A imagem de Jimin caçando conchinhas na praia com seus irmãos mais novos era, provavelmente, a melhor coisa que tinha visto naquele mês. O ômega o carregou por todos os cantos da ilha; visitaram o túmulo de antigos moradores por quem o jovem nutria carinho; eles foram até a plantação do pai de Jimin; tomaram banho seminus numa cachoeira mais afastada da zona urbana da ilha; caçaram trufas juntos e Jimin o mostrou quão alto conseguia escalar no salgueiro próximo a propriedade dos Park.
No último dia deles na ilha, Jimin decidiu ficar com seus irmãos, então se despediu da família e no outro dia bem cedo zarparam no barco que levava de volta até a grande cidade em que moravam. Nesse dia, Jimin pareceu triste e silencioso, mas Jungkook o permitiu um momento de melancolia antes de atracarem no porto. Quando chegaram, o alfa recolheu as correspondências na caixa de correio deles no saguão do prédio, notando o brasão familiar dos Jeon ali impresso. A marca d'água era inconfundível.
Suspirou e seguiu Jimin até o elevador, esperando chegar em casa para dizer:
— Meu avô me mandou uma carta — Jimin o olhou, retirando os sapatos oxford de salto e começando a desamarrar as pregas da sua roupa.
— O que ele escreveu?
— Ainda não tenho certeza, mas provavelmente está nos convidando para um jantar — Jungkook soltou um longo suspiro, abandonando as malas na porta de entrada e se jogando no sofá.
— Quer que eu pegue o abridor de cartas? — o garoto perguntou, começando a subir o lance de escadas.
— Não precisa, já vou subir também. Vai tomar banho?
— Sim — Jimin sorriu maroto para o noivo, abrindo a porta do quarto. — Quer vir comigo?
Jungkook sorriu de volta, desabotoando a camisa enquanto caminhava na direção dele.
***
— Prezado Neto Real, apesar da sua negligência quanto aos seus deveres como membro da família, peço que compareça ao meu palácio neste fim de semana para um jantar e traga com você seu noivo, a fim de que possamos conhecê-lo. Assinado, afetuosamente, seu avô Rei Consorte Viúvo, Kwak Tae-choo — Jungkook terminou de ler a carta, pondo na cabeceira da cama.
— Ele parece estar cobrando sua atenção. Você não visita sua família com frequência? — Jimin comentou, brincando com o cordão da calça do pijama do alfa, deitado sobre suas pernas grossas na cama de casal que estavam dividindo há várias noites.
— Você não conhece muito bem minha família, não é?
— Eu sei que seu pai ômega era um príncipe e se casou com o filho mais velho falecida Marquesa Jeon.
— Meu pai ômega morreu ainda quando eu era um bebê, e meu pai alfa ficou muito ocupado com suas obrigações militares, então quem me criou foi o Rei Consorte Kwak, que na época estava recém viúvo, de luto pelo filho ômega mais novo e seu filho alfa acabava de acender ao trono. Por estar solitário meu avô acabou se apegando muito a mim, de uma forma um pouco... Bem, nada saudável. Ele acabou se tornando um ômega maníaco por controle e superproteção.
Jimin ergueu os olhos para encarar seu noivo, se sentindo um pouco apreensivo.
— Você acha que ele não vai gostar de mim?
— Não acho que isso vai acontecer. É muito mais provável que ele te ame mais do que qualquer outro parente meu, mas aí é que está o problema. Ele vai tentar te proteger também, a ponto de ser sufocante...
— Ah... — Jimin exclamou, sem saber exatamente como reagir a aquela informação.
— Não se preocupe muito, só... Tente traçar um limite bem definido, para que meu avô não passe dos limites, tudo bem?
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Epitáfio • jikook
Fiksi PenggemarJimin e Jungkook tiveram o casamento do século. Se casaram numa basílica linda, moram numa propriedade grande e luxuosa, tem tudo que o dinheiro pode comprar. No entanto, após cinco anos de casados, Jimin não está satisfeito com o rumo do seu relaci...