Our Destiny | FreenBecky

14 - Memórias

Pov - Narradora

– Tudo certo, você está pronta para ir para casa. Eu irei dar baixa nos papéis.

O doutor anuncia o fim da hospedagem de Armstrong no hospital causando na mesma um grande alívio por não ter que ficar neste local nem mais um minuto.

– Haa. - suspira. – Ótimo... eu finalmente posso sair daqui.

– Becky, você só está aqui desde ontem. - Diz Freen que não a deixou sozinha nem por um momento.

– É, bem, eu não quero ficar sentada aqui sentindo esse cheiro de hospital e coisas esterilizadas. Encarando quatro paredes brancas, sendo dopada com medicamentos a cada 4 horas. Enquanto a linha da realidade e da insanidade começam a se borrarem juntas...

Dramatiza, em menos de 24 horas que esteve neste local teve tempo livre o suficiente para pensar nesses tipos de coisas, mas esse não era o real motivo por odiar hospitais.

– Que pena você não estar drogada o suficiente, caso contrário você não estaria reclamando como sempre, filhote. - Fala enquanto mexe com o garfo na comida de Becky, servida na mesa lateral. A cama está dobrada para que a garota se mantenha sentada.

– Quer parar de me chamar dessa maneira? - Franze o cenho e seus lábios se projetam para frente em um biquinho fofo.

– Oh, relaxa. Eu só estou te provocando um pouco. - Estende o garfo com um pedaço de carne espetado nela na altura da boca da outra.

– O que. Você. Está. Fazendo?

– Ajudando você a terminar seu café da manhã.

– Mulher, eu estou machucada e não inválida.

Freen ri. – Estou ciente disso.

– Se você está então-- ummph! - Enquanto fala a comida adentra sua boca de repente. Tomando o talher da mão de Freen, finge irritação com os olhos estreitos. – Ok, obrigada. Eu posso terminar sozinha. - Começa a comer rapidamente. – O quanto antes eu terminar isso, mais rápido nós podemos sair.

– Você está se tornando terrivelmente impaciente.

– Eu só não gosto de ficar acamada dessa maneira.

– Bem, você não vai exatamente fazer mais que isso quando chegarmos em casa.

– Eu prefiro estar no meu quarto do que aqui.

– Não me diga que você tem algum tipo de fobia de hospital.

O talher que trazia mais um pedaço da horrível comida do hospital para a degustação de Becky para no meio do caminho, ficando suspensa no ar, seu olhar paralisa encarando o prato a sua frente, o silêncio reina trazendo lembranças para a acamada. Freen percebe o clima que se estabeleceu, pensando que talvez Becky realmente tenha medo de hospitais tenta se desculpar por brincar com isso.

– Becky... Desculpa. Eu sinto muito se eu--

– Não, não é isso. Eu não tenho medo de hospitais. É só que... não gosto das memórias. - Freen se mantém em silêncio deixando Becky a vontade para compartilhar ou não o assunto com ela. Não a pressionaria a nada que a deixe desconfortável, mas Becky decide continuar. – Minha... esse foi o último lugar que eu vi minha mãe. Eu era muito nova na época...

– Foi... foi por isso que você quis deixar o hospital ontem?

– Sim... é por isso

Freen acaricia o ombro dela confortando-a. – Eu sinto muito, Bec. Se eu soubesse, não teria brigado com você da maneira que fiz noite passada.