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A sensação de sufocamento tomou conta dele quando ouviu Snape anunciar que havia terminado o projeto. Tudo por ele mesmo. Harry não precisava ficar vagando por seu mundo diferente e James não precisava ficar em Hogwarts por semanas desembrulhando presentes chatos que eram enviados por seus pais e sentindo falta de comer a torta de abóbora especial de sua mãe.

Doeu em James quando ele pensou na razão pela qual Snape estava tão ansioso para acabar com tudo isso; uma parte dele raciocinava que Snape gostava de Harry, o que era tão raro, já que o sonserino não era do tipo que se impressionava facilmente, e outro motivo terrível era que Snape não queria estar perto dele.

Isso não poderia ser verdade. Certo...? Snape retribuiu o abraço naquela noite, o calor genuíno ainda envolvia James. Mesmo assim, James sabia que não foi perdoado pelo que fez. É certo que ele ainda não tinha se desculpado em palavras. Ele simplesmente ficou com medo. Que nada grifinório da parte dele. Expressar seu remorso não foi tão difícil, mas a reação de Snape era o que ele temia. James precisava de tempo.

Irritado, a ansiedade o incomodava porque não teria desculpa para estar perto do Sonserino. Era muito cedo para acabar com tudo isso, e James não havia demonstrado nenhum esforço nem pelo projeto, nem pelo menos pelo seu lado apologético.

"Eu consegui." O sonserino sorriu para Harry e James, mostrando-lhes o pó dourado e brilhante no fundo do caldeirão e o relógio intacto.

Ele parecia sem dúvida exausto, olheiras apareceram sob seus olhos ônix. Não é à toa que ele sempre parecia preguiçoso e cochilava durante as aulas ultimamente, o Sonserino nunca foi assim. Seus olhos ônix estavam sempre grudados nos professores, mãos pálidas sempre se contorcendo em seu caderno durante as aulas.

E não, o hobby de James não era observar o sonserino. Ele o observou caso ele cometesse algo fora da paz.

"Você conseguiu, Severus!!" O jovem grifinório correu até seu pai e o abraçou. "Obrigado."

"Como você pode fazer aquilo?" James perguntou, tentando fingir sua felicidade.

O que agora? Depois eles voltaram ao normal? Ignorando e atormentando um ao outro como antes? E o abraço naquela noite?

"Bem, eu li alguns livros avançados de transfiguração e experimentei sozinho." Ele disse com orgulho. "Vamos fazer isso, Harry."

"Você é um génio." Harry sorriu feliz e colocou a corrente de prata em volta do pescoço.

"Passei a noite inteira experimentando o feitiço e medindo a areia." Snape mandou uma mensagem para seu ombro. “Eu fiz minha hipótese muito bem, tenho certeza de que funcionará.”

James sabia que sim. Da pilha de livros da biblioteca ele nunca havia tocado ou visto o título em toda a sua vida escolar e não sabia que eles existiam, estavam abertos no chão com pequenas anotações rabiscadas e pergaminhos espalhados. Aquelas mãos pálidas estavam todas machucadas pelas queimaduras e arranhões, e cobertas com vários bandagens. Pó dourado espalhou-se por todas as unhas e dedos rombos. Essas mãos habilidosas devem ser tão insensíveis quanto as dele devido às queimaduras e acidentes durante a sessão de poção.

Admirável, ele pensou, mas não aprovaria o que Snape fez consigo mesmo. Só porque Harry estava em uma situação complicada e queria tanto viajar para o futuro, para o seu tempo presente, não significava que Snape pudesse literalmente trabalhar com os dedos até os ossos. Definitivamente funcionou com toda a sua diligência e grande esforço até que ele ficou com os dedos machucados como se Harry fosse alguém tão especial para ele.

Não tão simpático quanto pensava que era com Snape, mas o Grifinório queria consertar aquelas mãos e remendá-las com um feitiço de cura adequado. Era estranho para James possuir esse tipo de sentimento, especialmente por seu rival. Mas começou a se desenvolver gradual e involuntariamente em sua mente.

Minha atenção para você, mesmo que não seja o que você precisa ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora