𝗻𝗼𝘁𝗮𝘀 𝗱𝗮 𝗺𝗮𝘁𝗲𝗿𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂

↻ 𝗻𝗼𝘁𝗮𝘀 𝗱𝗮 𝗺𝗮𝘁𝗲𝗿𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗰𝗶𝗮𝗹 - 𝟎𝟎𝟏

            Tiro meu chapéu da cabeça, deixando sobre o sofá e sentando, sentindo meu corpo pedir arrego. Levei a maior bronca do meu sogro por querer cumprir minha agenda estando grávida, mas eu fui teimosa, pensei mais nos outros do que em mim e estando no meio do mês de outubro me recuso a parar, quero ir até o fim.

— 'tá bem, Ana?

— estou ótima, vamos? — me levanto rapidamente, sentindo uma vertigem, pouso a mão em minha barriga, pegando meu moletom e o vestindo.

O show de hoje foi bem cedinho, ainda bem, o que mais desejo para o momento é uma cama, lençóis quentinho e ficar de chamego com os meus amores. Estamos no Amazonas, bem longe da nossa casa, nos hospedamos em num hotel e iremos embora amanhã, ficaria mais cansativo para a Aurora se fossemos hoje e quando ela me acompanha em shows eu penso muito no seu conforto.

Nem tive tempo de dormir, já que o hotel é perto do local do evento, fiquei olhando os pontos da cidade, tendo ao meu lado a minha acessora e um pouco mais a frente o meu sogro e meu pai.

— quer comer alguma coisa?

— se eu comer algo agora creio que irei vomitar tudo. — faço careta só de imaginar.

— e não quer tirar a bota? Seus Crocs estão ai.

— não precisa, Bru, estamos chegando já. — sorri fraquinho 'pra ela, encostando minha cabeça em seu ombro, fechando meus olhos.

A Bruna é como minha segunda mãe, não tenho a dona Michele durante a semana de shows, mas é ela quem me cuida, monitora minha alimentação, está sempre perguntando se estou bem e com o tempo, se tornou algo além do profissional, adquiri um carinho muito grande por ela ao longo desses anos de parceria.

Quando chegamos, ela desceu primeiro e me deu sua mão, me acompanhando para dentro do hotel. Meu pai, o Marcos e a Bruna ainda iam jantar no restaurante do hotel e eu por estar muito cansada decidi subir primeiro.

— boa noite pai, dorme bem. — abaixo o boné dele, tampando seu rosto, soltando uma risadinha.

— Ana Flávia, vai começar com as gracinha, 'meu?

— seu velho ranzinza. Boa noite, Bru, boa noite, sogrão.

— boa noite, Aninha, manda o Gustavo dar sinal de vida 'pra mãe dele, ela 'tá preocupada.

— mando sim e ainda dou 3 tapa na cara dele por deixar a Ju assim.

Entrei no elevador, apertando o botão do quarto andar, onde ficava o quarto que estou dormindo com o Gu e a 'Rora. Ao chegar no meu andar, caminho em passos largos até o quarto 406, abrindo a porta com o cartão chave e encontrando os meus dois amores assistindo Barbie, 'pra variarl.