Vampiros que se mordam!

34 - Se coreano é difícil, imagina a linguagem do amor.

Ao ouvir aquela voz, Tzuyu saltou de repente, o coração disparando no peito. Ela não esperava por aquilo, ser pega tão desprevenida, especialmente por dois motivos. Primeiro: Tzuyu nunca havia namorado. E segundo: jamais havia demonstrado qualquer tipo de afeto "romântico" na frente de suas amigas. Complicado? Talvez. Desconcertante? Com certeza.

Sana apenas observava a cena, tentando não rir, pois Tzuyu estava completamente desconcertada. Chaeyoung desceu as escadas com uma rapidez impressionante em direção às duas, com os olhos arregalados. Ela parou em frente a Tzuyu e cruzou os braços:

— Isso foi a pior coisa que eu já vi em todos os meus anos de vida! — O horror ainda era nítido em seu rosto. Era realmente muita emoção para que ela conseguisse processar em tão pouco tempo.

— Eu posso explicar... — Tzuyu começou, sem saber ao certo o que dizer.

— Pode? — Sana arqueou a sobrancelha enquanto parava ao lado dela.

— Tzuyu, a gente nunca te viu apaixonada! Isso é um pesadelo! — Chaeyoung ainda não sabia como lidar com a situação. Dahyun permanecia parada no mesmo lugar, em silêncio. Os olhos de Tzuyu capturaram os da humana, e naquele momento, ela sentiu como se sua alma tivesse saído de seu corpo.

— Não é o que vocês estão pensando — disse Tzuyu, gesticulando nervosamente.

— Não? — Sana arqueou a sobrancelha novamente e recebeu uma cara feia de Tzuyu. — Então o que é isso?

— Sana, pelo amor de Deus, me ajuda aqui!

— Tzuyu, sério, o que eu perdi? Você pode me explicar, por favor? E Você sabia disso, Dahyun? — Seus olhos encontraram os de Dahyun. Enquanto Chaeyoung falava alto, tomada pela euforia e choque, Momo, Jihyo e Jeongyeon se juntaram para ver o que estava acontecendo.

Nenhuma das outras mulheres entendeu nada.

— Gente, vocês sabiam que essas duas aqui estão namorando? Tipo... — Chaeyoung começou a andar de um lado para o outro, pensativa. — Chou Tzuyu nunca se apaixonou, gente!

— Eu não estou apaixonada! — Tzuyu exclamou, sem pensar nas consequências de suas palavras, o que incomodou Sana, que ficou claramente chocada ao ouvir isso.

Momo notou o semblante de sua melhor amiga mudar e encarou Tzuyu, que, com certeza, estava em um fogo cruzado. Ela não fazia ideia de como resolver aquilo.

— O que está acontecendo aqui? — Jeongyeon perguntou com a calma de dez monges. — Por que vocês duas estão tão afobadas?

— Tzuyu está apaixonada — respondeu Chaeyoung, um tanto exaltada. — E Dahyun está há cinco minutos em completo silêncio.

— Olha, vocês estão me deixando constrangida — disse Tzuyu, cruzando os braços.

Dahyun não disse nada, mas sua mente estava em pane. Ela passou por todas na sala como se nada tivesse acontecido e foi em direção à cozinha para pegar um copo d'água.

Era uma situação extremamente diferente. Dahyun já suspeitava que algo entre Tzuyu e Sana estava acontecendo, mas o que a assustava era ver a mais nova se apaixonando dessa maneira, a ponto de agir de forma tão inusitada. No fundo, ela estava preocupada com tudo o que estava acontecendo entre o grupo, mas, ao mesmo tempo, se sentia feliz por ver que Sana estava despertando sentimentos em Tzuyu que nunca haviam sido acessados antes.

Chaeyoung e Tzuyu trocaram olhares em silêncio, enquanto as outras ficavam extremamente confusas ao perceber aquela troca intensa. Seus olhares travavam uma batalha silenciosa, e, de vez em quando, Chaeyoung acenava com a cabeça, quase desafiadoramente.