O pecado do padre

Me ajuda senhor

Era domingo, padre Davi acordou cedo. Seis da manhã ele estava de pé preparando seu café da manhã. A missa iria iniciar na igreja 07:30. Assim que tomou seu café ele vestiu sua batina com cuidado e colocou seu cordão de crucifixo no pescoço. Pegou a Bíblia e foi para o altar preparar a missa da manhã. Ele conversava com alguns coroinhas quando os fiéis começaram a entrar e se acomodar nos bancos. Não olhou para o público. Ficou focado na sua Bíblia anotando as passagens bíblicas que ele iria dizer na missa depois de ler o evangelho.

A missa ia se iniciar, padre Davi cumprimentou todos os fiéis.

Quando olhou a multidão, viu os cabelos de anjo, eles eram presentes e chamativos. Rosa estava sentada no primeiro banco da frente, ela lhe olhava o tempo inteiro, sem desviar o olhar, sem sorrir, séria.

Durante a missa padre Davi evitou contato visual com ela. Mas ele sentia seus olhos azuis a te olhar o tempo todo, te queimar, ele sentia, ele sabia que ela estava te olhando. Enquanto padre Davi falava sobre o evangelho olhando para a multidão, ela chamou a sua atenção jogando seus cabelos de anjo cumpridos para o lado. Ele olhou para Rosa, e os seus olhos se cruzaram.

Padre Davi desviou o olhar assim que a viu abrindo um sorriso, e voltou a falar o evangelho. Mas o seu maldito instinto aguçou, ele desejou olhar de novo para ela, tentou se controlar enquanto dizia a palavra, e não conseguiu. Lançou o olhar para Rosa, que estava te olhando fixo, e quando cruzaram os olhos, ela abriu o sorriso novamente. Rosa estava te tirando o foco completamente. Padre Davi agradeceu a Deus quando a missa terminou. Os fiéis foram saindo. Ele desceu do altar e estava indo em direção a sacristia, quando sentiu alguém tocar seu ombro. Se virou, e era Rosa.

— Davi, sinto que está me evitando. Por que? — Perguntou Rosa baixinho.

— Você ainda me pergunta? Por Deus, Rosa. — Respondeu padre Davi também baixinho.

Ao final da frase ele pode notar que ela estava chorando.

Talvez tenha sido melhor assim.

Quando era noite padre Davi já estava em seu quarto, se levantando da beira da cama onde havia acabado de fazer suas orações da noite.

Apagou a lamparina e foi se deitar.

Acordou no meio da noite ofegante e suando. Esticou seu braço e acendeu a vela no pequeno criado mudo ao seu lado passando a mão entre seus cabelos ajeitando seus fios bagunçados. Rosa invadirá novamente o seus sonhos.

Padre Davi olhou o crucifixo na parede a cima da sua cama, se repreendo. Se ajoelhou aos pés da cama e implorou...

— Me ajude Senhor! Me ajude a me manter firme e na sua presença divina. Lava-me completamente da minha iniquidade, no sangue do Teu Filho Jesus, e restitui-me a alegria da Tua salvação. Cria em mim, ó Senhor meu Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável. Permita-me ficar na Tua presença, pois do contrário eu não suportarei mais a vida.

As orações do padre Davi não estavam resolvendo de nada. Quanto mais ele evitava contato, mas Rosa estava presente. Quanto mais rezava para ele conseguir viver em paz como vivia antes, pior era. E quanto mais ele queria Rosa longe de si, mais perto ela estava.

Na manhã seguinte, padre Davi abriu seus olhos que estavam pesados. Ele Sentou-se na cama se sentindo sonolento.

Foi para o pequeno banheiro logo a frente da sua cama e se olhou no espelho, estava cansado, pois havia dormido pouco aquela noite. Fechou o cenho quando lembrou do motivo. Enxágou o seu rosto com água gelada e escovou os dentes, observou que a sua barba estava crescendo. Puxou a gaveta do armário pagou uma lâmina e aparou ela. Após fazer toda a sua higiene matinal trocou de roupa e vistiu uma das suas vestimenta sociais, pois iria visitar naquele dia sua tia Zélia, a única irmã viva da sua falecida mãe.