Capítulo 16

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Eu não deveria me sentir boba

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Eu não deveria me sentir boba... deveria?

Mas quem eu estava querendo enganar? Eu estava boba pra caramba!

Oh... Deus! Eu nunca tinha ganhado flores na minha vida.

Coloco as rosas vermelhas num vaso de flor branco, depois de tê-lo enchido de água. Deixei bem ali, de enfeite na minha penteadeira. Eu sempre amei flores, graças a minha mãe. Sempre vi ela ganhar buquês do meu pai e eu nunca conseguia compreender a felicidade que ela tinha ao recebê-los, mas agora eu entendia.

Me joguei na cama, balançando as pernas.

Eu sei que foi uma brincadeirinha. Quer dizer... namorados? Eu não sei nem se ao menos somos amigos. E foi somente para ajudar a velhinha. Foi um gesto bonito e eu simplesmente aceitei.

Peguei uma almofada, colocando-a atrás da cabeça, pensativa.

Será que Caden já deu flores para alguma garota de uma maneira amorosa? Ou melhor, será que ele já namorou?

Mordi o polegar. Ele era mesmo uma caixinha de segredos que eu não sabia decifrar.

Suspirei, olhando para o pequeno lustre de vidro que enfeitava o teto do meu quarto. Batidas ecoaram na porta e eu me sentei rapidamente. Ela se abriu e meu pai apareceu na pequena fresta.

— Posso entrar? – ele pediu.

Meu coração automaticamente apertou. Hoje eu cheguei em casa e, pela primeira vez, subi para o meu quarto sem sequer falar com os meus pais e meus irmãos. Parecíamos estranhos que dividiam a mesma casa. Eu não sabia se ainda estava magoada, mas sabia que eu tinha o direito de estar assim.

— Sim. – eu disse, segundos depois.

Meu pai entrou no meu quarto de maneira receosa, sem saber o que dizer ou por onde começar. Eu apenas desviei o olhar do seu.

— Pensei que estivesse dormindo.

— Eu já estava me preparando para dormir – foi o que respondi.

Ele andou até a minha cama e se sentou no cantinho dela, de costas para mim.

— Eu pensei muito no que você disse – diz, calmamente.

— No que? – questionei, encarando-o.

— Sobre você querer trancar a faculdade. Sobre procurar outro emprego. Sobre Sebastian nunca ter ajudado nos custos do tratamento da sua mãe. Sobre... – suspirou pesadamente.

Abracei meus joelhos e fiquei em silêncio. Vários nós estavam na minha garganta naquele momento. Meu pai também ficou quieto por alguns minutos e eu percebi que aquilo estava sendo tão difícil para ele quanto para mim.

— Eu só queria dizer que sinto muito por ter falado aquelas coisas para você – disse, por fim.

Mordi o interior da minha bochecha com força.

Eu Odeio Romeu e JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora