Capítulo 23

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 "bom dia, Firmino!" falaram as gêmeas assim que chegaram na escola "bom dia, minha gêmeas favoritas" "por enquanto, bem" falou a Maria Joaquina e Maria Luiza assentiu. Ambas então foram caminhando até o pátio "tem certeza de que não quer pedir desculpas? Lembra do que a mamãe falou..." "não. Eu ainda acho que estou certa. Então, não vou pedir desculpas" de repente o Paulo apareceu na frente das meninas. "olha só, o tico e o teco apareceram" ele falou rindo enquanto as gêmeas reviravam olhos.

"o que você quer, Paulo?" disse a Maria Joaquina "só vim avisar que a gente conversou e decidimos lhe dar um castigo para parar de ser uma metida" ele falou com raiva "o castigo do ódio" ele falou e depois foi embora "que coisa ridícula. Vou falar com a professora, vem Malu" falou a Maria Joaquina e ambas foram até a sala de aula. A Maria Joaquina foi logo entrando sem pedir "com licença, professora. desculpe entrar na sala dessa maneira" falou a Malu um pouco envergonhada se aproximando da mesa "ah...bom dia, Daniel" "bom dia, Malu"

"com licença, professora. Posso ficar aqui na sala?" disse a Maia Joaquina "por que não aguarda como todo mundo lá fora?" "prefiro ficar aqui, tenho medo de uma selvageria vinda da parte dos meus colegas delinquentes" "Por quê?" "o Paulo acabou de me falar, que eles vão me castigar com ódio" "ódio não. Silêncio" disse o Daniel "como assim? Estou confusa" "eu te explico depois, Malu" disse Daniel.

"Não podia ser mais ridículo" "*suspiro* era disso mesmo que eu estava falando com o Daniel. Maria Joaquina, você lembra do que conversamos ontem? Sobre você ser mais amiga dos seus colegas?" "sim.." "então. Se você me prometer que vai ser mias amável com eles, eu prometo intervir" "muito obrigada, professora. Mas eu não preciso disso" "mas Maria Joaquina-" "vão me fazer bem se não falarem mais comigo. E você, agradeça aos seus amiguinhos pelo favor que estão me fazendo" ela disse pro Daniel "posso sair, professora?" falou o Daniel desconfortável "pode. Maria Luiza, pode ir também. Eu gostaria de conversar a sós com sua irmã" "tudo bem"

Ambos então saíram da sala "Daniel, se importa de me explicar esse castigo do silêncio" "ah, sim. O Paulo deve ter confundido vocês" eles então se sentaram no banco "basicamente, ninguém mais vai brincar ou falar com sua irmã, até ela mudar de atitude" "Ou seja, não tem um tempo certo para acabar com isso" "infelizmente não. Depende só da sua irmã" "*suspiro* bem, vocês estão no direito de vocês e eu não posso obriga-los a serem amigos da minha irmã. Só espero que não dure muito. Bem, obrigada pela sinceridade, Daniel, eu vou conversar com as meninas agora. Te vejo na aula" "de nada. Até".

Enquanto a Maria Luiza caminhava pelo pátio, a Valéria e a Laura pararam na frente dela, olhando seriamente pra ela "algum problema, meninas?" ela falou mexendo no cabelo. "ah, é você, Malu!" disse a Valéria finalmente sorrindo "desculpa, as vezes a gente te confundi com sua irmã. Mas ai eu vi os brincos que eu te dei" disse a Laura

"ah, entendi. *suspiro* parece que eu vou ter que usar algo pra vocês me identificarem... com o castigo do silêncio e tal" "você já soube?" disse a Laura "O Paulo avisou pra mim e pra minha irmã quando a gente chegou. Ele chamou de castigo de ódio" "tinha que ser aquele peste" disse a Valéria "mas relaxa, o Daniel me explicou direito. Só espero que isso não dure muito" "desculpa, Malu, mas duvido isso acontecer" disse a Valéria e as meninas conversaram mais um pouco antes do sinal tocar

O dia correu normalmente. Bem, exceto para Maria Joaquina, afinal todos os seus colegas fizeram questão de ignorá-la pelo resto do dia. Chegando em casa, a Maria Joaquina foi imediatamente pro quarto se trocar, ignorando seus pais. "oi, mamãe. oi, papai" disse a Maria Luiza "oi, meu amor" disse a Clara dando um beijo na bochecha da filha "oi, princesa... filha, posso te fazer uma pergunta?" "sim, papai" falou a Maria Luiza se sentando no sofá.

"aconteceu alguma coisa na escola pra sua irmã ficar chateada?" "*suspiro* aconteceu" "como se não fosse novidade" "Clara, por favor. O que exatamente ocorreu hoje?" "bem... parece que nossos colegas estão cansados da maneira como a Maria Joaquina os trata. Então, eles não vão mais conversar ou brincar com ela" "espera... tem certeza de que eles não fizeram alguma coisa pra sua irmã?" disse a Clara "não, mãe. Como eu disse, eles apenas a ignoraram o dia todo. Nem mesmo as meninas falaram com a Maria Joaquina. Mas a Maria Joaquina falou que nem se importa e que não precisa deles. Com licença" disse a Maria Luiza enquanto se levantava e ia pro quarto.

"até onde vai o orgulho da nossa filha?" "não sei. Mas, ela mesma disse que não se importa com isso, Miguel" "isso pode ser agora, mas daqui a um tempo, se isso continuar, ela não vai mais aguentar a solidão" "mas tem a Maria Luiza pra fazer companhia pra ela pelo menos" "pode até ser. Mas acho que nenhuma das duas quer ficar 100% do tempo com a irmã gêmea. *suspiro* mas já que a Maria Joaquina não se incomodou, vamos intervir quando achar necessário" disse o Miguel "por mim, tudo bem. Eu só não quero que ela sofra" disse a Clara.

Alguns dias se passaram e as coisas ainda permaneciam as mesmas. O castigo do silêncio ainda continuava e a Maria Joaquina ainda insistia em dizer que estava bem sozinha, mas no fundo estava triste com a ausência dos colegas. A Maria Luiza meio que dividia seu tempo entre ficar com sua irmã e brincar com seus amigos, já que ela não estava brigada com os colegas, mas se sentia inútil por não poder fazer nada pra ajudar sua irmã. Até que chegou o dia que a Maria Joaquina chegou no limite.

"Mudar de escola?" "sim, papai" disse a Maria Joaquina chorando "mas, por quê?" "porque meus colegas me odeiam" disse a Maria Joaquina enquanto sua irmã a abraçava "que besteira é essa que você está dizendo, Maria Joaquina?" disse a mãe das gêmeas se sentando ao lado da Maria Joaquina "faz uma semana que nenhum deles fala comigo" "qual o motivo deles?" "eu não sei, pai. Eu juro" 'lá no fundo, você sabe Maju' pensou a Maria Luiza, mas apenas ficou quieta abraçando a irmã.

"quando passo perto deles, eles olham pro lado. Quando eu pergunto algo, eles se afastam cada um pro canto. Me tira daquela escola" "*suspiro* filha, essa história está muito confusa" "Miguel!" "calma, Clara... deve haver alguma explicação" "por que eles não falam com você, meu docinho?" "bem, mãe. eles resolveram aplicar um castigo na Maju. Castigo do silêncio" "isso mesmo" Clara então se virou para seu marido "isso porque as crianças daquela escola são bondosas. Né, Miguel" "Clara, depois conversamos" "eu não aguento mais tanto desprezo e solidão" falou a Maria Joaquina "ei, eu estou com você. lembra disso" falou a Maria Luiza dando um beijo na bochecha da sua irmã.

"Maria Luiza, eles estão fazendo o mesmo com você?" disse a Clara "não, mãe. eles estão agindo normalmente comigo. Conversam, me chamam pra brincar... mas está difícil, porque eu tenho que dividir meu tempo entre eles e a Maria Joaquina. Não vou deixa-la sozinha... mas não posso obrigar meus colegas a serem amigos dela" "nem quero que você os obrigue, filha. Mas tem ideia do motivo deles estarem fazendo isso?"

"segundo eles, a Maria Joaquina não é legal com eles e é uma má colega. Eles não querem mais serem tratados mal por ela. Foi que eles me disseram" "é mentira, eles me odeiam. Essa é a verdade" disse a Maria Joaquina abraçando sua irmã mais forte 'quando é que eles vão finalmente se entender?' pensou a Maria Luiza.

"não fique triste, minha filha. Sua mãe não vai deixar nada de ruim acontecer com você, nem com sua irmã" "obrigada, mãe. eu te amo muito" "tá vendo, Miguel. O que foi que eu disse? Colocar nossas filhas nessa escola foi um erro. Mas não, você não me escuta, deu no que deu" "calma, Clara. Vou resolver isso. Maria Joaquina, você é realmente uma má colega?" "claro que não, Miguel. Olha que pergunta!"

"eles disseram isso, só porque eu acusei a Marcelina, porque ela estava colando no teste de português" "então, seus colegas tem motivo sim pra castigar você" "eu disse a eles que eu não me importava... mas eu não aguento mais ficar sem eles. Ser desprezada pelos meus colegas. Pai, por favor, deixa eu voltar pra minha antiga escola. Por favor eu quero voltar a estudar com minhas primas" "Maria Joaquina" "por favor" "*suspiro* você tem que mudar é de atitude. Se você não mudar, a solidão vai te acompanhar aonde for" disse Miguel triste pelo sofrimento da filha.

"não vai" "infelizmente, vai. Você tem que se sentir parte do grupo e conviver bem com seus colegas... Vamos na escola amanhã" "não, eu não vou" "calma, Maju. respire fundo" "tudo o que eles querem é me ver abaixando a cabeça pra eles, mas eu não vou dar esse gostinho" "Maria Joaquina, não se trata de uma competição. É um problema e precisa ser resolvido. Você está sofrendo... por quanto vai continuar assim?" falou a Malu chorando também enquanto a mãe delas as abraçava.

Irmã da Maria Joaquina (Daniel x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora