Quem é Raimundo?
Um moribundo soturno?
Só mais uma pessoa do mundo?
Uma alma inquieta cuja mente
É repleta de auto-infligida hostilidade
Condenada a uma prosa flutuante
Que continua com seu viver petulante?
O que sou eu, senão um filisteu,
Infiel dos próprios princípios
Sabendo que não há indício
De uma noite de glórias
De sono sem memórias,
Sem retóricas desconexas,
Reflexos da vida infinda,
Irrefletida, vazia.
Será isso que Raimundo é?
O quanto nele ele tem fé?
Nula, chula, inconstante,
Se sentindo poeta num instante
Líder, gentil, amigo em outro
E então um nômade durante o choro?
Nômade que foge de tudo
Que dá esporro
Em sua visão
De maus agouros.
Será essa para sempre
Sua intensão?
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Minhas Noites de Insônia
Poesía"Não sou Homero, nem Drummond. Não sou ninguém. Apenas relato o que vejo a quem estiver perto". Nesse enredo composto de vários poemas, o eu lírico (Raimundo) narra a si próprio os pensamentos que lhe aparecem em uma típica noite de insônia, ora com...