Capítulo 29

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(no outro dia. Ela está de rabo de cavalo e luvas violetas)

"o assunto da aula de hoje são as árvores" "adoro as árvores, elas são tão bonitas, professora. No sitio do meu tio tem algumas que dão frutas tão gostosas" disse a Laura "da madeira da árvore, nós fazemos os móveis. Eu sei disse porque meu pai é carpinteiro" "muito bem observado, Cirilo" "mas tem gente que arranca muita árvore sem permissão. Lá na Amazônia, eles arrancam muito para fazer pasto de gado e pra contrabandear madeira" "o Daniel tocou num ponto muito importante. Isso é conhecido como tráfico clandestino e ilegal de madeira"

"Ou seja, coisa de bandido pra quem não entendeu" "isso mesmo, Paulo. Essas pessoas acabam destruindo o ecossistema do planeta" "eco o que? Não entendi nada" disse o Jaime "deixa que eu explico." Falou a Valéria se levantando "ecossistema é quando você vai num lugar que tem eco e fica gritando: Sistema! Sistema. Sistema. Por isso, ecossistema" "duuurrr" a gente falou. "diga Kokimoto" "o ecossistema é um grupo de elementos que vive numa região, tipo plantas, animais, sol, água, solo, clima... até a bactéria daquele lugar" a professora foi até ele.

"bela leitura do livro, Kokimoto" a gente riu "agora imaginem destruir todas essas coisas que o Kokimoto falou por dinheiro. Sem se importar com o al que fazem a Natureza e às próximas gerações. Por isso pensem duas vezes antes de ficar gastando papel ou apontando lápis atoa" "lá em casa, agente faz bloquinho de papel com folhas que já foram impressas de um lado" "boa ideia, Daniel... diga, Maria Luiza" disse a professora.

"eu aprendi a reutilizar as folhas de rascunho dos meus desenhos" "é mesmo?" "sim, ao invés de jogar fora, eu uso folha pra fazer colagens ou então fazer origamis" "que interessante" "sabe, essas pessoas que arrancam árvores fora da lei são tão antirromânticas. Onde os casais apaixonados vão escrever as iniciais dos seus nomes?" falou a Laura "*risadinha* cada um com seu ponto de vista" falou a professora Helena "as árvores dão o oxigênio que respiramos, sem elas a gente não sobrevive" disse a Maria Joaquina em pé.

"então quer dizer professora que se a gente matar as árvores, a gente morre?" "*riso* calma, Kokimoto, não é pra tanto. É por isso que existe reflorestamento e lembrando que a maior parte do oxigênio que respiramos não vem das árvores, mas sim das algas marinha e de água doce" falou a professora "é 'reflesmento', o que? Aff, de novo essas palavras complicadas" disse o Jaime "reflorestamento. É quando as árvores são plantadas de novo"

"mesmo assim, tem árvores que demoram mais de um século pra crescer" disse o Adriano "é verdade, por isso que temos que fazer nossa parte e cuidar bem da Natureza" falou a Professora andando pela sala. "agora vamos pra atividade. Escrevam porque devemos ser responsáveis sobre o uso da madeira. Depois escrevem o nome de todas as árvores que vocês conhecem. Por último, faça um desenho da que mais gostam" falou a professora se sentando.

De repente, a Valéria fez uma brincadeira na sala que fez a gente rir, até a professora Helena "*riso* diga a Maria Joaquina" "professora, eu só queria dizer que eu não achei graça nenhuma na brincadeira da Valéria. e tem mais, foi de muito mal gosto" "pode sentar, Maria Joaquina. Quem tem que reclamar das brincadeiras da Valéria, sou eu." "eu sei, professora. Eu só disse porque eu não tô conseguindo me concentrar no exercício. A Valéria tá me distraindo"

"certo, agora senta" a Maria Joaquina então obedeceu. "Valéria, de pé" "sim, professora. não atrapalhe mais seus colegas com essas brincadeiras. Fique em silêncio e faça seu exercício" "tá bom, professora" "agora terminem o exercício sobre as árvores. Mas sem se preocupar com os galhos, ou vão se confundir" a gente riu baixinho.

Confesso que esse exercício está mais demorado do que os outros, já que eu demorei um pouco pra escrever os nomes das árvores. Mas agora estava na minha parte favorita, desenhando uma a árvore de cerejeira. Até que eu vi a professora do meu lado "que árvore bonita, Maria Luiza. Que tipo?" "é uma cerejeira, professora. Elas são bastante comuns na Ásia. É uma das minhas favoritas" eu falei desenhando as flores "está ficando bonita...parabéns" "brigada" eu falei.

"psiu, Malu" eu me virei "fala, Valéria" "posso ver?" "tá, mas ainda não tá pronto" eu falei mostrando meu caderno pra aula "uau, que linda. Arrasou. Ainda não cheguei no desenho... vou fazer uma macieira" "legal" "Valéria, será que dá pra você parar de atrapalhar minha irmã" "Maju, para. Ela só estava curiosa. A gente já parou, não foi?" ela revirou os olhos e voltou a ler "desculpa por isso, Valéria" "não tem problema, Malu" Algum tempo depois, o sinal tocou e a gente foi pro intervalo.

Eu estava conversando com a Laura e a Carmem até que a gente viu a Valéria e a Maria Joaquina conversando de uma forma nada amistosa. Até que a Valéria tentou encostar na Maria Joaquina, mas ela tirou a mão "tira essa mãe de mim. Tá me entendendo?" imediatamente fomos pra perto "a Valéria tem razão de estar chateada" disse a Carmem "toda a razão do mundo" disse a Laura "Valéria e Maria Joaquina, por favor se acalmem" "escuta aqui, Laura, vê se come esse sanduíche logo e não se mete. E você também, irmãzinha. Deixa que eu me resolvo com essa bagunceira"

"eu posso ser muito bagunceira, mas você é uma metida que se acha superior a todo mundo! O Jaime foi super legal com você e mesmo assim você falou mal do pai dele!" "isso é verdade, Maria Joaquina" disse a Bibi enquanto mais gente se aproximava pra ver a briga "claro que vão defender ela, são todas da mesma laia" "somos amigas é bem diferente" disse a Laura "e porque você ficou acusando a Valéria pra professora, hein?" disse a Marcelina. "Eu não preciso dar satisfações pra ninguém, muito menos pra você Marcelina" disse a Maria Joaquina.

"agora, você vai ter que eu ouvir uma coisa que tá entalada a minha garganta faz tempo. Vai ter que ouvir sem reclamar" "vai querer me enfrentar, é? Pode falar, pouco me importa" "olha só, Maria Joaquina, a gente só aplicou o castigo do silêncio porque você não é mais nossa amiga" "eu não tô nem aí pra esse castigo. Pouco me importa"

"como você não se importa? Você ficou até com febre" disse o Davi "Davi não piora as coisas" eu sussurrei "escuta aqui, quem mandou você se intrometer na conversa das meninas, hein seu metido?" "o davi não é metido, é nosso amigo" disse a Carmem "olha aqui, Maria Joaquina. Eu vou parar de falar com você pra sempre" disse a Valéria "como se isso fosse fazer falta" falou a Maria Joaquina.

Senti então que as coisas iriam ficar "Cirilo, chama o Firmino. Tô com um mal pressentimento" eu sussurrei pra ele e ele saiu discretamente do pátio "você é orgulhosa, fofoqueira e metida" "e você é uma chata, exibida, tagarela e puxa-saco" "o quê que você disse? repete pra você ver" "Chata. Exibida. Tagarela e puxa-saco. Eu vou acabar com você, Valéria" "pode vir, pode vir. Não tenho medo" "você vai ver, sua idiota" elas então começaram a puxar e empurrar uma a outra e, enquanto alguns incentivavam a briga, eu e o resto das meninas tentamos separar as duas.

Até que o Firmino junto com o Cirilo, o Adriano, o Daniel e o Jaime chegaram e conseguiram separar as duas "meninas! Mas o que que é isso? Parem de brigar. Ninguém deve ofender ninguém, muito menos amigos" disse o Firmino separando as garotas que se encaravam intensamente.

"vocês parem já com essa briga. Se fossem dois meninos eu ainda ia entender, agora duas meninas, francamente" falou o Firmino "Me solta, Firmino" disse a Valéria "calma, calma!... parem já com essa briga. Ou vocês preferem resolver essa treta com a diretora?" "essa folgada que deveria ir pra diretoria. Ela que me provocou, Firmino" falou a Maju "manda essa lambisgoia para de mexer comigo, Firmino. Essa é a maior mexeriqueira que eu já conheci" "é melhor ser mexeriqueira do que puxa-saco" "quem é puxa-saco, quem?" elas iam brigar de novo, mas o Firmino impediu na hora "desse jeito eu vou ter que mandar todo mundo pra diretoria".

"acho que não tem mais jeito" eu falei baixinho me afastando de fininho do pátio, indo direto pra sala dos professores. Bati na porta e abri "licença, professora. posso entrar?" "pode sim" eu entrei e fechei a porta "desculpa o incomodo *suspiro* Mas é que a Maria Joaquina e a Valéria brigaram de novo. Dessa vez mais grave" eu falei "sério, por quê?" "bem, parece que as duas não suportam as atitudes uma da outra... elas poderiam ter se machucado se não fosse o Firmino" "*suspiro* essa história não acaba nunca" de repente alguém bateu na porta "entre" disse a Professora. a porta abriu e o Daniel entrou rapidamente.

"licença, professora... Maria Luiza, o que cê tá fazendo aqui?" "provavelmente o mesmo que você" "*suspiro* que mais poderia ser, né?" "meninos, vocês sabem onde elas estão?" "sim, mas acho melhor falar com as duas pra fazerem as pazes" disse o Daniel "elas podem não ser amigas, mas tem que pelo menos tem que se respeitar" eu falei "*suspiro* eu vou falar sim. Mas quando as duas estiverem mais calmas. Obrigada, pessoal" "professora, só não fala que eu falei. Não quero que pensem que eu sou fofoqueira" "nem eu" "Maria Luiza, Daniel, isso não é fofoca. É um conflito entre as duas que eu preciso resolver. Fiquem tranquilos" "obrigada, professora" "valeu, professora" disse o Daniel e a gente saiu.

Irmã da Maria Joaquina (Daniel x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora