Capítulo 31

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"ô professora, será que eu posso descansar um pouco? é que minha cabeça vai doer de tanto pensar" "Jaime, se quiser passar de ano, vai ter que deixar a preguiça de lado" "mas eu não consigo professora. é mais forte do que eu" "consegue, sim. é só você se esforçar" "professora!" "que foi, Alicia. Está tudo bem?" "mais ou menos" "você se machucou?" "acho que estou com alguma coisa no coração." "minha vozinha já teve isso. é grave" "ah, relaxa, Cirilo. São só gases, eu tenho isso as vezes" disse o Jaime

"não é dor, é tipo um aperto" "como se algo fosse acontecer?" eu perguntei "isso, exatamente. Tô com um pressentimento" a professora foi até a Alicia tentar acalmá-la "que sorte, Alicia. Quem tem pressentimento é tão romântico" "mas esse não é bom, Laura" disse a Alícia "nesse caso, não é nada romântico" "o que você está sentindo?" disse a professora "não sei explicar. Acho que alguma coisa de ruim vai acontecer" disse a Alícia.

Enquanto a professora Helena acalmava a Alícia, eu também senti uma sensação estranha, algo meio desesperador e um aperto no peito "Professora, acho que a Alícia pode tá certa" "o que foi Maria Luiza?" falou a professora se aproximando "eu não sei explicar. Mas eu também senti um aperto no perto e, não sei por que, tô com uma sensação de medo" eu falei e então olhei as cadeiras da Maria Joaquina e da Valéria "acho que aconteceu algo com minha irmã... posso buscar elas? Elas tão demorando" eu falei meio desesperada "*suspiro* ok, vai com a Alícia." Disse a professora e nós duas fomos rapidinho pro laboratório.

A gente chegou e abriu a porta "a professora disse que tá..." disse a Alícia mas ela se interrompeu quando viu o estado da Valéria "o que aconteceu?" "ela tava muito assustada, Alícia. Ela começou... como vocês entraram aqui?" "a porta tava aberta" eu falei "mas, como? A Valéria não estava conseguindo abrir." "ela devia estar tão nervosa que não conseguiu abrir" eu falei colocando o ouvido no coração dela "ela tá viva, Alícia. Só está desmaiada. Avisa a professora Helena" "ainda bem" "vai ficar aqui plantada, Alícia? Vai logo!" disse a Maju e a Alícia saiu correndo pra avisar a professora.

"calma. Lembra do que o papai ensinou sobre primeiros socorros?" "sim" "então vamos começar. Eu vou levantar as pernas dela enquanto você chama ela" "vou afrouxar a gravata dela" disse e a gente fez. "o que foi que causou isso, você sabe?" "não faço ideia. Ela tava muito assustada com alguma coisa, mas não me disse o que era" "calma, vai ficar tudo bem". Pouco tempo depois, a sala toda junto com a professora Helena entrou no laboratório.

"o que aconteceu?" falou a professora ajoelhando e colocando a cabeça da Valéria no colo "eu juro, professora, que a culpa não foi minha." "então me explica o que aconteceu pelo amor de Deus" "ela tava muito assutada, mas não conseguia dizer o que era. Não deu tempo dela falar. Ela tentou abrir a porta, mas a porta não abria" disse a Maria Joaquina "calma, Maria Joaquina" "professora, a gente prestou os primeiros socorros. Mas é melhor tirar ela daqui e chamar meu pai. Ele vai curar a Valéria" eu falei ainda levantando as pernas dela. "Valéria... Valéria, fala comigo. Valéria" disse a professora Helena.

"o que foi? O que tá acontecendo?" "Firmino, a Valéria desmaiou. Me ajude a levar ela pra enfermaria" "pode deixar, eu vou levar" ele falou pegando a Valéria no colo "meninas, fizeram bem em prestar os primeiros socorros. Agora deixem conosco" "tá bom" disse a Maria Joaquina derramando algumas lágrimas.

Alguns de nós resolvemos esperar no pátio, ansiosos aguardando por notícias. Eu estava abraçando minha irmã "eu realmente estava certa. Alguma coisa iria acontecer" "como você sabe?" "eu e a Alícia tivemos um pressentimento quando vocês estavam fora... talvez eu tenha sentido seu desespero" "fiquei mesmo desesperada e assustada. Achei que a Valéria estava mentindo, mas não era" "calma, a culpa não é sua. Ela vai ficar bem".

Então a professora chegou e disse que a gente podia ver a Valéria... mas eu queria ficar com a Maju também. "Maria Luiza... pode lá ver a Valéria. Eu fico aqui com sua irmã" falou a professora "tá bom. Volto logo, irmã" eu falei e fui junto com o pessoal visitar a Valéria. assim que eu entrei o pessoal conversava todo animado com a Valéria.

"oi, Malu. Você veio" disse a Valéria enquanto eu a abraçava "claro que eu viria. Você é minha amiga... A Maria Joaquina também ficou muito preocupada com você" "sério?" disse o Davi "juro por Deus. Ela até chorou... a professora está acalmando ela agora" a Valéria concordou "viu. Lá no fundo, ela gosta de você." eu falei animada que elas finalmente puderam se entender. Depois disso, todos nós fomos pra sala voltar pra programação normal e a Valéria e a Maria Joaquina finalmente fizeram as pazes.

Até as bruxas da diretora Olívia e da professora Matilde entraram na sala exigindo saber quem foi que colocou o CD no som da sala de música e pediram pra gente colocar as mochilas abertas em cima da mesa. "Diretora, acha mesmo isso necessário?" "se o culpado não aparecer, por livre e espontânea vontade, vamos revista-lo até encontra-lo" disse a Diretora enquanto a professora Matilde olhava minha bolsa. Depois a diretora olhou a bolsa da minha irmã e, pra minha surpresa, e de todos, ela achou a caixinha de CD.

"Maria Joaquina, foi você?" "claro que não, diretora. Essa caixinha de CD não é minha!" falou minha irmã desesperada. "desculpa, Maria Joaquina. Eu sei que você é uma aluna exemplar, mas diante disso vou ter que mandar um bilhete pro seus pais" disse a Diretora. Até que a Valéria se pronunciou e disse que foi ela que colocou a caixinha na bolsa da Maria Joaquina e o Paulo que tinha colocado CD na sala de música. A professora Helena então convenceu a Diretora de ser a responsável por punir os dois depois da aula. (salto no tempo, no outro dia)

Nós entramos na sala e vimos a coisa mais inusitada do mundo: a professora Matilde de pijama dormindo em cima da mesa da professora Helena. "vocês tão vendo *risadinha* o que eu tô vendo?" eu falei baixinho pra Maria Joaquina e pra Carmem "sim *risadinha*" elas falaram rindo baixo. "shh. Silêncio, crianças" falou a professora baixinho enquanto ia acordar a professora Matilde "professora Matilde?" "shh" respondeu a Matilde tentando voltar a dormir "está tudo bem?" disse a professora Helena "dormiu na escola, professora?" disse a Valéria.

Ela acordou e viu todo mundo rindo dela. A coitadinha ficou tão assustada que saiu correndo da sala desesperada, enquanto a gente ria da situação, até a professora Helena soltou uma risadinha. Depois de umas boas risadas, a gente foi se sentar "a professora Matilde veio pra escola como zumbi. Será que ela vai dar aula assim?" disse o Paulo rindo "foi muito engraçado. Ela ficou super assustada quando viu a gente" disse a Valéria "parecia eu quando sonhei que vinha pra escola sem calça" disse o Jaime e a gente riu "chega, crianças. Já se divertiram bastante. Vamos começar a aula" disse a professora com um sorriso.

De repente, alguém bateu na porta "iihh. Deve ser a professora com pijama de cortina" disse o Paulo. "com licença" "pode entrar, Firmino" ele então entrou segurando uma gaiola com o pássaro Alegria. "por que você trouxe o Alegria, Firmino?" disse a Laura "ah, crianças temos uma ótima notícia pra dar. Pode falar, Firmino" "o Alegria está curado e pronto pra voar" "AAEEE! Alegria! Alegria!" nós gritamos. "certo, crianças. Se organizem e vamos lá fora soltar o Alegria" a gente obedeceu e fomos pro pátio.

"deve ser triste ficar numa gaiola sem poder voar" disse o Davi "é como a gente fica preso na sala de aula" falou o Jaime "mas na sala de aula a gente tem amigos, não fica sozinho" disse a Marcelina. "o importante, crianças, é que o Alegria é livre a partir de agora" disse a professora Helena. "o que foi, Carmem? Você tá bem?" eu sussurrei "o que? Ah, sim. tô bem" não confiei muito nisso, mas resolvi não falar nada. "vamos contar até três e o Firmino solta" "um!...Dois!...TRÊS!" o Firmino soltou o Alegria e nos despedimos.

Irmã da Maria Joaquina (Daniel x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora