A risada gostosa ecoou por toda a sala, o sorrisão banguela que faziam meus dias mil vezes melhores, os olhinhos ficando espremidos, tudo nela era perfeito, eu ficava mais encantado a cada dia que passava.
— vem no papai, amor! — bato palminhas, vendo a garotinha engatinhar com pressa em minha direção, se jogando em meus braços entre risadas.
— deu água 'pra ela? 'Tá um calor do caralho aqui.
— sem palavrões, linda, a neném 'tá aqui. — beijo a bochecha gordinha da minha bebê, recebendo seus resmungos animados em resposta, a coloquei no chão novamente, vendo ela engatinhar rumo ao Jack, já ia encher o saco do coitado.
— ai, perdão, mas você deu a água?
— uhum, te garanto que a bebê está super hidratada. — levanto do chão, limpando meu short, caminhando em direção a ela, abraçando sua cintura. — e você? 'Tá bebendo água?
— ah, sei lá, nem me lembro quando foi a última vez que bebi. — murmura levemente desconcertada pela minha pergunta.
É perceptível que a Ana Flávia nunca 'tá preparada para o cuidado e atenção que tenho com ela, sempre fica meio sem jeito quando minhas perguntas vão em sua direção, quando na verdade estamos sempre preocupados com a bebê.
— então vá beber água.
— eu esqueço, não consigo tirar essa viagem da cabeça, ainda tenho umas coisas 'pra comprar.
Semana passada rcebemos a notícia bombástica de que farei meu primeiro show após o nascimento da nossa pequena, isso mesmo, fiz uma longa reunião com meu pai, conversamos bastante, revemos os prós e os contras, envolvemos a bebê no assunto e por ser numa cidade aqui perto, acabei aceitando.
Isso depois de conversar com a Ana Flávia, óbvio, só tomo minhas decisões depois de passar por ela.
— amor, descansa um pouco, 'cê não para um segundo desde que chegamos em Londrina.
— mas eu ainda tenho que... — diz puxando o ar, pronta para falar um monte de coisas pendentes que ela ainda tinha, mas o gritinho agudo da nossa pequena a interrompe, arrancando um sorriso da Ana.
— você tem que dedicar sua atenção ao pingo de gente que está... com terra na mão! — corro em direção a Aurora, pegando a neném em meus braços e a levando para cozinha, lavando suas mãozinhas, eu sabia que essas plantas da minha sogra eram meio perigosas. — filha, terra é sujo!
— melhor eu mudar a planta de lugar, né?
— se não quiser sua filha com o estômago cheio de terra, eu acho bom mesmo.
— vou colocar no cantinho da varanda, ela só entra lá se for com a gente.
— a bebê já 'tá comendo terra? Eu digo que ela puxou o gênio ruim da Ana Flávia.
— se começar com essa putaria de novo eu puxo seu pé!
— Ana, os palavrões!
— desculpa, ursinha, é que seu vô que é um chato. — minha esposa diz se aproximando de nós, segurando as mãozinhas da pequena e beijando-as inúmeras vezes, arrancando risadinhas da Aurora.
— chato não, me respeita!
— meus amores, vão comer as fatias Húngaras que fiz para acalmar esses nervos e pararem de xingar na frente da minha neta!
— é a chatona da Ana Flávia.
— manda meu pai parar.
— chega Rodrigo, 'tô achando que você e a Ana terão que se juntar as crianças no próximo natal.
— eu? O pai não para de dizer que a Aurora puxou o gênio ruim de mim, mãe, é mole? — fala indignada, seu dedo indicador sendo agarrado pela mãozinha forte da 'Rora.
— Ana, mas é exatamente isso, minha filha, você é criançona mesmo, atentada, o Gu é mais calmo e quieto, a quem você acha que ela puxou?
— até você, mãe?
— amor, é a verdade.
— pois eu me nego a acreditar na "verdade" de vocês e se continuar insistindo vai levar um tapa.
Sentamos na mesa, Aurora em meu colo olhava a mesa farta com os olhinhos curiosos, resmungava "ó" para absolutamente tudo novo que ela via ali.
— você quer as fatias da vovó, ursinha? — murmuro ajeitando ela em meu colo, pegando um pedacinho e dando em sua boca, rindo com a careta que ela fez no início. — ela gostou!
— a vovó nunca erra, né princesa?
— não mesmo, sogra, isso aqui 'tá divino.
— obrigada, Gu, precisamos lembrar de fazer aquele bolo de arroz que te mandei, lembra? — assinto com a cabeça, pegando mais um pedacinho e levando até a boca da minha bebê, que recebeu o alimento de bom agrado, resmungando em animação.
— puxa saco. — escutamos a Ana resmungar, fazendo todos rirem.
— estão rindo de que? — Antonella pergunta entrando na cozinha, beijando a bochecha dos seus pais, tocando o nariz da bebê e indo pegar um pedaço das fatias Húngaras, sentando-se na mesa conosco.
— a mãe puxando o saco do Gustavo, como sempre.
— isso não é novidade 'pra ninguém, tata, só aceita que perdeu.
— tantos anos e 'cê ainda não aceitou, Aninha? — provoquei levando minha mão a sua orelha, fazendo carinho, rindo fraquinho quando ela me lança um olhar mortal.
Decidi parar de provocá-la com isso, ou eu dormiria no sofá por pelo menos um dois meses.
×××
voltei aqui também KKKKK
não curti nadinha esse capítulo, mas é isso, se preparem porque Notas da Maternidade vai sofrer algumas quebras de tempo, pra dar corda a algo que eu ainda quero fazer aqui e pro final dela também.
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𝗻𝗼𝘁𝗮𝘀 𝗱𝗮 𝗺𝗮𝘁𝗲𝗿𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂
Fiksi Penggemar∥🍼∵ᣤ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚍𝚊 𝚖𝚊𝚝𝚎𝚛𝚗𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎 "𝐎𝐍𝐃𝐄 Ana Castela e Gustavo Mioto, renomados cantores com carreiras consolidadas, enfrentam as emoções da paternidade enquanto aguardam a chegada de sua primeira filha. Em meio aos holofotes da fama...