Meia Hora

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Mas o sono não veio.

Que fazer agora?

Será culpa do travesseiro,

Dos lençóis que aflora

O crescente desconforto?

Que esforço para dormir!


Sim, tomei café, não me esqueci.

Pois não funciono sem o meu amado.

Mas meu camarada nunca foi o culpado,

Gota a gota a vida fica mais completa,

Repleta de energia, alegria

Sem bocejos de uma noite mal dormida.

Tem gosto amargo para alguns,

Mas é intenso para mim e só poderia ser assim.


Então, quem será o culpado?

Medo do amanhã, a raiva de hoje?

Ou a luz do celular que foi expulso da cama?

Inclusive, minha consciência clama

Para ver as notificações:

Há algum amigo que me chama?

Resisto bravamente, mas cedo segundos depois.

E de novo aquele flash de arder os olhos forte demais.

Mas é claro! Todos dormem. Por que também não vais?


Minuto a minuto, o corpo se agita

Vira e revira, à procura da derradeira posição.

Virado à porta é seguro, mas menos confortável,

Voltado à parede, cômodo! Mas vulnerável.

Na escuridão, sempre me sinto vigiado.


Desisti das tentativas fracassadas de dormir

E pus em mãos o dito cujo

Que me hipnotizou com seu jogo sujo,

A procurar vídeos para me divertir.

Maldito algoritmo! Só apareceu política...

E então me aproximava da primeira meia hora

De uma noite de insônia que já se mostra.


Ao menos para isso as brigas políticas serviram:

Devolvo o celular à posição antes posta

E me volto de barriga para baixo, costas acima.

Quem sabe não é a pose que está causando esta lástima...

Minhas Noites de InsôniaOnde histórias criam vida. Descubra agora