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Bem cedo ao amanhecer. Padmé se banhou no mesmo rio perto do jardim de sua casa.
Acariciava a barriga, já com uma pequena saliência, sentindo uma energia vital, vinda dali. Ela mergulhou a cabeça, buscando mentalmente, palavras de paz, ansiosa para o que viria acontecer, ainda naquele dia, ao pôr do sol.

Ela sentou à beira do rio, com os cachos molhados, a água pingando em suas costas. Padmé admirou o anel em seu dedo, observando a pequena pedra branca brilhar, com os da luz do sol, de Naboo. Sorriu, imaginando Anakin, cuidadosamente, moldar, cada pequena parte daquela joia, especialmente para ela, pensando nela. Padmé beijou a pequena pedra, mergulhando novamente no rio.

Mais tarde naquele dia. Sozinha, preparou para si mesma, um banho com sais e pétalas vermelhas. Ainda estava molhada do rio. Entrou na banheira, misturando água do rio, com a morna da banheira, fechando os olhos.

Ainda não tinha visto Anakin. Na certa, o mesmo havia acordado cedo, para dá-la privacidade, na hora de se arrumar para o casamento.


Com a ajuda de algumas poucas aias, Padmé vestiu um antigo modelo de vestido, que havia pertencido a sua mãe, com simples ajustes devido a barriga já um pouco aparente. Padmé pôs a mão no ventre, sentindo o tecido revestido com renda.

– Você está tão linda! – declarou uma aia.
Padmé sorriu. Ela se olhou no espelho que havia no quarto, alisando a barriga por cima do vestido de noiva, enquanto a aia cobria seus cabelos com um véu enfeitado com um adereço, adornado de pérolas.

Emocionada ao ver a sua imagem no espelho. Padmé toca novamente no anel, brincando com ele em seu dedo, pensando em como Anakin se sentia, agora. Era como se compartilhasse todas as suas emoções com ele. Um, vivenciado os sentimentos do outro.

Ao cair do sol, a hora esperada ia chegando.

...

Anakin liga o seu sabre de luz. Mesmo faltando uma pequena parte do cristal, ainda funcionava muito bem. Ele olhou ao redor. Estava no mesmo lugar onde havia purificado a pequena parte que tirara.

Os ventos da floresta sopram o seu cabelo. Ele estava ali desde de manhã muito cedo, saiu sem que Padmé percebesse. Queria lhe dar privacidade, para, se arrumar. Lembra, de ainda pela manhã, tela visto, se banhando no rio. Escondido entre as árvores. Ele sorriu, sentindo tudo que ela sentia, através da Força. Era o bebê, ligando as emoções deles dois.

Anakin andou até o rio. Uma pequena parte escondida naquela região. Havia ido ali para se conectar com a Força. Ele fechou os olhos, imaginando o rosto de Padmé, se conectando ao seu filho, ainda no ventre dela. Anakin se ajoelhou, às margens do rio, abrindo os olhos novamente, encarando o seu reflexo na água. Olhando as suas vestes pretas de sempre – às quais ele achou mais apropriado para o seu casamento – afinal, faziam partes do que ele era.

Pensou em mandar C-3PO, buscar algo mais apropriado – como alguma roupa típica de Naboo –, mas ele logo lembrou de seu mestre, vindo daquele mesmo planeta. Anakin se imaginou vestindo algo parecido, com o que o velho Sith usava. E imediatamente uma expressão de descrença se formou em seu rosto, com a imagem que se passou em sua mente. Ele, vestido como Palpatine. Anakin se sentiu enjoado, tratando logo de afastar aquela imagem.

Olhando além do horizonte, observou o sol começar a cair. A hora esperada, marcada em suas visões, se aproximava. Anakin tomou fôlego, expirando e inspirando o ar úmido daquela floresta, se sentindo como um menino de novo, buscando formar palavras, em sua mente, para descrever aquela sensação. Não imaginava que estaria naquela posição novamente, abrindo as portas da parte frágil de seu coração. Mas que ao mesmo tempo, o mantinha forte.

Anakin Skywalker - Born To DieOnde histórias criam vida. Descubra agora