Epílogo

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Epílogo.

...

estávamos prestes a completar nosso segundo ano de casamento quando mateus nasceu.

pela condição genética de arthur, consultamos um médico sobre como deveríamos proceder caso herdasse a anemia.

meu marido estava só os nervos de tanta preocupação.

foram meses e mais meses zelando pela vida do matheuzinho, até o dia do parto.

paulino decidiu vender aquela mansão, palco de tantas tragédias.

com o dinheiro, comprou duas casas no mesmo quarteirão, dando uma delas de presente para mim e arthur.

não Era tão luxuosa quanto a mansão, mas consideravelmente grande para apenas três pessoas.

ele insistiu, dizendo que também seria bom para valentim estar perto do filho, da nora e do neto.

arthur presenteou minha irmã com o apartamento onde moravamos.

ester ganhou um quarto em nossa casa para passar alguns fins de semana.

eu e arthur levamos a sério o termo cuidar da ester estávamos literalmente cuidando.

minha irmã aproveitou a ajuda que tinha para estudar, arranjou um emprego como recepcionista.

até hoje essa rotina segue.

Ester fica um final de semana com a mãe e outro conosco.

eu como sempre tive medo de dores fortes, optei por uma cesariana.

foi engraçado ver arthur tentando montar a cadeirinha antes de irmos ao hospital.

"tá difícil a batalha aí?". perguntei rindo.

"o adriano disse que conseguiu montar a cadeirinha da drika de primeira, e eu aqui, passando prova". a filha de bárbara e adriano havia nascido dois dias antes.

"você e o adriano precisam parar com essa competição ridícula de quem vai ser o melhor pai, é muito infantil!". tentei sufocar a gargalhada.

"abigail, não me desconcentra por favor!". "o bendito desse manual tem que me ajudar agora!". não sabia se ele falava com a cadeirinha, com o manual de instruções ou comigo.

"glória a deus pela vida do meu sogro que montou o berço!". provoquei.

"eu tô quase ligando para o seu sogro e pedindo para ele vir aqui!".

"ele tá trabalhando arthur".

"e daí?". "o trabalho dele de fotógrafo é mais importante que o filho?".

"ai meu pai eterno, a cada dia que passa ele fica pior!". resmunguei.

"você disse alguma coisa?".

"não arthur, eu não disse nada, não quero tirar sua concentração".

ele levou alguns minutos para conseguir montar a cadeirinha, eu observava tudo orgulhosa.

"tá vendo?". "nem foi tão difícil assim!". "tudo que você precisa é ter paciência, você fica ansioso e acaba não conseguindo fazer as coisas". censurei enquanto ele me ajudava a entrar.

"eu fico com medo de errar abigail, eu quero ser um bom pai, eu quero que esteja tudo lindo para quando ele vier". disse depois de ocupar o lado do motorista.

"você vai ser um ótimo pai meu amor, aliás, você já é um ótimo pai". motivei.

...

quando o chorinho de mateus Ressoou pela primeira vez em meus ouvidos, compreendi as palavras da minha mãe e de alicia.

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