A Secretária Virgem

4. Padrasto

Minha tia Victória havia desligado a chamada e eu ainda permeci em choque tentando assimilar tudo. Como que aquele desgraçado saiu da cadeia depois de tudo? Como que justiça libera isso? O tanto que minha mãe e eu sofremos na mão daquele infeliz para acontecer nada, pra ele ficar na cadeia por alguns meses e sair... estou achando que só vou ter paz quando ele também estiver a 7 palmos do chão.

Seguro o choro, pois a vontade de chorar estava incontrolável e tudo o que agora vou fazer sei que tenho que ter cautela. Estou pensando na minha faculdade nos meus sonhos, ele sabe que eu tinha esse sonho de ser dentista e sabe muito bem quando me inscrevi na faculdade, e sabe onde estudo. Não estou segura em nenhum outro lugar, e não ter amizades e nada nessa cidade me angustia.

Tento fazer meu trabalho normalmente mas a cada segundo eu lembro daquele cretino e morro de medo de encontrá-lo.

A tarde eu resolvi ir ao banheiro que fica um pouco para frente do corredor.

Passei pelos banheiros e entrei em um, fiz minha necessidade e saí do banheiro indo em direção a pia, estou pensando distraída em todas as coisas que estão ocorrendo ao meu redor. Abro a torneira e me agacho para passar uma água no rosto, quando me levanto para secar meu rosto sinto aquelas mãos em minha boca abafando meus gritos, sinto ele atrás de mim, sinto aquele cheiro insuportável de vodka que ele bebia, sentia sua outra mão na minha cintura e me prendendo ao seu corpo.

Ao observar no enorme espelho estava ele, atrás de mim e com um sorriso enorme no rosto, tentei gritar, ele me arrastou até a parede e se encostou nela, tento a qualquer custo me soltar desse infeliz.

- que saudade que eu estava de você Valerie- disse cheirando meus cabelos.
- eu te avisei que não ficaria lá por muito tempo- riu - eu não suportaria ficar sem te ver nem por alguns meses, foi uma tortura ficar sem vc por todo esse tempo - suas mãos foram direito aos meus seios, e acaricia o local com fúria.

Estava chorando, a cada toque a cada frase, eu quero ele longe de mim.

- fiquei sabendo que já começou a faculdade, e conseguiu esse emprego, vc nem imaginou mas eu consegui te achar rapidinho, mesmo vc saindo do interior e vindo pra esse lugar. - beija meu pescoço. tento sair mais uma vez - quieta, quietinha, alguém pode nos ouvir - eu quero pedir socorro, fazer barulho, quero que alguém entre e me tira dos braços desse assassino.

Sua mão esquerda abaixou e foi entre minhas pernas, eu não quero que ele encoste em mim, eu quero matar esse merda.

Percebi que quanto mais me mexia ele me prendia mas quando eu parava um pouco ele afrouxava, não sou uma tola, então me mantive quieta por um tempo só escutando ele falar coisas obscenas no meu ouvido, dizendo que eu era dele e que não seria de mais ninguém, fiquei quieta sentindo seu toque nojento por baixo de meu vestido, até ele pensar que eu estava sedendo aos seus toques e quando isso aconteceu meti meu cotolovelo no pau dele.

Senti seus braços me largarem e ele cair no chão

- seu doente de merda - abro a porta e saió gritando por socorro.
Todos que estavam fazendo seu trabalho se virou e olhou pra mim.

- por favor alguém me ajuda - pedi chorando. Seguranças entraram dentro do banheiro e antes que entrassem o maldito saiu correndo pelos corredores, Seguranças foram direto atrás dele.

Eu caí no chão, estava em choque so queria chorar, aquele desgraçado sempre me deixa assim, eu já estava superando.

Senhor hermans estava olhando atentamente pra mim e conversando com meu chefe Kenam, eu não conseguia ouvir e nem queria saber o que se tratava.

Karla se aproximou de mim e me abraçou, ela não perguntou nada apenas me deu um abraço e era isso o que precisava, Karla é tão prestativa. Me aconchego no seu abraço como se isso fosse um refúgio pra fugir, estou com tanta saudade de minha mãe e tanta tristeza por ela estar morta e seu assassino vivo.

Sim esse desgraçado matou a minha mãe.

- vc quer uma água? - Karla diz. Fui me levantando junto a ela.

- o que aconteceu no banheiro? - Senhor hermans se comunicou. Me viro e o olho, está sério. Limpo a lágrima que acabara de cair.

- ele, ele tocou, ele está querendo se vingar de mim - agora sim eu posso dizer que chorei igual criança. Ele não disse nada, apenas se virou e saiu pelo elevador.

Quebra de tempo

Consegui me acalmar. Meu chefe kenam dizia que eu podia ir embora se eu quisesse mas nem sei se vou pra casa, onde eu vou, eu não estou segura... eu disse que ficaria, pois o canalha sabe onde eu moro e os lugares que frequento, kenam apenas concordou e disse que iria pensar numa forma de me ajudar, apenas agradeci com um sorriso forçado mas sincero.

Kenam não parecia ser mais o carrasco que parecia ser quando o vi pela primeira vez, está sendo muito atencioso e bom comigo.

Já senhor hermans nem o vi depois que ele falou comigo, na verdade ninguém viu, ele apenas saiu sem dizer onde estava indo a ninguém, nem Kenam sabe onde está.

Quebra de tempo

A hora de ir embora havia chegado, e eu pesquisava lugares onde eu podia me abrigar, eu nem sequer pisaria mais na faculdade enquanto aquele canalha não for preso novamente, ou ser morto.

- venha na minha sala agora - senhor hermans disse me fazendo assustar, sem hesitar vou atrás dele. - sentei a sua frente.

- mal entrou aqui e já esta me dando trabalho... - abaixei a cabeça, estava envergonhada, apesar de ele ser escroto estava certo, tem apenas 3 dias que eu estou aqui e dei tanta confusão. - mesmo assim, odeio injustiça com mulheres, e não admito que nenhum homem toque em uma sem o consentimento dela. - Fui concordando com a cabeça - sei que não está segura, mas eu posso ajudar quanto a isso - olhei para ele, seu olhar estava em mim a penetrantemente, fiquei com vergonha novamente e voltei a posição de antes.

- para sua segurança resolvi manter vc trabalhando em minha casa, isso apenas se quiser.

- não quero dar trabalho

- estou solucionando seu problema, lá vc vai estar segura, só depende de vc aceitar ou não.

Acabei aceitando a ajuda de senhor hermans e fui com ele para sua casa, ele me explicou a forma e os horários que iria trabalhar, ele foi rígido e direto quanto as regras e deixei claro que vou cumprir todas.

Antes de ir a casa dele fomos até meu apartamento e ele não subiu pediu para seus seguranças me acompanharem e peguei minha roupas e outros itens essenciais, daí sim seguimos para casa enorme de hermans.

Ao chegar na sua enorme casa, avisto seu jardim, com flores linda e magníficas e sua casa era linda por foras, com cores clara e neutras ao mesmo tempo mas muito equilibrada, aquilo era uma mansão e eu sabia que se não tivesse um mapa iria me perder naquele lugar.

Saindo do seu carro hermans apressou o passo e me deixou com a empregada da casa Emília.

Ela me apresentou a casa e onde eu dormiria que por sinal era lindo. Tomei um banho que no meu quarto havia, e deitei na cama exausta e um pouco nervosa do que viria amanhã.