pegando minha mão e me conduzindo até o carro.

ocupamos o veículo, me surpreendi ao ver pedro ouvindo um louvor no som do carro.

Ao notar nossa entrada, ele diminuiu o volume.

"pode deixar pedro, não tem problema não". arthur tomou iniciativa.

os olhos do motorista estavam visivelmente marejados, enquanto aline barros entoava o refrão de jeová jiré.

"cristão?".

"afastado, eu sei, a vergonha na cara mandou lembranças". pedro brincou.

"dá para ver que você é uma ovelha desgarrada que sente falta do aprisco". arthur nos observava enquanto conversavamos.

"eu sinto muita falta sim, mas esse hino tem um significado muito forte para mim". "um amigo meu adoeceu, ficou entre a vida e a morte durante algum tempo e eu desesperado aceitei um dos mil convites da minha mãe para ir no culto". "os jovens cantaram esse hino, enquanto eu fiz minha primeira oração em anos". "deus me ouviu e hoje essa pessoa está viva".

"glória a deus!". glorifiquei em voz baixa. "você não fez aquelas promessas de que se seu amigo se recuperasse você voltaria para a igreja né?". pedro sufocou a gargalhada.

"então, né?". gargalhei alto.

"pedro, vigia com essas promessas que tu faz homem!". "alguém tem que avisar para essa criatura desavisada que pode ir de arrasta por culpa do amiguinho maluco que foi prometer para deus a vida de um amigo em troca da conversão". pela segunda vez, pude ouvir arthur rindo de alguma coisa.

"brincadeira errada pedro!". sorrindo, arthur repreendeu.

"não gente, relaxa, um dia eu cumpro a promessa". a seriedade em suas palavras não foi suficiente para mudar o clima.

"já sabe, mantenha uma relação profissional com o pedro porque ele não dá muito valor às amizades dele". brinquei com arthur.

Pedro e eu cantamos juntos o louvor me leva para casa durante o resto do trajeto.

arthur e eu demos as mãos, enquanto seu olhar intenso me analisava.

"sua voz é linda!". "acho que nunca ouvi nada igual!". meu rosto corou instantaneamente.

"eu dou os créditos a quem me deu o dom diariamente, os elogios tem que ser para ele que me criou". certa de que o maior evangelismo são as nossas ações, deixei clara minha fé.

Mesmo diante disso não tinha noção do impacto que minhas palavras e ações provocavam.

"a melhor maneira de enxergarmos a perfeição de deus é na criação dele". artur acrescentou.

"você já frequentou ou frequenta a igreja?". passei minhas mãos levemente pelas suas, fazendo a comparação do tamanho.

"eu já combinei com a mônica várias vezes de acompanhar ela e o marido, mas sempre dá errado".

""se você quiser ir comigo qualquer dia desses nós podemos ir". sugeri.

consegui fazer uma leitura labial enquanto pedro pronunciava um inaudível eu disse.

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