Capítulo 6 🐈🐈‍⬛ Jungkook Ogawa

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É domingo à noite quando minha mãe entra no meu quarto sem explicações e pede para que eu me vista para um evento.

Em nossa posição social, é comum frequentarmos festas de pessoas importantes, ainda que contra minha vontade. Contudo, devo apenas obedecê-la sem retrucar, ela é uma mulher importante, ainda sim uma mulher entre tantos homens, e como um é meu dever protegê-la de oportunistas. Checo o celular antes de levantar da cama.

Há três ligações perdidas de Jaehyun. Estou o ignorando desde que disse que eu não deveria insistir na arte. Coloco um quimono azul escuro e penteio o cabelo para trás. Não passo nada no rosto, então desço logo após calçar meus sapatos. Jisoo já me espera dentro da Limousine e, como o habitual, está em alguma chamada telefônica sobre negócios. São raros os momentos em que ela está livre.

Me contento em ver a paisagem passando por nós através da janela, até que avisto um arranha-céu. Ela desce primeiro e o sigo. Chegamos no hall luxuoso, e entramos no elevador. As portas se abrem depois de longos momentos, revelando um buffet.

Garçons circulam por cada centímetro do salão e o som de um violino flutua no ar, mesclado ao burburinho de conversas. Entediado, acompanho minha mãe enquanto ele cumprimenta as pessoas que conhece aqui.

Alguns rostos me são familiares também. De repente, Taehyung Diamond irrompe na multidão e é ovacionado por uma salva de palmas. Só quando vejo o logo de um diamante sendo exibido em um cartaz próximo ao palanque que minha ficha cai.

Essa é, provavelmente, a festa oficial de inauguração da sede em Tóquio. O engraçado é que ele não parece dar a mínima para o que acontece ao seu redor. O som das palmas, a aprovação de todas as pessoas, as boas-vindas que ele recebe. Nada disso importa. É como se ele já esperasse isso. Como se tivesse calculado.

— Mãe — falo, fazendo-a me encarar. — Qual a razão deste evento?

— É o novo prédio do sr. Diamond — diz.

— Não foi aqui que vim estagiar semana passada. —  Franzo o cenho.

— É novo, querido. Agora são dois.

Solto um suspiro indignado e volto a olhar para Taehyung. Ele sobe no palanque, e as pessoas se silenciam quando o loiro se aproxima do microfone. O rosto dele é sério, assim como seu olhar, que percorre a multidão por alguns momentos antes que ele diga:

— Obrigado por comparecerem. É uma honra fazer parte da comunidade de negócios do Japão. Espero que os próximos anos sejam prósperos, e que construamos um futuro brilhante em Tóquio.

As palavras são breves e secas, mas as pessoas as recebem como se fosse o discurso do ano.
Uma nova salva de palmas ecoa enquanto ele desce do palanque.

— Vou ao banheiro — murmuro para Jisoo, que mal se importa já que está entretida em uma conversa com dois homens do mercado alimentício.

Ao invés de seguir para os sanitários, entro no elevador. Analisando o painel, encontro o número que sinaliza o escritório e o aperto. Começo a ficar nervoso conforme me aproximo do andar. Não sei exatamente o que estou fazendo, mas preciso encontrar algo que possa comprometer Taehyung no futuro.

As portas de metal se abrem, e paro no meio de um corredor com uma única porta, com uma placa que diz "acesso restrito". Torço para que  esteja destrancada, mas me frustro quando tento abri-la e nada acontece.

Taehyung não deixaria falhas em sua segurança. Ouço o barulho do elevador apitando e, antes que eu possa pensar em me esconder, Diamond surge na minha frente como uma maldita assombração.

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