Capítulo 36: Juro que ensaiei.

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Abri espaço para que os dois entrassem, vendo a expressão confusa no rosto de Nathan, que se iluminou quando ele viu os dois, como se os reconhecesse. Peguei a torta das mãos de Florence, agradecendo por eles terem trazido algo, antes de me dirigir com ela até a cozinha.

—O Victor e os outros estão lá no jardim dos fundos. —Falei, observando as fitinhas coloridas que estavam enroladas em algumas tranças do cabelo loiro de Florence. —Eu não lembro de vocês na universidade.

—Ah, não estudamos na mesma universidade que vocês. Kyle conhece o Victor por causa dos irmãos dele. O Nicholas e o Yuri costumavam jogar LoL com um dos irmãos mais velhos do Kyle. —Florence explicou, enquanto eu abria um sorriso, imaginando o quão fácil os rapazes faziam amizade virtualmente, por um vídeo game. —Acho que os dois você conhece, né?

—Ah, sim. Eles estão aqui também. —Falei, levando ela até a sala, onde Nathan e Kyle estavam conversando. —Por que eles não vieram também? Digo, os irmãos do Kyle.

—Eles não moram em Nova York. Devem estar se preparando para o Natal em Aspen uma hora dessas. O Natal com os Carson sempre é um evento enorme. —Florence afirmou, de uma forma que me fez soltar uma risada. —Eu e o Kyle vamos pra lá amanhã, passar o Natal e o ano novo. Íamos hoje, na verdade. Mas com o convite do Victor, achamos que seria legal aparecer aqui.

—Ah, essa é minha namorada, Mavie. —Nathan fez o grande prazer de me apresentar, do jeitinho que eu já estava acostumada, mas que sempre fazia meu coração dar um salto no peito. Eu só queria que aquilo fosse real. —Não sabia que vocês iam vir. Mas que legal que vieram.

—Não tem nada que a gente goste mais do que Natal, cara. Não iríamos recusar uma festa como essa. —Kyle afirmou, dando um tapinha no ombro de Nathan, antes de nós dois levarmos o casal até o jardim onde estavam os outros.

Abri um sorriso ao ver a animação de Victor quando viu Kyle, já que os dois se abraçaram como se fossem velhos amigos. Olhei para Nathan que estava do meu lado, me perguntando se iríamos voltar a nossa conversa da sala ou ela seria esquecida. Estava sentindo um frio na barriga desde que o vi nas escadas e ele desceu até mim. Precisava saber o que ele ia me dizer. Mas quando Bryan e Jane chamaram todos para um brinde, percebi que aquilo iria ficar para depois.

[...]

—Vocês já sabem o que é? —Florence indagou, olhando com uma expressão adorável tanto para a barriga se Ella quanto a de Jane. As duas negaram com a cabeça na mesma hora, trocando um sorriso.

—Ainda está cedo pra saber. Mas o Bryan quer um menino. Pra mim, o que vier, estarei feliz. —Jane deu de ombros, como se o sexo do bebê fosse sua última preocupação. —Ele estava me enchendo falando que teríamos gêmeos e eu precisei dar uma aula de biologia explicando pra ele que isso vinha da mãe e não do pai, o que o deixou com cara de bunda por uma semana inteira.

Nós todas rimos, olhando na direção que o jogador de futebol americano estava, conversando alguma coisa com Luc e Karen. Ou só com Luc, porque Karen estava mais ocupada encarando a correria que a filha estava fazendo junto com os meus irmãos.

—Eu quero ter filhos. Não agora, óbvio, mas quero. —Florence afirmou, soltando uma risadinha tímida. —Já ajudei o Kyle a cuidar dos irmãos mais novos dele e também dos sobrinhos. É uma loucura, mas eu gosto.

—Quantos irmãos o Kyle tem? —Jasmine indagou, uma pergunta que estava na ponta da minha língua, porque não era a primeira vez que via eles citando os irmãos de Kyle e sempre era falando sobre um diferente.

—Tenho seis. Três irmãos mais velhos e três irmãos mais novos. —Kyle afirmou, surgindo atrás de Florence do nada, mas deixando claro que tinha escutado a última pergunta. —Podem imaginar como é uma loucura uma casa com 7 filhos.

—Na verdade, a gente pode. —Falei, soltando uma risada nervosa, antes de apontar para os três pestinhas que brincavam junto com Elisa. —Somos em seis. Filhos adotivos.

—Nossos pais deveriam se conhecer. Tenho certeza que eles iam se dar muito bem. —Kyle afirmou, e eu e Jasmine acabamos rindo, porque sim, eles com certeza se dariam muito bem.

Olhei ao redor, procurando por Nathan, vendo que mais uma vez ele havia desaparecido. Pedi licença para eles e sai para procurá-lo, me perguntando se ele estava se sentindo ansioso no meio de todo mundo. Não estavam conversando alto demais e nem havia música, mas ambientes muito cheios também não eram os favoritos de Nathan.

Não fui muito longe, o encontrando parado em frente à lareira da sala, observando as lenhas queimarem. Abri um sorriso, me aproximando com cuidado. Deixei que ele notasse a minha presença antes de passar o braço ao redor da cintura dele, encostando minha cabeça no seu ombro.

—Está tudo bem? Ou isso está demais pra você? —Indaguei, escutando ele soltar um suspiro, antes de passar o braço ao redor do meu ombro, se inclinando para deixar um beijo na minha testa. O ato carinhoso me fez ficar sorrindo.

—Está tudo ótimo. Só estou incrivelmente nervoso. Costumo ficar assim quando preciso lidar com alguma coisa de extrema importância na minha vida. —Afirmou, me fazendo afastar a cabeça para olhar pra ele.

Nathan deu um passo para longe, tirando a mão do meu ombro enquanto a minha caia ao lado do corpo. Meu coração disparou quando ele ficou de frente pra mim, umedecendo os lábios com a língua como se estivesse se preparando para falar comigo. Quase senti meu coração sair pela boca, porque ele estava me deixando ansiosa.

—Ta tudo bem, Nathan. O que quer que você tenha pra falar, está tudo bem. Sou só eu, a sua Mavie. Já conversamos sobre milhares de coisas. Não precisa ficar nervoso. —Falei, levando a mão para segurar a dele, querendo que ele se sentisse seguro comigo, assim como eu me sentia com ele.

—Desculpa. Juro que eu ensaiei o que ia dizer. —Ele soltou uma risada nervosa e eu percebi que a mão dele estava tremendo quando ele apertou minha mão. —Briar me ajudou, mas não é tão fácil quando você está na minha frente.

—Nathan?

—Eu só... —Ele fechou os olhos com força, com uma expressão que parecia ser de dor.

Me aproximei mais dele e toquei sua bochecha, começando a ficar preocupada. Só que Nathan abriu os olhos, me encarando como se fosse morrer se não conseguisse falar logo. Mas em vez de falar, ele se inclinou e me beijou, me puxando pra ele como se eu fosse tudo que ele precisasse naquele momento.

Continua...

Como conquistar Mavie Hollis / Vol. 6Onde histórias criam vida. Descubra agora