Quando acordo pela manhã, não está mais chovendo. Apesar do dia nublado, decido aproveitar a oportunidade para passear por Sodoko Beach antes de ser forçado a ir embora por Taehyung.
Por sorte, não o encontro quando passo pela sala com minha bolsa de praia apoiada em um dos ombros. O dia permanece encoberto, mas isso não impede que outras pessoas estejam reunidas na areia. Estendo um pano próximo do mar e me sento, abrindo um livro. Visto apenas um shorts jeans. Meu cabelo, como o habitual, está penteado para trás.
A poucos metros de distância, uma partida de vôlei se inicia, atraindo minha atenção. Em algum momento, levanto e peço para entrar no jogo. Faço amizade com dois garotos e uma garota, embora não o suficiente para perguntar seus nomes.
Ao encerrarmos a partida, apenas me despeço e volto a recolher meus pertences que estão na areia. Daqui, consigo ver a casa de praia da minha mãe.
Ela foi construída em cima de uma rocha. Fico por alguns segundos admirando a varanda de vidro até que uma mulher apareça.Preciso piscar algumas vezes para ter certeza de que não estou imaginando coisas. Ela se debruça na varanda, enquanto olha para o mar. Só consigo me concentrar no que ela está vestindo. Parece uma das camisetas sociais de Taehyung. Pouco depois, ela volta para dentro, e me questiono se tudo não passou de uma alucinação.
Decido retornar para casa. Assim que abro a porta da sala, não ouço nada. Nenhum sinal de vida aqui dentro. Deixo a bolsa no sofá e vou até a cozinha, então congelo. De costas para mim, está a loira estonteante da varanda, mexendo em um dos armários. Limpo a garganta, e atraio sua atenção.
Seus olhos azuis encontram os meus sobre o ombro. Ela é tão bonita que dói. Tão bonita que me faz questionar se sou realmente gay.
Ela é alta, bronzeada e se assemelha a uma modelo. É claro que o tipo de Taehyung só podia ser alguém que parece sua versão feminina.
— Oi — ela fala, em inglês. — Você sabe onde ficam os copos?
Eu pisco, desnorteado com o rumo da conversa.
— No armário inferior.
Enquanto ela pega um copo, a encaro feito um idiota. Há algo familiar nela. Talvez seja porque é o tipo de rosto que estampa revistas e atua em filmes de Hollywood.
— Você é atriz? — não consigo conter a pergunta que escapa por meus lábios. Ela me olha, confusa, enquanto pega água na geladeira. Então, despeja no copo e começa a beber como se eu fosse um quebra-cabeça.
Taehyung provavelmente vai ficar com raiva se eu começar a conversar com sua namorada ou o que quer que ela seja.
— Não. — Há uma pausa. — Você sabe onde tá o Tae? Preciso perguntar cadê a chave da sauna. Aliás, quem é você?
— Bom, eu...
Por sorte, antes que eu seja obrigado a me apresentar, Diamond adentra a cozinha sem dizer uma palavra, e passa por mim como se eu fosse invisível. Veste apenas um shorts longo de treino, expondo o peitoral de pele alva. É a primeira vez que o vejo parecer um jovem comum de vinte e poucos anos.
Fico surpreso com a quantidade de músculos que se espalham por seu tronco. Só percebo que fito suas costas definidas descaradamente quando sinto o olhar da loira sobre mim. Desvio o rosto para outro lugar, e me repreendo mentalmente.
— Você não vai me apresentar seu amigo? — a modelo fala, confusa. Tenho vontade de sair correndo.
— Ninguém importante. Estou de babá.
A resposta dele me ultraja. Meu rosto pega fogo, assim como as orelhas e o pescoço.
— Babá porcaria nenhuma, vou voltar para Tóquio. Espero que você se afogue no mar e os tubarões eliminem os vestígios do que sobrar.
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ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE
FanficEnemies to lovers entre um empresário e um encrenqueiro apaixonado por artes. TaeTop.