Capítulo 6: Minha namorada.

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—Você fez o que? —Jasmine exclamou, enquanto eu erguia os ombros e sorria de forma nervosa, depois de ter explicado minhas últimas 24 horas caóticas. —Pelo amor de Deus, Mavie, me diz que você está brincando.

—Pior que eu não tô. —Soltei, muito lentamente, observando Jasmine fechar os olhos com força e balançar a cabeça negativamente, com uma expressão de reprovação que me deixava até sem jeito, porque sabia que não deveria ter feito aquilo e isso estava me corroendo por dentro. —Eu sei que é ridículo. Mas a Heather tem o dom de ser incrivelmente irritante.

—E Nathan aceitou ajudar você? Assim, numa boa? Você não precisou implorar nem nada? —Briar indagou, soando um tanto surpreso, enquanto eu lhe lançava um olhar constrangido.

—Ele relutou um pouquinho sim, mas aceitou. —Dei de ombros, observando os olhos de Briar se demorarem em mim, não com reprovação, mas sim preocupação. —Nathan não vai me machucar. Não se preocupe. Isso é uma coisa totalmente falsa.

—Eu não tô preocupado com você. Eu tô preocupado com ele. —Briar rebateu, me fazendo abrir e fechar a boca algumas vezes, sentindo o impacto daquelas palavras nada sutis.

—Uau, tudo bem então. —Falei, soltando uma risada ainda mais constrangida, porque agora queria voltar no tempo e não ter contato nada a nenhum dos dois.

—Eu não acho que você vai machuca-lo, Mavie. Não foi isso que eu quis dizer. E eu também não quis ser grosseiro. —Briar me encarou sem jeito, como se eu tivesse entendido tudo errado. —É só que Nathan é bem diferente de você no que se refere a sentimentos.

—Eu sei. Ele é um fofo. Achei que ele ia ficar bravo comigo, mas ele só ficou um pouco perdido mesmo. —Afirmei, soltando um suspiro pesado, lembrando da carinha de Nathan quando nos despedimos mais cedo, como se estivesse com medo de falhar comigo.

—Não acredito que você o enfiou nisso. —Jasmine balançou a cabeça negativamente, me olhando como se ainda estivesse incrédula. —Heather vai partir pra cima dele se souber que vocês dois tentaram engana-la.

—Ela não vai fazer nada. Porque ela nunca vai descobrir. —Afirmei, erguendo o queixo de forma confiante, enquanto minha irmã me encarava com uma expressão de pura resignação.

[...]

Eu nunca tinha me arrumado tanto pra uma festa quanto me arrumei para aquela. Tinha me demorado o suficiente no meu quarto, a ponto de Jasmine reclamar que estávamos atrasadas. Joe estava afundando as mágoas do término trancado no quarto, então Briar estava nos esperando para nós levar. O que era de se esperar, já que ele não desgrudava da minha irmã.

—Nathan vai mesmo na festa, né? —Indaguei, vendo Briar me lançar um olhar demorado pelo espelho retrovisor, antes de concordar com a cabeça.

Abri um sorriso animado, ao mesmo tempo que me sentia um pouco tensa. Tinha feito a lista e enviado a ele, mas Nathan apenas agradeceu e não me disse mais nada. Nada sobre a festa ou sobre os itens que eu tinha colocado lá. Tinha tomado cuidado para não ultrapassar qualquer barreira, já que Nathan tinha considerado abraços e segurar as mãos intimido demais.

Quando chegamos na festa, deixei Briar e Jasmine irem na frente, caminhando atrás deles enquanto tentava reunir toda a coragem que existia dentro de mim. Tinha que fazer aquilo funcionar.
A música explodiu nos meus ouvidos quando entramos na casa. Alguns conhecidos nos cumprimentavam, enquanto outros apenas sorriam em nome da bebida.

Olhei ao redor, procurando por Nathan em todos os cantos possíveis. Briar e Jasmine se afastaram de mim para irem até os atletas de hóquei, mas Nathan não estava com eles. Abri um sorriso, mesmo que a ansiedade estivesse crescendo dentro de mim, principalmente quando meus olhos esbarraram em Heather. Ela já estava olhando pra mim, com um sorrisinho sínico nos lábios.

Dei a ela meu melhor sorriso, antes de atravessar a sala onde todos estavam dançados animados. Meus olhos ainda percorriam cada canto daquele lugar, até eu finalmente encontrá-lo. Um suspiro escapou dos meus lábios quando o vi sentado em um sofá, segurando uma garrafa de cerveja e olhando diretamente na minha direção. Usando uma camisa e uma calça preta que o deixavam de tirar o fôlego. Como ninguém tinha o fisgado ainda, era uma questão importante.

—Nathan. —Abri um sorriso pra ele quando me aproximei, observando ele engolir muito lentamente, como se estivesse ansioso ao olhar pra mim. Eu estava bonita naquela noite, com os cabelos soltos e um vestidinho verde que ia até os joelhos, mesmo que estivesse congelando lá fora. —Espero que você não tenha vindo dirigindo.

—Eu vim. —Ele se ajeitou quando me sentei ao lado dele, para ficar virado pra mim. —Mas não é pra mim. Peguei a cerveja quando vi que você tinha chegado.

Ele a estendeu pra mim e só então notei que ela estava intocável. Soltei uma risada, pegando a cerveja da mão dele e dando um gole, porque ia precisar do álcool naquela festa, tamanho o meu nervosismo. Nathan não parecia nervoso. Ou se estava ele conseguia disfarçar muito bem. Mas a timidez estava exposta em cada gesto dele. 

—Dei uma olhada na sua lista. Fiz alguns rabiscos nela, se não se importar. —Comentou, batucando a mão na calça, como um ato de ansiedade, enquanto eu ficava tensa, imaginando qual o problema ele tinha encontrado na lista. —Tudo bem você fazer algo pra mim também?

Eu o olhei, erguendo as sobrancelhas em curiosidade, vendo que Nathan parecia um pouco nervoso agora, como se estivesse com medo que eu não quisesse.

—O que é?

—Preciso que finja ser minha namorada. —Afirmou, me fazendo comprimir os lábios, porque não estava esperando por aquilo. —Não o tempo todo. Talvez mais de uma vez. Se você puder.

—É pra quem da sua família? —Indaguei, dando outro gole na minha cerveja, observando os olhos dele se arregalaram um pouco.

—Como sabe que é pra alguém da minha família?

—Sempre é. —Dei de ombros, lançando a ele um olhar demorado que o fez suspirar.

—É pra minha vó. —Esclareceu, me fazendo assentir com a cabeça, enquanto pensava no que aquilo significava. —Pode fazer isso pra mim?

—Claro, por que não? Você faz algo pra mim e eu pra você. Assim ficamos quites. —Abri um sorriso pra ele, observando-o relaxar e sorrir de volta pra mim, de uma forma que o deixava ainda mais bonito, porque seu rosto quase se iluminava.


Continua...

Como conquistar Mavie Hollis / Vol. 6Onde histórias criam vida. Descubra agora