Enquanto Rosa tomava folego no velho sofá da sala, es que seus pais entraram pela porta.
— Mãe, pai voltaram cedo.
— Sim. E, estamos com fome. — Disse a mãe de Rosa ao entrar na casa.
— O almoço está pronto. — Rosa disse indo até a cozinha.
Os pais de Rosa lavaram as mãos e foram se sentar enquanto ela colocava as panelas na mesa. Eles serviram-se enquanto contava como tinha sido a manhã de trabalho na lavoura. Até a mãe de Rosa mudar o assunto.
— No caminho pra cá seu pai e eu demos de cara com o Fernando Teixeira. Você se lembra dele, filha?
— Sim, eu encontrei ele na igreja.
— Estava pensando, poderíamos chamar ele para vir aqui no sábado. — Sugeriu a mãe de Rosa.
A jovem parou de comer e a fitou.
— Melhor não, mãe. Ele vai entender que quero alguma coisa com ele. — Desconversou ela.
O olhar da mãe de Rosa foi furioso. A jovem até se encolheu de medo.
— Já passou da hora de tu arrumar um marido, Rosa.
— Mãe, por Deus.
— Sua mãe está certa, Rosa. — Afirmou com sinceridade o pai da jovem.
— Eu não quero o Fernando como meu marido. — Convicta declarou
— Então quem você quer? — Perguntou sua mãe.
Padre Davi, ela queria dizer. Mas manteve-se quieta. Voltou a dar pequenas bocadas na comida, sem qualquer fome, torcendo para não ter um enjoo ali na mesa, esperando que o assunto morresse ali, e que a mãe, não lhe fosse mais fazer perguntas as quais ela não tinha certeza do que responder.
Rosa não queria nada com Fernando, o achava bonito e com boas intenções, mas não sentia nada por ele. Seus pensamentos estavam totalmente tomados por Davi, tudo que ia fazer era pensando nele, quando dormia sonhava com o padre Davi, quando acordava ele era seu primeiro pensamento do dia.
A noite após o jantar, Rosa tomou um breve banho. Quando pouco depois já estava em seu quarto, Rosa lembrou de Davi, a jovem não conseguiu deixar de pensar nele, parecia que quanto mais o tempo passava, mais forte o sentimento ficava. A verdade seja dita, de fato sim, ela estava chateada com ele. Por ele ter ido embora daquele jeito. A jovem compreendia, mas não aceitava. Rosa Olhou para a parede e viu a imagem de Nossa Senhora em um papel antigo, que tinha ali no seu quarto, a jovem encarou com carinho pensando que, ela não queria Fernando ou qualquer outro homem como seu marido, e sim o padre Davi.
[...]
Distante dali estava padre Davi em seu quarto, ele já tinha feito suas orações e antes de se deitar pediu.
— Senhor, esteja presente nos meus sonhos, não permita que ela os invada de novo. — Padre Davi pediu, juntando as mãos.
De nada adiantava, era só ele cair no sono para sonhar com Rosa, da forma mais pecaminosa possível. E como das outras vezes ele acordou, suado, no escuro, e sentindo o membro duro dentro das calças. Pegou na mesinha ao lado da cama a jarra de água e despejou com a mão tremula um pouco no copo. Bebeu, aos goles. Depois, respirou fundo e tentou se acalmar. Caiu de joelhos chorando, sentindo-se terrivelmente mal.
— Deus, me perdoe. Me perdoe meu Senhor? — Padre Davi tinha as mãos espalmadas sobre os joelhos, as lágrimas caindo por seu rosto.
Aquela seria uma longa noite. Davi Passou o restante das horas que faltavam para amanhecer rezando, uma forma de penitencia. Mas ele não parava de pensar em Rosa.
Padre Davi perguntava-se se devia procurar outro sacerdote para confessar-se, mas tinha medo do que poderia acontecer. Ele não podia contar toda a verdade, o seu pecado era enorme. Então, ele preferia enfrentar tudo sozinho mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O pecado do padre
RomanceDavi, nasceu e foi criado em uma familia religiosa, durante toda a sua infância ele vivia na igreja, estudava religião e foi ensinado que Deus estava acima de todos nós. Davi nunca em nenhum momento chegou a se arrepender ou questionar a sua vocação...