°Inter° MR 22

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-Cara, para de olhar esse celular- disse Wesley, puxando o aparelho da minha mão e se sentando à minha frente. -O que tanto tem aí?

-Estou preocupado com o Gabriel!- Exclamei para ele, enquanto ele sorria. -O voo dele já está duas horas atrasado.

-Só está preocupado com isso?- ele riu e tomou um gole de sua bebida na taça.

Já estávamos no hotel em Porto Alegre, reunidos na sala de jantar com todos nós do Corinthians, jantando e tomando algumas coisas. Já eram dez horas da noite e o voo do Gabriel estava marcado para as oito, mas ele nem sequer tinha subido no avião.

-Fica tranquilo, já é tarde, Yuri. Vá descansar, pela manhã ele já estará aqui- disse Wesley, pegando outra taça de champanhe do garçom.

Não respondi e tentei puxar o celular da mão de Wesley, que acabou derramando um pouco de bebida nele. Ele o secou e puxou o celular, não me deixando pegá-lo.

-Você já comeu um palmeirense, um companheiro, e hoje o cardápio vai ser um flamenguista- brincou Wesley, tomando outro gole de álcool. -O que tanto te interessa no Matías?

-Primeiro, me dá meu celular. Segundo, não, o Gabriel é meu amigo. E terceiro, o que isso tem a ver com o Matías?- Engoli em seco e me joguei na cadeira novamente.

-Yuri-,ele esticou meu celular para mim e eu o peguei imediatamente -você está há horas nesse celular. O Gabriel já te ligou e falou para você não ficar preocupado, ele nem estava falando com você, e você não sai do Instagram do Matías. Cara, para de ser doente obcecado. Você nem comeu.

-São dez horas da noite- falei e liguei meu celular, vendo uma mensagem do Gabriel. -O avião chegou, graças a Deus-,falei alto e desliguei o celular.

-Certo- Wesley disse, levantando-se da cadeira. -Yuri, jante alguma coisa e vá para a cama.

-Eu não estou com fome- falei e revirei os olhos. -Não é por nada, Wesley, eu só realmente como muito no almoço.

-Tudo bem então- ele disse, abaixando a cabeça. -Já estão começando a subir, acho bom você ir também.

-Vou esperar o Gabriel- falei, encarando meus joelhos.

-Caralho- ele sussurrou e bebeu na sua taça. -Certo então, vou subir.

-Boa noite- me despedi.

Ele assente com a cabeça e sai, dirigindo-se a Matheus Araújo, seu colega de quarto, pelo menos acho que era ele. Na sala de jantar, mais membros da equipe técnica do que jogadores permaneciam, todos já se encaminhando para a cama, exceto por Renato, Maycon, Fagner, Roni, Giuliano e Murillo, que ainda estavam lá, conversando, bebendo e rindo.

Eu estava mais no canto, sentado numa poltrona sozinho. Havia uma pequena mesa à minha frente, com uma porção de batatas que pedi, mas acabei não comendo.

Ao recostar minha cabeça e fechar os olhos, sou interrompido rapidamente por uma mão que bate na minha testa, acompanhada de risadas.

- Vá para a cama - escuto a voz de Renato e o vejo quando abro os olhos - Eu espero o Gabriel chegar.

- Estou tranquilo, Renato - respondo, levantando o rosto.

- Vá descansar um pouco, cara - ele diz, colocando a mão no meu ombro - Eu te acordo quando Gabriel chegar.

- Tem certeza? - questiono, levantando-me da poltrona com a mão de Renato ainda em meu ombro.

- Vá logo - ele diz, sorrindo.

Agradeço a ele e pego a chave que estava em meu bolso, dirigindo-me ao elevador. Estava no quinto andar do hotel, sem me preocupar rr quem mais estivesse no mesmo andar.

MY MIND- MATIAS ROJAS &YURI ALBERTO⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora