Capítulo 20

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Capítulo 20.

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valentim abdicou do descanso mais do que merecido para estar comigo no hospital, assim que foi comunicado.

paulino, com sua paternidade um tanto torta, também decidiu se fazer presente.

"eu decidi mandar a lucrécia para um apartamento, não vou deixar ela sozinha, por pior que seja é minha sobrinha e também sofreu muito com essa história toda". "encaminhei ela para um psiquiatra, você está certa, ela não está bem de saúde há muito tempo, por isso também vou contratar uma enfermeira para cuidar dela em casa". ele explicou.

"antes de desmaiar ele falou da mãe, tá tão machucado, sofrendo tanto com tudo isso!". meu desespero era evidente.

pedro, vanda, minha mãe e meu padrasto também foram ao hospital, adriano fez questão de chamar bárbara para me acompanhar.

"alicia ficou lá em casa, disse que vai me ligar se passar mal, me falou para vir aqui ficar com você porque você precisa mais de mim do que ela agora". "você teve alguma notícia dele?". mamãe me abraçou.

"até agora nada, a última coisa que eu ouvi antes de levarem ele, foi que era para estabilizar pois teve uma parada cardíaca". meu relato provocou uma preocupação coletiva.

Arthur era conhecido naquele hospital desde o primeiro dia de vida, seu médico foi comunicado imediatamente.

era um homem um tanto rígido com a saúde dos pacientes, gostava de saber dos procedimentos feitos.

De acordo com arthur, dr bernardo se preocupou mais com a depressão que teve anos antes do que a própria família.

fazia questão de manter contato até mesmo com a psicóloga dele.

"eu precisei aplicar morfina, as dores estavam muito fortes e resolvi colocar ele para uma reposição de oxigênio através de um tubo, teve duas paradas cardíacas". ele anunciou. "abigail, depois você me conta o que ele teve, a estabilidade emocional dele é crucial para o melhor desempenho do tratamento". "ele precisa manter uma alimentação regular e para se manter alimentado, se hidratar, tomar os remédios e permanecer se cuidando durante a vida inteira precisa estar bem emocionalmente". ele me avisou.

"doutor, eu posso ver ele?".

"a senhora quer um conselho?". "vá para casa, descanse, volte amanhã, ele vai estar consciente e vai precisar muito de você". extremamente solícito e compreensivo com o meu estado, julgando pelos curativos que eu tinha no braço por causa dos cortes, sugeriu.

"mas doutor, ele vai ficar sozinho?".

"ele vai ficar em observação, a senhora vai ajudar mais indo para casa, descansando e estando aqui amanhã para cuidar dele depois de ter recuperado as forças, do que ficar aqui e tentar dormir naquele corredor esperando por notícias que não vão chegar, eu não deixaria ele aqui, não pediria para a senhora ir embora se não soubesse do que estou falando". "para cuidar de quem amamos dona abigail, a gente precisa estar bem primeiro".

eu não parava de pensar que ele havia cuidado de mim sem estar bem antes.

Eu não tinha nenhuma outra escolha além de concordar com o médico e ir para casa.

meus amigos e parentes não me permitiriam passar a noite inteira lá, e nem o próprio arthur quando soubesse na manhã seguinte ficaria feliz com isso.

a polícia conseguiu recuperar a carteira de arthur com seus documentos, nossos celulares .

o carro iria para o conserto no dia seguinte.

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