9

234 25 7
                                    

As semanas foram passando. Anakin e Padmé mal olhavam na cara um do outro. Ele não fazia mais as refeições com ela, ficava parado, olhando pela janela, viajando qualquer sinal de perigo, com o rosto indecifrável, e a postura militar de sempre, com as mãos atrás das costas. Padmé olhava para ele de fininho nesses momentos, mas sempre disfarçava quando percebia que ia ser pega.

Apesar do afastamento, ele vivia atrás dela, temendo acontecer alguma coisa caso ele não estivesse perto. Isso irritava Padmé, qualquer lugar que ela fosse, ele estava lá, mesmo numa simples ida ao jardim, Anakin a seguia como águia, como um guarda-costas. Bom, tecnicamente ele era seu guarda-costas, mas isso, não a fazia sentir menos raiva. Em momentos como esse, ela sempre sentia vontade de ir até Anakin, e gritar com ele, botar tudo que estava sentindo para fora, mas fato que para isso, ela teria que encará-lo frente a frente, e olhar bem fundo nos olhos dele, a irritava muito mais.

Os pesadelos de Anakin também estavam mais constantes. Por diversas noites, Padmé o escutava gritar por horas, desesperadamente. Escutar aquilo doía no coração dela. Padmé chegava ao ponto de andar até o quarto onde ele dormia, com a mente agitada, se sentindo em um turbilhão de emoções. Ela abria lentamente a porta do quarto e observava Anakin se contorcendo na cama, enquanto gritava, agitado em seus próprios sonhos. Padmé chegava lentamente perto dele, sentando na cama, bem ao seu lado, passando a mão no rosto dele, acariciando suas bochechas e o cabelo, limpando com um pano, o suor de sua testa, massageando o seu peito até ele se acalmar.

Mesmo não olhando na cara dele quando estava acordado, pois o único desejo que ela sentia quando pensava em encarar os olhos azuis de Anakin, era socar a carinha bonita dele, Padmé ainda se preocupava. Anakin passou por momentos difíceis, e ainda passa, ela desconfia e de certa forma, isso tem alguma ligação com o fato de Anakin de repente, achar que eles dois devem se manter afastados.
"Alguma coisa acontece com ele..." Padmé suspira, ao ver que lentamente, o mesmo ia se acalmando, sob os seus cuidados. Ela vai embora antes que ele acorde. Não estava preparada para qualquer coisa que eles fossem conversar. E assim foram muitas noites.

...

- Onde ela está? Onde aquela teimosa se meteu? - Anakin andava de um lado para o outro. Tinha perdido Padmé de suas vistas. O jovem Sith, não sabia se irritava com o fato da senadora poder ter te passado a rasteira, saindo sem ele, ou se preocupava com seu mestre ter feito alguma coisa com Padmé, e ele não estar lá para protegê-la.

Ainda era de manhã. Anakin procurava Padmé por toda a casa, ele foi a cada um dos cômodos, abrindo as portas desesperado, correndo entre os jardins, pela grande campina que existia ali.
"Ela poderia estar tomando um ar", a mente de Anakin tenta tranquilizá-lo. Ele a procura na mata ao redor da propriedade, na esperança de Padmé estar apenas lhe pregando uma peça, por ainda estar com raiva,- mas nenhum sinal da sua senadora - o começo da tarde, já dava sinais. Anakin rosna de frustração, se sentindo inexperiente, o que ele estava fazendo rodando em círculos daquele jeito? Estava agindo como um amador.

- PADMÉ... PADMÉ.. - ele grita, mas não recebe nada em resposta, chegando a conclusão que ele mais temia:
Seu mestre havia conseguido chegar a Padmé.

- PADMÉ... Onde você está...? - ele grita mais uma vez, parando embaixo de uma enorme árvore no meio da mata. Onde fecha os olhos, e respira fundo buscando pela Força, se concentrando na brisa úmida do lugar, e nos sons que andavam pelo local. E como um estalo, a sua mente começa a clarear. Padmé poderia ter ido ver a família.
"Não, Sidious não chegou perto dela" ele mentaliza, enquanto prontamente corria até o seu speeder, voando atrás dela.


Anakin posa ao lado da casa da família de Padmé. Ele correu escada acima, batendo nervosamente na porta, o fato de ser com a mão de metal, fazia o barulho sair ainda mais alto, o que fez com que o jovem Sith lembrasse de tentar manter o controle e os sentidos no lugar. A mãe de Padmé abre rapidamente a porta, o olhando assustada com o barulho.

Anakin Skywalker - Born To DieOnde histórias criam vida. Descubra agora