Raimundo

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Quem é Raimundo?

Um moribundo soturno?

Só mais uma pessoa do mundo?

Uma alma inquieta cuja mente

É repleta de auto-infligida hostilidade

Condenada a uma prosa flutuante

Que continua com seu viver petulante?

O que sou eu, senão um filisteu,

Infiel dos próprios princípios

Sabendo que não há indício

De uma noite de glórias

De sono sem memórias,

Sem retóricas desconexas,

Reflexos da vida infinda,

Irrefletida, vazia.


Será isso que Raimundo é?

O quanto nele ele tem fé?

Nula, chula, inconstante,

Se sentindo poeta num instante

Líder, gentil, amigo em outro

E então um nômade durante o choro?

Nômade que foge de tudo

Que dá esporro

Em sua visão

De maus agouros.

Será essa para sempre

Sua intensão?

Minhas Noites de InsôniaOnde histórias criam vida. Descubra agora