017. TROFÉU

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"Não importa qual seja o resultado, te amo e tenho muito orgulho de você. xx May!"

Gabriel sorriu para a tela do celular, esperando a ordem para os jogadores formarem fila e entrarem no gramado de um Mané Garrincha, em Brasília, pulsante.

São Paulo e Flamengo decidiriam, em jogo único, naquele dia o título da Copa do Brasil e mais uma vez Barbosa pretendia dar orgulho a sua torcida e quem sabe, dedicar um gol a Mayara.

- Vamos, Gabi! - Arrascaeta o chamou para se juntar aos demais para a última conversa antes do jogo começar.

•••

A temperatura estava alta, trinta e cinco graus, o que motivaria as famosas paradas técnicas.

Início de jogo. Flamengo começa melhor e mais organizado do que nos outros jogos, tendo pelo menos duas chances de abrir o placar. Enquanto o Tricolor Paulista precisou fazer a primeira mudança aos sete minutos, Diego Costa no lugar de Arboleda, devido a um problema muscular na coxa esquerda do equatoriano.

Problema parecido com o de Arrascaeta, que só estava em campo após um intenso trabalho de recuperação, o uruguaio formava, na verdade, dupla no ataque com Pedro.

- Ele tá nervoso, May, o time todo aparentemente. Tô com medo, quero chorar! - Melinda dizia a Mayara, assistindo no quarto do hotel em que estavam na capital do país para fazer uma surpresa aos jogadores. - Certeza que não joga o segundo tempo, aí fudeu...

Mayara permanecia em silêncio, agarrada ao terço que ganhou de sua mãe quando ainda era criança e tentava não pensar nas palavras de Melinda e também não queria retrucar, pois devido ao nervosismo de ambas, sabia que iriam brigar feio e não era algo que o momento pedia.

- GOL, MEU DEUS! EU TE AMO, BH! - Dejour gritou, Mayara pulava na cama como uma criança ao ganhar um brinquedo novo. Bruno Henrique abria o placar após a finalização de Pulgar render uma ótima defesa a Rafael, que não contava com a batida dela na trave e a rapidez do camisa vinte e sete para encontrá-la e colocar no fundo da rede.

Mas a resposta do tricolor foi rápida e Rodrigo Nestor impediu o Flamengo de levar a vantagem para o intervalo.

Melinda estava certa, Giorgian foi substituído na segunda etapa. Gabriel começou na reserva, substituindo Pedro aos vinte e oito minutos, pois Sampaoli preferiu começar com o meio-campo mais encorpado, com Gerson no lado direito.

- O tempo tá passando e eles não aproveitam, meu Deus... Faz alguma coisa, careca burro do caralho! - Melinda dizia aflita, xingando Sampaoli como se o mesmo fosse ouvir e atender seu desejo.

Um balde de água fria na cabeça dos Flamenguistas em forma de gol aos quarenta e sete da etapa final: Jonathan Calleri marcava o segundo do São Paulo, deixando os tricolores em êxtase e celebrando o título inédito da competição.

- Inacreditável... - Foi a única coisa que Botelho falou após o apito final, como um sussurro.

•••

Duas horas haviam se passado e Gabriel não saiu do quarto desde que o time voltara ao hotel, não conseguia entender o motivo para tantas coisas ruins estarem acontecendo.

Mas dentre essas, uma muito boa, ter conhecido Mayara. Só não sabia com que cara iria reencontrar a amada, pois tinha plena consciência de que era enérgica como torcedora e já podia imaginar outro castigo vindo pela frente.

- Já vai, porra! - Respondeu, após ouvir as batidas insistentes na porta. - May?

A surpresa e um sorriso animador no rosto dele surgiram ao dar de cara com Mayara que aparentava serenidade.

- Não vai me convidar para entrar?

Imediatamente Gabriel se afastou e a deixou invadir seu espaço, trancando a porta em seguida.

- Então era aqui a convenção de influenciadores, mocinha?

Mayara revirou os olhos, não da forma que gostaria.

- Não acha que eu deveria fazer as perguntas por aqui, Gabriel?

Barbosa engoliu a seco, outra coisa que era raro de acontecer mas que somente ela conseguia também.

- Casa comigo?

- Tá bêbada? Pior, andou se drogando? Vou já ligar pra Melinda e perguntar o que andaram fazendo ou o que você andou fazendo, né?

- Não vai conseguir falar com ela, porque se muito bem conheço deve estar ocupada consolando certo camisa catorze. - Mayara respondeu, sentando-se na cama e sendo observada por Gabriel a cada passo dado.

O jogador só se aproximou quando teve certeza de que ela não oferecia perigo. Ao contrário, seu olhar era de ternura.

- Eu envergonhei você e a torcida mais uma vez, me perdoa. - Gabriel começou uma espécie de desabafo. - Outra vez não consegui dar o meu melhor, me sinto um lixo quando isso acontece porque sei que as pessoas esperam o máximo de mim.

- Sabe perfeitamente que a culpa não é sua, você não é responsável por tudo que acontece no time, Gabi. - Mayara diz, com os braços em volta do pescoço dele e em seguida o beijando. - Ainda tô esperando a sua resposta...

- É claro que eu caso, pelo amor de Deus. Quem disse que não levantei troféu hoje? - Gabriel perguntou, rindo e a fazendo rir também. - Mas não tinha que ser eu a perguntar isso?

- Você me pediu em namoro, nada mais justo do que eu fazer o pedido de casamento. - Botelho começou a se justificar. - E outra, nada no nosso relacionamento é normal ou como os outros milhões por aí, lembre-se que o nosso começou através de um podcast.

- Bendito dia em que falei mais do que a boca!

•••

não estranhem, resolvi fazer o dia da final como um único jogo e em outro lugar, para encaixar melhor no andamento da fanfic.

agora faltam 3 para o fim! :(

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