A pior sensação é você não saber nada sobre seu passado, apenas que foi deixada com dois anos em um internato de submissas. Mas porquê? Por que me deixaram em um lugar horrível como esse? Isso nunca fará sentido para mim.
— Sophie? Está prestando atenção em suas colegas? — sinto a mão da professora pousar em meu ombro, viro o rosto para ela e concordo com a cabeça.
A mulher de cabelos castanhos e curtos sorri e se vira para voltar ensinar minhas colegas de classe.
O internato de submissão suprema, além de ter aulas para ser uma submissa perfeita, temos aulas normais. Somos obrigadas a andar na disciplina, ter modos e falar vários idiomas.
Paro de pensar nas mesmas coisas de sempre e presto atenção nas garotas que tocavam. Todos tocavam perfeitamente, principalmente Samantha, que tinha sua atenção totalmente na guitarra em suas mãos.
Minha colega de quarto e minha melhor amiga era totalmente apaixonada em guitarra, sempre fazia questão de dizer que quando finalmente sair daqui, teria mais de cinco.
O sinal estridente toca, indicando que a terceira aula havia acabado. Solto um suspiro só de lembrar que a tarde teria as malditas aulas de submissão.
— hey! Eu toquei muito, pode falar — levanto o olhar para a garota de cabelos descoloridos a minha frente.
Ainda não acreditava que Samantha conseguiu descolorir seus cabelos, que antes um loiro bem escuro, agora era um loiro chamativo.
— claro que tocou, foi perfeita como sempre — levanto da cadeira e jogo meu cabelo para trás.
— você tá estranha, o que aconteceu? — pergunta, travando a mão em meu pulso.
Franzi o cenho e a encarei, eu estou normal, não estou?
— nada, agora vamos — soltei meu pulso e puxei seu braço para fora da sala.
— seu aniversário é amanhã, que tal darmos uma fuga hoje? —seu sorriso travesso era nítido, balancei a cabeça negando, já sentia que não ia dar bom.
— nem pensar, Sam — entro na sala e posso sentir a garota caminhar atrás de mim com os braços cruzados.
— você vai mudar de idéia — sussurra assim que se senta.
Não dou ouvidos a ela e cruzo os braços sobre a mesa, apoio minha cabeça sobre eles e fecho os olhos.
⛓️
Me remexo na cama, incomodada com a sensação estranha que me dominava. Sinto algo tocar em minha perna, mas mantenho os olhos fechados, achando que era só uma alucinação.
O toque em minha perna desliza até pousar em minha coxa, sento na cama em um pulo, assustada. O como estava escuro e Sam não se encontrava. Encarei a mulher a minha frente e logo desviei para o homem que estava olhando pela fresta da cortina.
— que porra você acha que está fazendo?! — por um pouco, minha voz sairia como um grito.
Arranco sua mão nojenta da minha coxa e me sento na beira da cama. O quarto ficou em silêncio até a mulher sentada ao meu lado soltar uma risada.
— que boquinha suja, não é? — fala, se levantando.
— deveria ser punida por isso, mas para sua sorte, gracinha, não temos tempo para isso — graças a Deus.
— e o que vocês querem aqui? — pergunto, sem paciência nenhuma.
— Margot pediu para te chamar, ela quer você na sala dela — disse breve, e logo saiu do meu quarto.
Suspiro e xingo todas as gerações dos filhos da puta que estavam no quarto. Saio do quarto as pressas, batendo a porta sem querer, caminho em passos rápidos, quase correndo até a sala de Margot, ela não toleráva atrasos.
Assim que cheguei em frente sua sala, bati na porta e ela logo foi aberta por Margot. Entrei em silêncio em sua sala e observei a mulher sentar em sua cadeira calmamente.
— querida, Sophie — um suspiro pesado escapou de seus lábios. Suas se cruzaram sobre a mesa e seu olhar penetrante me encarou. — parece que é seu dia de sorte, há uma dominadora há sua espera amanhã, e veja pelo lado bom, o nome da sua família é super importante para esse internato.
Por um momento senti todo o ar do meu pulmão escapar, meus pelos arrepiarem e meu corpo congelar. Havia alguém a minha espera? Eu não iria poder sair desse maldito lugar e ficar livre?
— o que?! Como assim?! Por que logo agora?! — gritei, sem acreditar no que acabei de ouvir.
— não grite! — se levantou. — você irá com ela querendo ou não, você é dela agora e não tem o que fazer, você entendeu, Sophie? — perguntou, se inclinando sobre a mesa. — você sempre foi a mais desobediente daqui, eu realmente estou surpresa por ela te querer mesmo depois da ler sua ficha — sentou-se novamente.
Eu sentia vontade de chorar, de gritar, de fugir, de tudo!. Eu não queria isso, era tão difícil de entender?
— amanhã de manhã ela vira te buscar, tenha modos, Sophie, seja uma boa submissa — disse por fim.
Sai da sua sala, mas antes fiz questão de bater aquela maldita porta. Corri para meu quarto e me joguei na cama, deixei as lágrimas caírem sem parar.
Escutei o rangido da porta sendo aberta e me encolhi, abracei o travesseiro e engoli o choro. Senti o colchão afundar atrás de mim e uma mão pousar sobre meu cabelo.
— o que foi, Sophie? — a voz de Sam surgiu baixa perto de mim.
— nada — murmurei, mentindo.
— não minta para mim, eu sou sua amiga — passou a mão pelo meus fios de cabelo.
— arrumaram um dominador para mim, ou melhor, dominadora — falei amargamente.
A garota atrás de mim permaneceu em silêncio por alguns segundos.
— eu sinto muito, eu não gosto de te ver assim, que tal irmos para aquele lugar? — perguntou, me virando para encarar ela.
— você é muito chata — soltei uma risada e ela revirou os olhos. — meu último dia com você, podemos ir — falei e ela me ajudou a levantar.
— vai se arrumar, não demora — me empurrou em direção ao banheiro.
Suspirei e entrei no banheiro, meus planos para essa noite era esquecer totalmente de tudo.
Deixa a merda da estrelinha, obrigada.
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totalmente submissa | Sadie Sink
أدب الهواةSophie Bianchi é uma jovem que foi enviada para um internato de submissas quando tinha apenas dois anos de idade. Ao longo dos anos, ela foi obrigada a aprender como ser uma verdadeira submissa. Às vésperas de completar dezoito anos, Sophie sente-se...