𝗊𝗎𝖺𝗍𝗈𝗋𝗓𝖾

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𝖫𝖨𝖫𝖸 𝖤𝖵𝖠𝖭𝖲

Rafe me olha para Ward assustado.

— Pai?

— Rafe. — ele faz um sinal para que Rafe fique quieto — Outer Banks é pequena...eu não deixaria de te reconhecer, Evans.

Eu permaneço intacta na mesa. Aposto que todos os olhares estão focados em mim, mas olho para Ward. Ele quis me ofender?!

— Qual o motivo da sua expulsão mesmo? — ele finge estar pensando — Ah, tinha maconha na sua mochila.

— Isso não é verdade. — sussurro — Não era minha!

— Já chega, Ward! — Rafe bate na mesa e meus talheres saltam um pouco. Ele vem até mim e toca meu ombro, mas não levanto — Lily!

— Evans, eu só quero dizer que não acho você a menina ideal para Rafe. — Ward prossegue — Meu filho tem negócios importantes para resolver, um nome a zelar.

— Aí, meu Deus! — nego com a cabeça para mim mesmo, tentando fingir que não escutei o que ele disse.

— Não é sobre você, é sobre a situação. — Ward continua a falar. Ele sorri enquanto fala, parece até gentil — Você entende, não é querida?

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, mas continuo capaz de me mover. Rafe ainda está atrás de mim, consigo sentir sua respiração pesada.

Ele me puxa pelo braço e eu sigo seus passos automaticamente, no modo avião.

Rafe me guia até a parte externa da sua casa.
Me seguro para não chorar. Penso em Wheezie e em Sarah, em como eu pensei que essa família fosse. Em como pensei que pudesse ser feliz aqui.

— Me desculpa, me desculpa. — Rafe me agarra. Beija minha boca, meu pescoço, minha testa, tudo , mas eu não me movo — Lily...

— 'Tô com nojo de você agora, Rafe. — sussurro — Me solta. — ele ainda segura minha mão, mas quando vê meu olhar sério, ele solta.

Quando isso acontece, choro, choro muito.
Em menos de dois segundos Rafe já está em volta se mim de novo, me segurando em um abraço firme. Rafe parece estar chorando também, mas não tenho certeza.

— Me leva pra casa.

— Não faz isso, por favor.

— Você me trouxe aqui, Rafe! — eu o empurro — Me trouxe pra essa merda de família, pra essa merda de pai! — grito cada vez mais, e posso apostar que todos dentro da casa escutam — Eu não sou um lixo, eu sou uma pessoa, e achei que se importava comigo!

— Eu amo você, é claro que eu me importo! — ele fala bem mais baixo que eu.

— Me leva pra minha casa agora.

[...]

No caminho até minha casa, Rafe e eu não conversamos, só quando paramos o carro ele abre a boca, e queria que tivesse calado ainda.

— Eu não achei que as coisas seriam assim. — ele confessa — Sério, eu nunca te levaria pra lá.

— Você nem me protegeu. — sinto as lágrimas voltando de novo.

— Me perdoa, por favor. — ele segura minha mão — Por favor, eu imploro.

— Não quero atrapalhar sua vida. — abro a porta do carro — Nunca quis isso.

Barry continua na varanda. Quando saio do carro, Rafe grita meu nome e corre até mim. Finjo não escutar e entro em casa. Barry segura Rafe pelo braço, bloqueando a passagem.

Fecho a porta da sala e me encosto nela, escutando a conversa deles. Coloco a mão na boca, evitando o barulho de choro.

— Ela é minha prima, Rafe. É minha irmã, minha família. — ele sussurra — Ela é um dos meus, cara. — Barry não parece estar brabo, parece  até aconselhar Rafe — Se você tiver feito alguma coisa com ela...— ele para de falar um pouco — Vai embora, por favor.

Choro mais ainda quando escuto o carro de Rafe ligando.

Segundos depois, Barry entra pela porta. Me olha assustado e me abraça no mesmo instante. Molho sua blusa com lágrimas quentes, mas ele não se importa.

— 'Tá tudo bem. — ele sussurra — Essa é sua casa.

— É. — respondo.

Essa casa, com madeira, janelas e móveis não é minha casa.

Minha casa é Barry.

DESTINO - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora