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Sábado, 11 de abril de 2022. 14:50h

POV: autora

Ryujin entra na sala de espera em frente à sala dos professores e um sininho na porta anuncia sua entrada.

-Boa tarde...Ah, é você! -Beomgyu, a única outra pessoa lá dentro, a cumprimenta ao vê-la. -Também recebeu a mensagem?

-Recebi. -Ryujin responde, feliz em encontrá-lo ali. -Estava me perguntando se você também viria.

-Não é como se ainda tivéssemos alguma coisa a perder. -Beomgyu dá de ombros. -Então devíamos pelo menos tentar.

-Exato! Estou disposta a tentar qualquer coisa, mas admito que estou morrendo de medo de não funcionar...

-Nem me fale. Não faço ideia do que vou fazer se não puder aparecer lá na sexta! -Beomgyu concorda com ela.

Eles estão sentados lado a lado em duas cadeiras bem em frente à porta da sala dos professores. Quando a porta se abre e revela a expressão nada amigável da Professora Hoo, Ryujin engole em seco e Beomgyu não consegue não piscar algumas vezes.

-Boa tarde. Agora que os dois estão aqui, podem entrar. -A professora diz e logo se vira para voltar para dentro da sala.

-Você avisou a ela que viria? -Beomgyu sussurra no ouvido de Ryujin. Um calafrio percorre sua nuca e ela quase dá um passo em falso pra frente.

Ela assente negativamente em resposta.

-Então como ela sabia que nós dois viríamos? -Ele sussurra mais uma vez, e Ryujin se vira de frente pra ele para evitar que ele faça isso de novo.

-Não sei. Acho que somos muito previsíveis.

-Venham logo, vocês dois. -A voz da professora preenche o ambiente. -Não tenho o dia todo.

-Boa tarde, professora Hoo. -É Beomgyu quem começa, depois que entram na sala e se sentam. -Acredito que a Sra. saiba porque estamos aqui.

-Ah, é claro que sei. -Ela responde. -E, como gosto de vocês, estou disposta a ouvir seus argumentos. Mas, ainda porque gosto de vocês, acho justo deixar claro desde o início que não iremos mudar de ideia.

Ao ouvi-la falar que gosta deles, Ryujin arregala levemente os olhos. A última coisa que ela poderia imaginar é que a professora diria isso.

-Mas, se não vai mudar de ideia, por que vai nos ouvir? -Ryujin pergunta.

-Porque imagino que vão se sentir melhor sabendo que fizeram tudo que podiam para tentar mudar essa situação. Mesmo que não funcione.

-Mas, professora Hoo, nós fizemos promessas a eles...Como eles irão se sentir se simplesmente não aparecermos lá?

-Dentro desta sala, não é isso que importa. -A professora diz. Ela solta um suspiro, se reclina na cadeira, cruza os braços e continua. -E, sendo sincera com vocês, essas promessas são apenas parte do problema. Vocês são alunos dessa universidade. Estão aqui com o objetivo de se formarem em seus respectivos cursos e seguirem com a vida profissional de vocês. O voluntariado no orfanato por meio do clube de serviços sociais nada mais é do que um meio para um fim. Ou, pelo menos, deveria ser. Mas vocês passaram de todos os limites, mesmo com todos os avisos, tanto meus quanto da diretora Yang. Inúmeras vezes deixamos passar certas atitudes de vocês com a esperança de que vocês perceberiam sozinhos o dano que estavam causando e mudariam de comportamento, mas o episódio de sexta foi a gota d'água. Ryujin, Beomgyu, por favor, entendam o que queremos dizer. A vida daquelas crianças é, por si só, uma das coisas mais cruéis que pode acontecer com um ser humano. Eles não têm família, e provavelmente nunca vão ter. E, infelizmente, essa é uma realidade que eles são forçados a aceitar. Mas o envolvimento de vocês, que a muito tempo deixaram de ser apenas voluntários esporádicos como os outros alunos, deu a eles a esperança de algo além da realidade deles. De que, de alguma forma, por terem vocês, eles são diferentes das outras crianças de lá. E nada disso é verdade, e não é justo com eles que vocês permitam que eles se sintam assim.

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⏰ Última atualização: Mar 11 ⏰

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