MY MIND- MATIAS ROJAS &YURI ALBERTO⚣

°RG 16°

Ｔｕｒｂｕｌêｎｃｉａｓ ｄｏ Ｃｏｒａçãｏ: Ｅｎｔｒｅ ｏ Ｃａｍｐｏ ｅ ｏ Ａｆｅｔｏ-Capitulo 16

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•|𝚁𝚘𝚐𝚎𝚛 𝙶𝚞𝚎𝚍𝚎𝚜|•
O calor abrasador percorria freneticamente minhas veias, e eu mal conseguia recuperar o fôlego após a emocionante partida. A sensação em meu corpo era um misto de exaustão e euforia, já que a classificação do Brasil na Copa do Corinthians era motivo de imensa felicidade e animação para todos nós.

Enquanto o suor formava pequenos riachos em meu rosto, eu sentia cada batida acelerada do meu coração. A vitória tinha um sabor especial, e eu estava imerso nesse sentimento glorioso.

No entanto, o meu sorriso foi momentaneamente apagado por uma cena desoladora. Lá estava Yuri, sentado no vestiário, um olhar vazio e desamparado refletido em seus olhos que se encheram de lágrimas. A melancolia em seu semblante contrastava fortemente com a euforia do campo.

-Yuri- Chamo ele, ao erguer meu olhar.

Ele permanece em silêncio, o rosto expressando uma mistura de tristeza e angústia. Seus olhos, vermelhos e inchados, denotam o peso emocional que ele está carregando. As lágrimas ameaçam escapar a qualquer momento, refletindo a dor interna que o consome.

Seu silêncio fala mais do que palavras jamais poderiam. É como se ele estivesse travando uma batalha interna, lutando para conter suas emoções enquanto elas ameaçam transbordar. A dor parece insuportável, mas ele luta bravamente para segurar a enxurrada de sentimentos que ameaçam inundá-lo.

Caminho em passos lentos em direção a ele, sentindo-me exausto daquela disputa interminável. Cada passo é um esforço para me aproximar, mas minha determinação é firme. Finalmente, chego mais perto, e meu corpo se rende à fraqueza quando me ajoelho no chão. A superfície gélida envia um arrepio pelas minhas pernas, mas meus pensamentos estão focados somente nele.

Yuri está sentado à minha frente, com a cabeça encurvada entre os joelhos, lágrimas fluindo como uma cascata de emoções represadas. Observo-o em silêncio, sabendo que não há palavras que possam mudar a dor que ele está enfrentando. Apenas estar presente é tudo o que posso fazer neste momento.

Suas lágrimas e seu choro ecoam no ambiente, e a tristeza no seu semblante me dilacera por dentro. É difícil vê-lo tão vulnerável, e meu coração se parte por não poder fazer mais para ajudá-lo a se sentir melhor.

- Ganhamos - eu digo, com um sorriso radiante, buscando avidamente as mãos de Yuri para segurá-las. Mesmo com a cabeça entre os joelhos, sinto que ele ainda está próximo, e nossas mãos se encontram.

Com toda a compaixão no coração, envolvo as mãos frias de Yuri nas minhas, transmitindo calor e apoio. Ele mantém um silêncio pesado, seu rosto ainda abaixado entre os joelhos, escondendo o turbilhão de emoções que o consumiram.

Com cuidado, encorajo-o suavemente a olhar para mim, e lentamente, ele ergue seu rosto avermelhado e molhado de lágrimas para me encarar. Seus olhos revelam uma dor profunda, como se estivessem transbordando de todas as angústias e tristezas que guardava dentro de si.

- Estamos chegando às quartas, Yuri- Murmurei com um leve sorriso forçado, meus olhos fixos nos dele- Yuri- Falei com uma nota de tristeza em minha voz ao vê-lo chorar e se sentir mal- Isso é só por causa do pênalti?- Passei suavemente um dos meus dedos para secar as lágrimas de Yuri, buscando confortá-lo.

Retorno com minha mão e seguro firmemente a de Yuri. Era evidente que sua tristeza não se resumia apenas a um pênalti perdido.

Nesse momento, nossos dedos entrelaçados transmitiam mais do que palavras poderiam expressar. O aperto forte era um gesto de apoio e empatia, mostrando a ele que eu estava ali para compartilhar o peso de suas emoções.