Estou enfurnada no meu quarto com Léo, meu fiel companheiro de todos os dias, mas que quase não me dá atenção já que está sempre fugindo para ir interagir com outros gatos por aí. Os olhinhos dele me lembram muito os de Heyoon, deve ser por isso que fico tão hipnotizada com os olhos dela quando os vejo. Meu corpo está em estado de choque desde o momento que aconteceu aquilo com Heyoon na empresa, ela parecia um pouco confusa também, mas soube lidar imediatamente com a situação e, quando chegamos da empresa, ela disse que tinha alguma coisa para fazer e foi direto para a casa dela sem me falar absolutamente nada. Eu só espero que as coisas não fiquem estranhas, aliás, isso se tiver como ficar mais estranho do que já está agora. Eu não suportaria olhar pra cara dela e perceber que me deixei levar por puro capricho, até porque Heyoon precisa de ajuda, ela mesma já disse que eu a ajudo... eu não quero me afastar dela por causa disso, mas eu sei que o que fizemos não é certo, até porque eu não posso ter isso. Minha mãe seria a primeira a magoar Heyoon com suas palavras de ofensa. Eu não me importo que ela fale essas coisas comigo, mas magoar Heyoon seria demais pra mim.
Sabina tentou conversar comigo logo que cheguei em casa, mas todas as vezes que ela me ligava, eu dava uma desculpa para não atender. Eu não quero ter essa conversa justamente com Sabina... pra ela isso é uma rotina, ela não tem ninguém a impedindo de seguir as próprias vontades, não é igual eu. Respiro fundo ao escutar a campainha tocar. Imagino que seja a minha amiga querendo me dar um tapa de realidade, mas no momento tudo o que eu menos preciso é de mais tapas na cara dos que eu já recebi hoje. Ver Heyoon reflexiva sobre as próprias ações me deixou magoada, eu não queria causar desconforto nela, tudo o que ela fez comigo eu em momento algum odiei... pelo contrário, o beijo dela foi o suficiente para incendiar todo meu corpo com faíscas elétricas, mas não, eu não poderia me dar ao luxo de acabar com a minha carreira.
A campainha toca outra vez, e dessa vez me obrigo a parar de ser idiota e desço para atender a porta. Assim que abro, meus olhos inspecionam o tronco másculo parado em frente minha casa e, não, eu não conheço esse sujeito.
— Posso ajudar? - Sussurro quase sem voz. Chorei a maldita tarde inteira desde que cheguei em casa, tive que extrapolar com alguma coisa, e como não queria sofrer de ressaca outra vez, me deixei levar pela tristeza que me consumia e derramei todas as lágrimas de meu corpo. O rapaz franze a testa, um pouco confuso.
— Você me chamou.
— Chamei? - Questiono mais uma vez, confusa. Eu não me lembro de ter contratado nenhum serviço, e pelo que me parece, ele também não parece apto a qualquer serviço caseiro. Como assim eu o chamei? — Moço, acho que o senhor bateu na casa errada. Quem você está procurando?
— Heyoon Jeong - Ele lê na tela do celular, e meu coração acelera ainda mais. O que Heyoon quer com esse homem?
— Ah... o que quer com a Heyoon?
— Não me leve a mal, senhora, mas se ela não é você, poderia me dizer onde ela mora? Não tenho autorização para expor os meus clientes desse jeito.
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Neighbor - Siyoon
Fiksi PenggemarSe tem uma coisa que Sina não suporta, é barulho. Ela sempre adorou a monotonia em sua vida, toda sua rotina sempre foi resumida a: trabalho, estudo e silêncio, m-u-i-t-o silêncio. Ela só não esperava que, com a chegada de uma nova garota a casa ao...