Se tem uma coisa que Sina não suporta, é barulho. Ela sempre adorou a monotonia em sua vida, toda sua rotina sempre foi resumida a: trabalho, estudo e silêncio, m-u-i-t-o silêncio. Ela só não esperava que, com a chegada de uma nova garota a casa ao...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Exausta é a palavra certa para me definir agora. Passei a semana inteira em uma sala de hospital, assinando documentos e sendo a pessoa responsável por meu pai. Eu nunca pensei que o veria tão machucado assim, mas o acidente foi feio, portanto as coisas estão fluindo calmamente agora que ele já passou por cirurgia. Porém, ainda sim eu estou aqui com ele no hospital desde que cheguei ao Brasil no início da semana. Joalin me faz companhia durante o dia e durante a noite vai dormir em um hotel que fica bem aqui do lado do hospital, só assim estou dando conta de passar tantas horas aqui dentro, a companhia dela está me salvando.
Sinto falta da Sina... todos os dias quando acordo um pouco assustada sinto vontade de chorar em me lembrar que ela não está aqui comigo para me dar apoio, abraços apertados e conforto. Ela não está comigo porque eu a impedi de vir, não queria causar ainda mais confusão na cabeça do meu pai em conhecê-la, então preferi vir apenas com Joalin. Mas a essa altura do campeonato, já estou louca longe dela. Sinto falta dela toda hora. Não tenho me comunicado com ninguém por celular, nem mesmo com ela, o deixei com Joalin e nunca mais o carreguei, não quero tirar os olhos do meu pai, ele merece minha atenção, mas hoje Joalin o trouxe para mim, e depois de ler tudo que Sina me mandou, resolvi enviar algumas mensagens apenas para tranquiliza-lá. Ela não merece esse espanto todo. Embora eu esteja super magoada com o que aconteceu em relação ao aniversário dela, em certa parte eu a entendo por não ter falado nada... eu mesma sempre evito falar sobre meu aniversário para pessoas além da Joalin, não posso julgá-la tanto assim sem ao menos entender o que está acontecendo com ela.
Eu não pretendo voltar pra lá tão cedo. Eu quero ficar com meu pai e dar todo apoio que ele precisa agora que tenho um pouco de dinheiro sobrando na conta. O que Sina me mandou, tirando a parte que enviei pra conta da minha mãe, é o bastante para sobreviver tranquilamente aqui no Brasil com meu pai. Em breve Joalin voltará para lá e eu ficarei aqui sozinha com ele outra vez.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Você não quer mesmo comer, Hey? Posso ir comprar alguma coisa pra você sem problema nenhum...
— Não estou com fome, Joalin.
Eu só quero me sentir bem outra vez, mas sei que enquanto essa confusão não acabar, isto não vai acontecer. Quero Sina aqui comigo, me abraçando, me dando carinho... só isso que eu preciso agora. Joalin se junta ao meu lado no sofá e me puxa para si, abraçando-me. Me encolho com as pernas pra cima, deixando-me levar pelo cansaço pela primeira vez desde que cheguei no Brasil. Joalin não teve tempo nem de conhecer o país, a única coisa que ela conheceu foi o hospital e o hotel onde está hospedada, que por sinal é caríssimo, Copacabana Palace. Eu nunca sequer cheguei perto desse hotel, mas ela tem grana pra isso. Ela ainda fica bem confusa em relação a língua portuguesa, está sempre me encarando quando alguém puxa assunto com ela e ela tenta explicar da forma mais doce do mundo que ela não entende porra nenhuma. Joalin ergue a mão até minha cabeça e acaricia de leve minha bochecha.