°Clima° MR 17

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Exalei profundamente ao chegar diante de um condomínio repleto de residências imponentes. Ao me aproximar da portaria, pressionei o interfone, e, para minha surpresa, foi o próprio porteiro quem atendeu.

- Visita? - Ele me examinou atentamente, uma caderneta em mãos.

- Sim, estou procurando por Matías Rojas - respondi, tentando disfarçar meu nervosismo enquanto enfiava a mão no bolso.

- Matías? - murmurou ele, recolhendo-se à sua cabine. Observando-o se mover até o computador, percebi sua rápida consulta antes de retornar ao meu campo de visão. - Lamento, mas Matías não se encontra em casa no momento.

- Entendo... - murmurei, desapontado, e pedi-lhe que avisasse sobre minha visita.

Virando-me para partir, com os ombros caídos, minha marcha lenta rumo ao carro foi interrompida por um encontro inesperado. Alguém me esbarrou, espalhando o conteúdo de uma sacola pelo chão. Ao erguer o olhar, meu coração saltou: era Matías. Ele se agachou para recolher seus pertences e, ao me reconhecer, indagou:

- Como encontró onde moro? - Seu olhar alternava entre mim e o majestoso condomínio.

- Você está bem? - Encarei-o diretamente, mudando rapidamente de assunto. - Hoje não vai ao treino?

Ele deu de ombros, um gesto despreocupado.

- Es porque iria? - Sua atenção se voltou para mim, e seguimos em direção à entrada do condomínio. - Mas me diga, o eso te trae aqui?

Antes de cruzarmos o portão, Matías fez uma pausa, carregando três sacolas que me permitiram espiar brevemente - era comida.

- Por que, Rojas? Você chegou a ouvir a mensagem que deixei? - Minha voz carregava uma mistura de ânimo e melancolia.

Ele suspirou, baixando o olhar.

- Sí, ouvi. E, como sempre, tu no puedes evitar mencionar o Roger.

- É essa a razão da sua irritação? - perguntei, enquanto ele se dirigia ao interior do condomínio. - Isso te incomoda tanto assim?

- Francamente - Rojas digitou algo no leitor de acesso e o portão se abriu. - Você en realidad no compreende, não é?

- E não posso sequer conhecer onde você mora? - protestei, vendo-o fechar o portão com um olhar reprovador em minha direção.

- Sabe, seria mas facil se você simplemente se identificar ao porteiro - disse Rojas, virando-se e caminhando para dentro.

Determinado, aproximei-me da cabine e forneci meu nome completo e RG ao porteiro. Para minha surpresa, ele me permitiu a entrada.

Consegui alcançar Matías, que seguia adiante sem olhar para trás, e me mantive a seu encalço.

- Por que eu? - questionei, confuso, enquanto apressávamos o passo.

- En verdad, eu meio que esperado por eso - admitiu Rojas, parando diante de uma casa moderna e elegante, a primeira logo na entrada do condomínio. - Seu nome já él era na lista de visitantes autorizados.

- Esta é a sua casa? - Olhei para a estrutura com admiração e um sorriso tímido.

- Si es.

Ele avança até a entrada, destrancando-a com uma chave retirada do bolso. O aroma que preenche o ambiente é inconfundivelmente o mesmo que Matías carrega consigo, um reflexo da casa que é grande e espaçosa. As luzes amareladas adicionam um toque acolhedor ao espaço que, apesar de ligeiramente vazio, tem seu charme. Rojas lança as chaves sobre uma mesa próxima à porta e me conduz à cozinha, um espaço dominado pelo cinza. Ele deposita as compras na pia, enche um copo de água e me estende. Aceito.

MY MIND- MATIAS ROJAS &YURI ALBERTO⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora