°Amores° MR 15

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Ouço batidas suaves na porta do meu quarto. Lentamente, abro os olhos, despertando de um sonho estranho. Com esforço, ergo a cabeça do travesseiro.

- Está aberta - grito, antes de afundar minha cabeça no travesseiro novamente.

A porta se abre e se fecha com um movimento suave. Sei quem é, não há necessidade de olhar.

- Trouxe algumas coisas para comermos, quer? - pergunta Caio, aproximando-se da cama.

Me ajeito na cama, deitando-me de costas, e vejo meu irmão.

- Que horas são? - indago, alongando-me.

- São oito e quarenta - ele responde, sentando-se ao meu lado. - Você está bem? Dormiu a tarde inteira. Quando entrei, perguntou pelo Roger.

Suspiro.

- Caio, você tinha razão - digo, sentando-me ao seu lado e abraçando o travesseiro em meu colo. - Por que homens homossexuais agem assim? Nos entregamos e eles simplesmente nos abandonam.

- Roger?

- Rojas.

Caio coloca a mão em meu ombro e sorri, tentando me confortar.

- Ele não te abandonou, ele só viajou. Há uma grande diferença.

- Mas ele partiu sem avisar, sem dizer uma palavra. Foi para o Paraguai e me deixou aqui - digo, esfregando os olhos.

- Você não está sendo honesto - Caio ri. - O que me diz da passagem de avião que você rasgou?

Surpreso, retiro a passagem amassada do meu bolso.

- Mas por quê? - questiono, confuso.

- Pergunte ao Matias - aconselha Caio, sério, retirando a mão do meu ombro.

- Ele não responde minhas mensagens, nem atende minhas ligações. Estou perdido - confesso, virando-me para encarar Caio, que me olha com preocupação.

- Sabe de uma coisa? - diz ele, levantando-se. - Vamos sair, espairecer um pouco.

- Para onde em uma quarta-feira, quase às nove da noite? - pergunto, ainda atordoado.

- Que tal uma aventura gay? - Caio sorri, pegando o celular. - Olha só esse bar em São José dos Campos, é aqui perto. Vamos?

- Eu, ei, espera - protesto, tirando o celular de suas mãos. - Não posso me expor assim.

- Leia sobre o bar - ele insiste, ainda sorrindo.

"Atenção: entrada apenas para maiores de 18 anos. É EXPRESSAMENTE PROIBIDO TIRAR FOTOS! Aqui, você vive a experiência livre de câmeras." Leio a descrição, que está logo abaixo das fotos do bar.

- Atenção, a entrada é permitida apenas para maiores de dezoito anos - leio em voz alta, coçando a garganta. - Senhor Caio...

- Mas que porra - Caio resmunga, arrancando o celular da minha mão. - Vá se trocar, eu dou um jeito.

- Caio - chamo com a voz firme, mas ele se vira e me ignora, deixando o quarto.

Sento-me na cama e pego meu celular. Sem novidades, desligo-o novamente e olho para meu closet.

- Por que não tentar? - murmuro, com um sorriso malicioso.

De alguma forma, passamos pela segurança sem problemas. Caio entrou tranquilamente, nem pediram sua identidade. O bar estava movimentado, com luzes coloridas e cerca de sete homens bêbados e mal vestidos na pista de dança.

Estou vestido com uma camisa social preta de botões, calça cargo preta e tênis Nike, complementando com uma gravata borboleta vermelha. Meu irmão escolhe uma camisa Vans vinho, bermuda cargo e tênis Nike vermelho, adornado com uma corrente de cruz.

MY MIND- MATIAS ROJAS &YURI ALBERTO⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora