★ DAYDREAMS 02 ── König. 🇧🇷

1.1K 38 3
                                    


ATENÇÃO: Esse imagine é um imagine com tema principal ANGST, então o foco é esse, mas aqui pode ter um pouco de menção a sexo e momentos fofos também.

AVISOS: Leitora fem/ aqui você é uma personagem e se chama Alina/ narração se passa em primeira pessoa, na visão do König/ menção a sexo/ menção a cigarros, bebidas alcoólicas/ menção a assassinato/ menção a bullying e outros possíveis Gatilhos que não vou colocar aqui porque vai ser spoiler, leia por sua conta em risco.

NOTAS DA AUTORA: Eu voltei!!! Não atualizei antes por motivos de: estava curtindo o Carnaval porque mereço descanso, mas acho que não demorei muito né? Se demorei me perdoem por favor!!! Como podem ver dei bastante referências que vão contribuir pro final da shortfic, espero que quando o último capítulo chegar (o próximo já vai ser o último) vocês não me matem 😭😭😭👍🏼 enfim, boa leitura bebês.








────⠀° ❁ König  .

Quando Beethoven ficou surdo de vez, lembro perfeitamente que Alina ficou extremamente triste, também lembro que ela gritou a pleno pulmões em como a vida era injusta com os de bom coração e que pessoas ruins nunca são realmente afetadas como merecem.

O que para mim era curioso porque Beethoven estava morto há décadas e sua surdez já não interferia em muita coisa como cadáver, mas, Alina, segundo ela mesma, veio de um país onde Ludwig Beethoven não era muito discutido e suas músicas sequer eram relevantes, ela passou toda sua vida crescendo em torno do que chamam de cúmbia mexicana e nesse gênero musical Beethoven não passa de um gringo muito leigo, então, quando ela veio para a Áustria, Alina não fez muita questão de pesquisar a fundo sobre isso, disse que não ia se render aos costumes dos colonizadores, o que consequentemente a deixou desinformada sobre a situação de Beethoven.

Foi eu quem disse para ela, em uma daquelas conversas sem nexo nenhum onde o único intuito era só passar o tempo enquanto esperávamos Sara e Levi fora do dormitório de Sara para ir ao refeitório.

── Espera… mesmo depois de surdo, ele ainda conseguiu compor mais algumas músicas? Tem certeza? ── Eu concordei e ela ficou mais desacreditada ainda, os olhos verdes brilhavam, um brilho de pena.

── Absoluta, Alina. Beethoven memorizou o som de cada nota, mas, apesar de não escutar os sons do mundo, ele passou os últimos dez anos da vida dele escutando um zumbido horrível. ── Alina ficou quieta por um tempo, provavelmente processando se era verdade mesmo ou eu estava blefando, até que tomei coragem para perguntar. ── Por que você tá tão triste com isso?

── O tempo deteriorou o que ele tinha de melhor, König… ── Ela segurou em minha mão, eu estava começando a me acostumar com os toques surpresa, outro aspecto da cultura de Alina na qual eu, particularmente gostava muito, todos cresceram com bastante afeto físico, o que era ótimo porque nem tudo precisava de verbalização. ── Pior… ainda transformou os últimos anos dele em um tormento sem fim.

Ela tinha razão, e olhando para o lado mais sentimental da história, ficar surdo depois de passar a vida escutando e ainda ser amaldiçoado com um barulho insistente que nunca parava não parecia ser legal. No entanto, naquele momento eu percebi, não era sobre a surdez, nem sobre o zumbido que tinha feito Alina ter ficado triste e tomado a dor que Beethoven sentiu um dia para si.

Foi o que foi tirado dele e o que foi dado em troca sem ter o consultado, um tipo de acordo muito injusto por sinal.

Naquele dia eu me perguntei o que Alina escondia dentro dela, o que tinha sido tirado dela e oferecido algo em troca de modo injusto? Eram perguntas que eu não teria respostas ali, porque havia um traço de personalidade em Alina que me tirava dos nervos, ela nunca respondia perguntas que envolvessem a vida pessoal dela.

𝗖𝗔𝗟𝗟 O𝗙 𝗗𝗨𝗧𝗬 𝖨𝖬𝗔𝗚𝗜𝗡𝗘Onde histórias criam vida. Descubra agora