Como dito, Sink realmente saiu depois de me deixar em casa na noite passada, talvez eu esteja irritada com essa situação, mas finjo não me importar, e torço para que esse mês acabe rápido.
Jogo os lençóis para o lado e saio da cama, permitindo que meus pés entrem em contato com o piso gelado. Abro as cortinas, vendo atrás do vidro das portas a lua se destacar no seu escuro.
Passei o dia todo no quarto, não sai para nada, apenas fiquei sobre a cama mexendo no celular. Ninguém veio me perturbar, o que eu agradeço, mas agora, meu estômago pede por algo.
Vou em direção a porta e a puxo, saio no corredor ainda descalça e desço para a sala. As luzes ainda se encontravam acesas, o que é surpresa, já que nessa hora está tudo escuro.
Vou em direção a cozinha e vejo Melinda parada, atrás da parede perto da entrada da cozinha. Franzo a sombrancelha confusa, mas logo entendo que ela está escutando uma conversa.
Sua cabeça se vira, me vendo se aproximar, ela se afasta da parede e vem até mim, com um semblante estranho.
— querida, achei que estava dormindo — sorri.
— estou com fome, vou dar uma passadinha na cozinha — sorrio minimamente para ela e atravesso a entrada da cozinha.
Os dois seres que conversavam calmamente sobre a bancada, viraram o rosto em minha direção, Sink colocou a xícara sobre a bancada e me encarou com seus olhos azuis friamente. O homem ao seu lado era o senhor da noite passada.
— Olá, querida — me aproximo deles e me sento do lado dele, mesmo sabendo que há um lugar perto de Sadie.
— desculpe por ontem — falo e ele sorri, e seu olhar novamente desce para meu colar.
— está tudo bem, isso acontece, eu também já deixei várias coisas caírem em eventos assim — ele leva a xícara até a boca.
— imagino que esteja com fome — Sadie fala, trazendo minha atenção pra ela. — vou chamar Melinda — se levanta e sai da cozinha.
— sabe, seu colar me lembra o da minha filha — ele começa a falar, enquanto mexe a pequena colher no líquido quente.
Olho pra ele curiosa, mesmo não estando afim de saber sobre sua filha, que com certeza é uma garota mimada.
— a mãe dela a levou, desapareceu do mapa com a menina, nunca mais soube dela — seu semblante é triste, o que me causa um desconforto por ter pensado algo horrível de sua filha.
— oh, eu sinto muito — ponho a mão sobre o colar. — minha mãe me deixou em frente os portões do internato de submissas quando eu tinha apenas dois anos, nunca soube nada do meu pai e até agora não sei seu paradeiro, eu completei dezoito não faz muito tempo, então eu conheci a Sadie — falo tudo e ele me olha atentamente.
— passou por muita coisa com apenas dezoito anos, menina — sua fala soa com tristeza.
— minha menina, sabe o que irá querer comer? — Melinda surge na cozinha, agradeço já que não sabia mais o que dizer.
— bolo? — abro um sorriso para ela como uma criança, ela balança a cabeça e começa a mexer nas coisas.
— então, Sadie estava me contando que irá embora daqui um mês — olho para ele, surpresa por Sadie dizer a verdade. — já tem para onde ir? — pergunta.
— hum, não — confesso.
— tenho uma proposta para você, claro, só aceite se quiser. Faço parceria com a empresa de Sadie, talvez você queira trabalhar por lá, não sei, e te ofereco um apartamento espaçoso pra você ficar, e então? — ele sorri.
Olho para minhas mãos pensando sobre isso, Mike já havia me dando a proposta do trabalho e eu pensei bastante hoje, talvez seria uma boa aceitar, mas já o apartamento seria demais.
— sobre o trabalho, já me ofereceram um lugar na empresa da Sink, mas sobre o apartamento eu não sei se posso aceitar — falo, vendo Melinda concentrada no que estava fazendo.
— por favor, aceite, é de coração, eu gostei muito de você, menina, você me lembra minha filha — ele diz.
— tudo bem, quando eu for embora, peço para alguém entrar em contato com o senhor, tudo bem? — ele sorri mais ainda, feliz com a minha decisão.
— tudo bem, menina, eu tenho que ir agora, fique bem — ele se levanta e deixa a cozinha.
⛓️
Depois de comer, saio da cozinha, fiquei bastante tempo conversando com Melinda sobre a vida, então já passa das onze da noite. Passo pela sala, vendo a tv ligada e Sadie jogada no sofá, a tv estava ligada para a parede, já que a ruiva estava encarando o teto pensativa.
Encaro ela e a escada ao meu lado, penso em subir e me trancar no quarto, mas ao invés disso meu corpo se movimenta em direção ao outro sofá. Me sento e encaro a tv calada, mas logo viro o rosto para olhar para Sink, que agora ajeitava sua postura.
— aproveitou a noite ontem? — me escoro no sofá.
— está interessada? — pergunta, levantando e vindo em minha direção.
— não, meu amor, só quero saber se aproveitou, deve ser muito cansativo essa vida do crime e ainda ter um peso dentro de casa — falo e ela me olha sem entender.
— o que está insinuando? — questiona, sentando ao meu lado.
— nada, estou apenas tentando conversar — ela se escora no sofá também, deito minha cabeça em seu ombro enquanto olho para a tv.
— ainda pensa ir embora? — questiona.
— sim, não há nada para mim aqui.
— você sabe que não irá se livrar de mim, não é? — ouço o que ela fala, já sentindo o sono me dominar.
— vamos colocar um fim nessa história, Sadie, isso não ira nos levar a lugar nenhum, você não tem nada para me oferecer a não ser sexo e eu preciso de uma vida, não sentimos nada uma pela outra — bocejo, colocando as pernas para cima do sofá.
Por um momento tudo fica em silêncio, como se ela tivesse assimilando tudo que eu disse. Fecho meus olhos e sinto o sono vencer, mas antes, ouço ela falar:
— eu não deixarei você em paz, Sophie, eu te perseguirem até você ser minha novamente, e que Deus tenha piedade das pessoas que ousarem em tocar em você, porque que tô simples obcecada por você, garota — sua voz soa calma e bem baixa.
Quem é vivo sempre aparece.
Talvez há um salto temporal no próximo cap.
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totalmente submissa | Sadie Sink
FanfictionSophie Bianchi é uma jovem que foi enviada para um internato de submissas quando tinha apenas dois anos de idade. Ao longo dos anos, ela foi obrigada a aprender como ser uma verdadeira submissa. Às vésperas de completar dezoito anos, Sophie sente-se...