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– O que aconteceu? – ela acariciava os cabelos dele.

– Ele não funciona mais...

Anakin olhava para um ponto fixo.

Padmé olha na mesma direção, encontrando o braço direito, quase destruído em um canto da oficina. Ela anda até lá, pegando o membro robótico na mão. Ele estava com uma grande abertura no meio, e as marcas dos tiros de blaster, que ela deu mais cedo, se faziam presentes. Com o braço ainda em mãos, Padmé se ajoelha novamente ao lado de Anakin.

– Talvez ainda tenha conserto?

– Não... É realmente necessário outro... Talvez.

Anakin havia ficado quase que catatonico o dia inteiro. Desde os acontecimentos no jardim, Padmé também queria encontrar uma forma de consolá-lo melhor, ela sabia que a conversa sobre Palpatine, também havia abalado Anakin. Foi a primeira vez, que ele havia se abrido sobre o que poderia ter acontecido nos últimos treze anos. Mas o medo dele se fechar de novo, era presente. Ela tinha que ir com um passo de cada vez.

– Então, podemos providenciar outro. Eu posso chamar um droid médico.

– Não é preciso. Eu posso colocar, sozinho – e pela primeira vez, desde a sua crise, Anakin deu um pequeno sorriso, mesmo que triste. Que Padmé lhe devolve na mesma medida – Sou bom com coisas mecânicas. Você se lembra? Lembra de quando nos conhecemos?

– Lembro – Padmé se recordou, do droid de protocolo, que ainda era só esqueleto. Até uma dúvida surgir em sua mente.

– Anakin? Onde está o C-3PO?

...

Anakin observava a marca de suas pegadas na areia seca de Tatooine. O planeta traz tantas lembranças consigo. Padmé observava a expressão séria de Anakin, sob os dois sóis, acima deles. Ele relutou um pouco quanto à ideia de voltar a Tatooine, mas com um pouco de charme, Padmé o convenceu.

Ele abria e fechava a sua nova mão mecânica, tentando se acostumar com o metal um pouco mais resistente que o anterior. A própria Padmé havia pedido para ser feita. Foi um trabalho difícil repor a nova mão, Anakin é teimoso, e insistia em colocar, sozinho. Até que depois de muita luta aceitou que Padmé solicitasse um droid médico. E já se adaptava havia alguns dias, até finalmente ter decidido vir a Tatooine, revisitar o seu passado mais uma vez. Ele respirou fundo, sentindo as pequenas migalhas de areia baterem em sua pele.

– Está bravo comigo? –  ele escuta Padmé perguntar, parando por um instante e se virando imediatamente para ela.

– Claro que não. Por que essa pergunta? Não tem motivo para eu ficar bravo com você.

– Mas eu obriguei você a vir até aqui – ela exclama com olhos de gatinho chorão. Anakin dá uma leve risada.

– Você não me obrigou a vir. Persuadiu, mas não obrigou – ele acaricia o rosto dela, lhe dando um beijo na testa – Assim como fez com braço – ele a lembra do droid.

– E como está?

– Está bem, até que aquele droid fez um bom trabalho. Não como eu teria feito, mas foi um bom trabalho.

Eles não tocaram mais no assunto do que havia acontecido com Anakin, na oficina. E Padmé preferiu deixar quieto. E falar sobre o acontecido novamente, só quando fosse o momento certo.

– Humm – ela resmungou e ele, riu cínico.

Mas, à frente deles, vaporizadores de umidade já podiam ser vistos. Anakin para, encarando a fazenda, voltando a ficar sério como há alguns minutos atrás.
Eles haviam chegado.

Anakin Skywalker - Born To DieOnde histórias criam vida. Descubra agora