first encounters, accidents & other things you can't plan

20. don't give a what

Sábado, 11 de abril de 2022. 12:30h

POV: lia

-Pra falar a verdade, também tenho achado a Yuna meio estranha. Não comentei com você nem com a Ryujin porque não queria preocupá-las, e a Chaery disse que não notou. Mas as duas quase não se veem durante a semana... Ia falar com ela sobre isso na quinta, mas o ensaio acabou muito tarde e não a encontrei no quarto dela, então deixei pra lá. -Digo, tentando não despertar a fúria interna de Yeji ao dizer que não comentei nada com ela.

-Passei a segunda e a terça toda com ela e não notei nada de diferente. Vocês estão exagerando, Yuna está bem.

Olho pra ela do banco do passageiro e vejo em seu rosto uma expressão de dúvida. Sei que no fundo ela está é tentando se convencer de que está realmente tudo bem.

-Bem, seja o que for, hoje vamos descobrir com certeza. -Encerro o assunto.

A casa das gêmeas é mais longe do shopping em que estávamos do que a minha, então a viagem é mais longa. Quando chegamos, descemos do carro e Yeji passa direto do portão da frente.

-Ryujin quebrou o portão ontem. Vamos ter que dar a volta pra entrar pelos fundos. -Ela explica.

A informação me pega de surpresa, e vou andando atrás dela pensando se já sabia que essa casa tem um portão nos fundo ou se é realmente a primeira vez que fico sabendo disso.

Ainda não cheguei a uma conclusão concreta quando Yeji abre o tal portão com uma chave que ela achou embaixo de um vaso. Entramos pela porta da cozinha e começamos a procurar.

-Yuna? -A chamo para que ela não se assuste caso nos veja, mas não tenho resposta.

-Vou olhar nos quartos. -Yeji avisa e começa a subir as escadas. Ela checa o quarto de Yuna primeiro, mas quem a encontra dormindo na cama de Ryujin sou eu.

-Aqui, Yeji.

Yuna está dormindo tão profundamente que nem nossa chegada e Yeji se sentando ao lado dela na cama a fazem se mexer.

-O que está fazendo?! -Yeji exclama.

-Checando se o coração dela está batendo. -Respondo como se fosse óbvio.

-Pare com isso! -Ela diz tirando minha mão de cima de Yuna e me empurrando. Engulo uma risada mesmo sabendo que ela está falando muito sério.

-Fique calma, só estou conferindo! Não é normal uma pessoa ter um sono tão pesado assim!

Ela me olha brava mas não fala nada, silenciosamente admitindo que estou certa.

-Yuna! Yuna, acorda! -Começamos a chamá-la e nada. -Yuna!

Confiro sua temperatura com o dorso da mão.

-Lia, o que está acontecendo?

-Não sei, Yeji. Ela está dormindo. Muito, muito profundamente, mas só. Agora, porque ela está assim, eu realmente não sei.

-Vou chamar uma ambulância. -Ela diz e se levanta da cama.

-Não, espere aí. -Digo segurando seu braço para que ela fique no quarto e me sento onde ela estava. -Ela está respirando normalmente, seu coração está batendo, ela não está quente, suando, tremendo nem nada do tipo. Vá buscar um pouco de água gelada. Se ela não acordar aí veremos se precisa de uma ambulância ou não.

Yeji parece apreensiva. Ela olha pra mim e pra Yuna e então pra mim de novo, até que solta seu braço das minhas mãos e vai buscar o que pedi.

Com ela fora do quarto, tiro a coberta de cima de Yuna e procuro por alguma coisa que explique sua condição. Não demoro a encontrar.