Irmã da Maria Joaquina (Daniel x OC)

Capítulo 51

"Jaime" "sim, professora" "traga sua agenda até aqui, por favor" "mas, por quê? Eu só queria comer umas balinhas no meio da aula. Eu juro" todo mundo riu "do que vocês estão rindo?" "calma, Jaime" "olha, professora. Eu prometo comer uma bala por dia, mas não me castiga, por favor" "não é castigo, Jaime. Eu só quero mandar um recado pro seus pais" "pra quê?" "preciso pedir que te levem ao dentista" "ah tá, dentista. Pensei que... pera aí, dentista?" falou o Jaime preocupado e a professora concordou.

"ah, não, professora. por favor. Tudo menos, dentista. Por favor, por favor!" disse o Jaime "é pra o seu bem, Jaime. é só pra saber se não aconteceu nada depois... do episódio de hoje" disse a professora. o Jaime foi meio cabisbaixo com a agenda "professora. tá tudo bem, meu dente não tá mais doendo" "Jaime. eu acho melhor você ir. Vai que você perde o dente e fica sem comer" disse o Daniel dando uma leve exagerada pra convencer o Jaime.

"Sem comer?! Por favor, professora. peçam pra me levar o mais rápido possível. Não quero ficar sem comer não" disse o Jaime saindo, até que ele se tocou que tinha levado a agenda junto "ai, não... olha, professora, acho melhor não mandar bilhete, sabe. Eu mesmo falo quando chegar em casa" "não, Jaime. eu preciso mandar o recado" disse a professora pegando a agenda, enquanto o Jaime virava as costas pra ela. Mas assim que ela abriu, ficou um pouco surpresa.

"que dizer que você não podia comer doces porque passou mal ontem?! Por que não me mostrou esse recado da sua mãe antes, Jaime?" disse a professora. O Jaime então tentou dar uma desculpa, mas se interrompeu quando viu a cara da professora "volte pro seu lugar, Jaime. está proibido de comer doces no recreio" ela falou e o Jaime voltou todo tristinho pro lugar dele. A aula então seguiu normalmente.

A professora então passou uns exercícios pra gente fazer enquanto ela ia na diretoria resolver algumas coisas. Mas poucos minutos depois, como de costume, a sala virou uma bagunça. Eu continuei a fazer a lição como sempre. "ô, pessoal. Cala a boca! A professora Helena mandou a gente fazer o exercício e vocês aí falando pelos cotovelos" "quem é você pra falar, Jaime? você sempre falou mais alto que todo mundo" disse o Paulo "acho que ele tá gostando da lição disciplina" disse o Kokimoto "ou, ele tá gostando da diretora" disse o Paulo zombando.

O Jaime andou com raiva até aqueles dois, batendo o punho na mão "eu acho melhor a gente ficar quieto... até a professora Helena voltar" "isso mesmo, gente, ele tá certo" "olha a Alícia defendendo ele?" disse a Bibi provocando "e Alicia, amor a primeira vista" disse a Carmem também e a gente riu um pouquinho "que amor a primeira vista. Eu não gosto de ninguém" "sei" falou a Maju "amor a primeira vista deve ser tão romântico, quando crescer eu só vou namorar a primeira vista" a gente riu e a bagunça continuou a reinar.

Até que o Jaime pediu pra gente fazer silêncio de novo "depois dessa explosão termográfica, ninguém consegue mais fazer nada" "explosão demográfica, Jaime" e a Maju falamos ao mesmo tempo "ah, vocês me entenderam" "Daniel, o que é uma explosão demo...demo..." "é demográfica, Cirilo. É quando o número de pessoas aumenta" "ah..." "ah! Isso mesmo, Daniel" disse o Jaime "qual o problema, Jaime?" disse a Marcelina "é que tá todo mundo falando ao mesmo tempo, minha cabeça tá explodindo. A gente já tá ficando chato e mal-humorado igual a alguém que eu conheço" ele falou e todo mundo olhou pro Mário, que estava quietinho olhando pro caderno. Eu só fiquei com pena.

"Ah, é por isso que a Laura é tão chata. Por causa da explosão demográfica" disse o Paulo "Não é só o calor e o aumento do número de pessoas que causam o mau humor. Conviver com certa gentinha também" disse a Maju e Paulo mostrou a língua pra ela "a explosão demográfica das cidades causa muito mais problemas" disse o Daniel "quais?" disse a Marcelina "não tem água e comida que dê pra todo mundo" disse o Davi "nem casas" eu falei "nem escolas" disse a Bibi "isso não é nada romântico" disse a Laura "e como as famílias são grandes, não dão amor aos seus filhos" disse a Carmem "mas até em famílias pequenas os filhos são maltratados" disse o Mário triste.