°Me gustas° MR 23

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- Passa! - gritei para Wesley, mas ele me ignorou e chutou a bola.

Revirei os olhos e cruzei os braços. Já estávamos no Beira-Rio; o estádio estava lotado, especialmente agora que estávamos mais próximos do jogo. Não vi muito Gabriel desde que fui para o CT do Inter hoje... Vim direto para cá, e sei que ele e Ysis estão por aqui, de algum lugar me observando.

Bom, ainda tínhamos meia hora até o jogo começar e estávamos no aquecimento. Ainda ouvia vaias da torcida, mas isso não me incomodava muito; até achava meio incrível.

- Acho que o Wesley está bravo comigo - comentei quando Renato se aproximou.

- Por quê? - ele perguntou.

- Fui um pouco rude com ele. Será que estou tão diferente assim? - olhei para Renato, que sorriu e pôs a mão na cintura.

- Cara - ele abaixou a cabeça - você nunca foi o mesmo depois do seu fim de relacionamento. Mas desde que conheceu Matías, você vem melhorando - ele pôs a mão no meu ombro e apertou - o tempo cura tudo. Claro, você não é mais o mesmo de antes, mas está melhorando.

- Eu espero - respondi, olhando para ele - vem, vamos jogar - o puxei e começamos a correr.

Depois do aquecimento, voltamos para o vestiário e formamos um círculo. Meus braços estavam entre Renato e Roni; o primeiro a falar sempre era o Cássio.

- Jogo fora - começou Cássio - jogo difícil, mas vamos tentar garantir essa vitória. Não podemos deixar os caras chegarem; são muitos anos sem vitórias nossas. Temos que lutar como se estivéssemos em casa. Força, aqui não é brincadeira; aqui é Corinthians.

Não costumo dar discursos, mas dei um passo à frente, soltando Roni e Renato. Todos me olhavam e se entreolhavam, e eu sorri.

- Hoje é dia de garra, luta e determinação. Temos que avançar, defender e lutar pela nossa vitória. Sangue quente, pessoal - disse, passando o olhar por todos - estamos numa fase não muito boa, mas nosso próximo jogo é decisivo. Então, temos que ir com tudo. Espero que mandem bem. Vamos lá, aqui é Corinthians.

Todos aplaudiram e eu retomei meu lugar. Separamos o círculo e peguei meu uniforme para começar a me vestir. Olhei para o relógio e respirei fundo; já estávamos formando fila para sair.

Vou em direção a todos, cumprimentamos as crianças e nos alinhamos na fila. As crianças se posicionam ao nosso lado, e para minha surpresa, vejo Ysis entre elas.

Sorrio para ela, a abraço e a seguro no colo enquanto entramos no campo. Não trocamos palavras, apenas nos acomodamos e fecho os olhos enquanto o hino nacional começa a tocar.

Quando o hino termina, coloco Ysis no chão e a abraço.

- Cuide do Gabriel - sussurro em seu ouvido antes que a mulher venha buscar as crianças.

Cumprimentamos todos os jogadores. Maurício sorri para mim e aperto sua mão firmemente. Cumprimentamos os árbitros e então nos dirigimos para nossos lugares no campo.

Levanto minhas mãos e faço minha oração habitual antes de me posicionar. O chute inicial é dado pelo time adversário.

O árbitro apita.

Com a torcida fervorosa do Internacional, cada movimento meu é acompanhado de vaias. Sorrio levemente diante do grito de "vai tomar no cu, Yuri Alberto".

Em poucos minutos de jogo, Maurício lança a bola para Cássio, que realiza uma defesa espetacular. Batemos palmas e ele comemora conosco, como de costume.

- Cara, tenta por cima - faço um sinal para Fábio, que assente com a cabeça.

Avanço quando a bola é passada por Fábio Santos, mas é Renato Augusto quem a recebe. Ele chuta em direção ao gol, e corremos para comemorar. Pulo em cima dele e somos envolvidos por abraços de celebração.

MY MIND- MATIAS ROJAS &YURI ALBERTO⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora