Se tem uma coisa que Sina não suporta, é barulho. Ela sempre adorou a monotonia em sua vida, toda sua rotina sempre foi resumida a: trabalho, estudo e silêncio, m-u-i-t-o silêncio. Ela só não esperava que, com a chegada de uma nova garota a casa ao...
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— Você sabia que esquilos comem flores e aranhas as vezes? - Escutar a pergunta de Joalin causa um transtorno na minha cabeça. Como assim? Eu já nem me lembro mais do que diabos estávamos conversando, mas ela é assim, sempre surge do nada com perguntas aleatórias e age como se fossem as mais comuns do mundo. Olho para ela um pouco confusa, torcendo para que Sabina e Sina voltem logo para a mesa já que foram até o banheiro e não voltaram até agora. Sou acostumada com a minha amiga, mas quando ela surge com essas perguntas loucas, nunca sei como reagir.
— Ah... não.
— O indicado é um esquilo é comer apenas dez gramas de comida por dia, mas eles são esgoelados, sempre comem muito mais do que isso quando vivem na natureza - Ela ergue uma garfada de macarrão até a boca, colocando suas bochechas em movimento. Sorrio. Joalin foi a única que pediu salada e entrada antes do prato principal, não sei como não engorda, ela come muito.
— Legal? - Forço um sorriso, tentando acompanhar a empolgação dela em relação a isso.
O restaurante que viemos é incrivelmente lindo, mas também incrivelmente caro. Eu perguntei a Sina se poderíamos ir a um lugar onde um prato de macarrão fosse mais barato, mas não, ela insistiu em ficar aqui e disse que eu amaria a comida. É claro que amei a comida, seria um crime se um prato de macarrão com brócolis e molho branco que custa cem dólares fosse ruim, eu sinceramente processaria o restaurante sem piedade nenhuma. Sina comeu um empanado de peixe, não faço ideia de que peixe seja, mas a cara estava muito boa, e o sabor também. Em um ato um pouco impulsivo, ela me deu uma garfada da comida dela na minha boca. Eu percebi que algumas pessoas olharam na nossa direção, mas espero que ninguém tenha associado a coisa nenhuma, apenas a amizade entre quatro garotas e nada além disso. Sabina e Joalin estão fazendo o sacrifício de se manterem longe uma da outra também, eu e Sina insistimos para que elas não fizessem isso porque não é necessário, mas elas quiserem e estamos apenas almoçando entre amigas hoje.
— E como está com a Sina?
— Tudo bem, na medida do possível. Eu queria muito poder ser com ela exatamente como somos dentro de casa, parece tão confortável... Joalin, eu nunca me senti assim, sabe? Não me leve a mal, eu amo nossa amizade, mas é diferente...
— Eu sei, Hey, não precisa se explicar. Vocês tem uma química absurda, da pra ver de longe que vocês se desejam, não é humanamente possível que vocês escondam os olhares. Sina quase perde o pescoço quando te olha falar, acho bonitinho que ela para de comer e presta cem por cento de atenção a cada vez que você começa a falar.
— Sério? - Sorrio. Nunca tinha reparado nisso.
— Seríssimo.
— Joalin... eu preciso falar com você sobre uma coisa antes que elas voltem.
— O que?
— Olha, se não tiver como, não tem problema, tá? Eu só vou pedir isto pra você porque eu realmente preciso e não tenho outra escapatória a não ser essa... não quero foder a vida da Sina, e sei que minha mãe infelizmente é capaz de qualquer coisa para acabar com a minha vida por dinheiro, ela sempre fez isso. Sina se ofereceu para me ajudar, mas eu não consigo tirar dinheiro dela, Joalin... mesmo que eu vá devolver depois, não consigo.
