Capítulo 8 🐈‍⬛🐈 Jungkook Ogawa

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Na segunda-feira pela manhã, começo a me preparar para o estágio, contra minha vontade.

Acordei de mau-humor. Nem o expresso com dose extra de chantilly que a governanta me trouxe na cama foi capaz de melhorá-lo.
Visto um terno slim de risca. Depois de pentear o cabelo para trás, respiro fundo e desço as escadas, levando minha bolsa junto comigo.

A casa está silenciosa, exceto pelo movimento de algumas empregadas, que limpam os lustres. Um carro me espera no pátio assim que atravesso a porta.

A Limousine geralmente fica com Jisoo, e o motorista principal também. Quando não dirijo, uma SUV blindada é deixada à minha disposição a qualquer hora do dia.

Entro no carro, desejando bom dia ao homem atrás do volante. Checo meu celular. Há muitas mensagens de Jaehyun que não respondi, mas não posso ignorá-lo para sempre, então começo a digitar uma resposta breve.

Eu: hoje à noite te ligo.

Jae: ok.

Enfio o telefone dentro da bolsa. Não demora muito para que eu chegue na nova sede de Taehyung.

Na recepção, liberam meu acesso e me dão um crachá de identificação. Uso a coisa grudada no peito, porque é obrigatório.

Enquanto subo os intermináveis andares no elevador, uma música genérica, que devia ser supostamente agradável, soa nos meus ouvidos. As portas se abrem. Um frio toma a boca do meu estômago enquanto olho para a única porta do corredor. Sem ter para onde fugir, puxo a maçaneta.

Talvez devesse ter batido antes, levando em consideração que Taehyung está na sala na companhia de um homem. Travo na soleira, sem saber se continuo a andar ou volto para trás. A conversa é interrompida, e Diamond me olha como se eu não passasse de um pequeno inconveniente. Limpo a garganta, sem graça.

— Desculpe. Posso voltar outra hora.

— Não é necessário. — A resposta do meu chefe me surpreende.

De forma cautelosa, fecho a porta atrás de mim enquanto a conversa volta a fluir. Não é nada interessante. Taehyung está falando sobre um planejamento de estratégias. Se a conversa fosse importante, ele pediria para que eu me retirasse, sei disso. Tenho vontade de bocejar enquanto espero sentado em uma cadeira no fundo do escritório. Daqui, vejo a parte de trás da cabeça do homem que conduz uma pequena reunião e Taehyung, que vez ou outra desvia os olhos até mim.

Não contenho o bocejo desta vez, o que faz com que as íris do loiro disparem em minha direção por um tempo maior que o habitual. Será que isso o irrita? Cruzo as pernas, analisando seus movimentos. Diamond está sentado com a postura perfeita, o cabelo loiro meio bagunçado e uma das mãos envolvida ao redor de uma caneta. Não há nada errado nele. Nenhum tique. Nenhuma peça de roupa amassada, apenas sua fachada  impenetrável.

— Essas parcerias podem nos dar acesso a novos mercados — diz o homem quando começo a prestar atenção no que eles conversam.

— Vou deixar você liderar a equipe de expansão, Alex. Mas não me decepcione. — As palavras de Diamond ficam no meio termo do passivo e agressivo. É um aviso claro. Cometa um deslize e será demitido.

— Não vou. — O homem garante, mas daqui, posso ver seus ombros tensos. — Obrigado pela oportunidade, sr.Diamond.

Então, eles apertam as mãos e Alex sai da sala, sem se importar com minha presença. Assim que a porta bate, a atmosfera muda. Taehyung fixa os olhos em mim e aponta para a cadeira na frente dele.

— Sente-se. Obedecê-lo é quase um sacrifício. Contudo, como não tenho opção, forço meu corpo a se mover até a cadeira. Ajeito o terno ao me sentar. Seus olhos azuis estão presos nos meus quando ele despeja:

ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE Onde histórias criam vida. Descubra agora