20 - Beijos nos sabores: saudade, uva verde e silêncio.

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Sana tinha apenas a cara de boba, gostava de testar a sanidade das pessoas boa parte de seu tempo, mas sempre era uma vampira muito atenta a tudo ao seu redor. Desde que saiu da floresta estava de olho em tudo, mesmo parecendo que não, sabia que estando fora da cidade poderia chamar mais atenção do que o necessário. Tinha uma atenção dividida muito boa e ela sabia que desde que chegou em Busan, algo estava de olho em si... Para ser mais especifico, alguém.

A vampira sabia que ao longo de sua vida havia feito muitos inimigos e isso poderia causar alguns problemas em sua liberdade, além de colocar Tzuyu em risco, sabia muito bem que essa nova reunião de vampiros que se denominavam como inquisição havia mais coisas que não lhe contaram e desde que Sana descobriu sobre esse possível grupo de vampiros talentosos e poderosos, resolveu ficar atenta a qualquer coisa que pudesse ser diferente, em sua percepção, nunca se juntaria a eles se caso resolvessem ir até ela.

Acontece que a japonesa havia cruzado seu caminho com um vampiro tão talentoso e peculiar quanto ela e isso a preocupou. Se essa tal inquisição tivesse vampiros no nível de habilidade como ele, poderia ser um problema para a Minatozaki futuramente dependendo do que faziam nessa hierarquia e quais eram seus objetivos. 

Então, Sana acordou mais cedo naquele dia e iria tirar a limpo se aquela pessoa que lhe chamou atenção no dia anterior era quem ela achou que fosse. Fez o mínimo de barulho possível ao se levantar e achou Tzuyu muito adorável dormindo abraçada com seu travesseiro. Pegou seu sobretudo e colocou sobre a roupa que trocara e saiu da casa fazendo o mesmo caminho que havia feito com Jihyo ontem. Ao chegar perto da pequena praia que havia ali, a vampira avistou de longe a silhueta de alguém sentado em um pedra olhando o mar. Como era muito cedo não havia pessoas muitas pessoas por ali.

Como uma boa vampira com o poder do charme que era, ela não tinha medo de nada. Se aproximou e se sentou ao lado daquela figura que estava vestido usando uma jaqueta de couro branca. Sana não encarou o rapaz ao seu lado, simplesmente olhou o mar azul cintilante em sua frente, era lindo poder apreciar o mundo novamente, ver o mar, enxergar casas e rostos de novas pessoas. Era prazeroso desfrutar de sua liberdade.

- Você demorou. - Uma voz tão grave que sobrepunha toda sua estrutura que para um humano comum poderia ditar como frágil, chamou a atenção da vampira.

- Você sabia que eu viria, está me seguindo desde ontem. Como você está? - Perguntou a vampira.

- Já faz um bom tempo, Minatozaki Sana. Presumo que você saiba porque estou aqui?

- Tenho minhas suspeitas, pode falar, sou toda a ouvidos.

- Eu tive uma visão, Sana a inquisição está cada dia ganhando mais força. Uma vampira especial como você seria muito útil para esse grupo. Com você, eles poderiam controlar qualquer coisa.

- Não pretendo deixar minhas irmãs, Felix. Achei que você saberia sobre isso, presumo que você pense da mesma forma que eu.

- Eles podem tentar te convencer, Sana, as propostas são muito boas. Acredito que se eles não irão abrir mão de ter você no conselho tão facilmente.

- Então quando eles vierem eu chuto a bunda deles.

O rapaz deu uma risada divertida.

- Você não muda, não é mesmo? - ele suspirou cansado, - a minha visão não era eles vindo atrás de você, mas você indo até eles, acredito que isso possa acontecer daqui bons anos, na visão eles já tinham se estabelecido em um castelo antigo na Europa. Por isso esperei você aqui, para te alertar. Sana, você não pode em hipótese alguma ir, uma vez que você faz parte disso, fica impossível sair. Acredito que eu te contando isso agora, irá te impedir de tomar uma decisão estupida. 

Vampiros que se mordam!Onde histórias criam vida. Descubra agora