Em meio a tanta maldade ainda tem quem se salva

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Sakura Haruno

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Sakura Haruno

Ela estava lavando os últimos pratos quando ouviu, lá dentro do quarto, o celular recebendo mais uma mensagem. Já desconfiava quem era o destinatário.

Sasori Akasuna, o cara que alugou um triplex na sua cabeça nos últimos dias.

Ele é um traficante mas, mesmo assim, aqui está ela: cogitando a possibilidade de responder às suas mensagens e encontrá-lo de novo. Apesar de tudo, Sakura não acredita que ele seja uma pessoa ruim. Pelo contrário, ela passou todo esse tempo refletindo e Sasori parece um cara muito legal.

Foi muito simpático com a atendente do bar, perguntou se poderia fumar, deixou que ela dançasse e não demonstrou ciúme nem uma vez sequer. Além disso, não se importou se ela fez bagunça comendo o podrão, nem pediu para ela parar de beber. Até mesmo abriu a porta do carro para ela, como um cavalheiro do século 20 ou algo assim.

Sakura terminou de equilibrar os pratos no escorredor de louça e virou-se para a sala, onde o pai e a mãe assistiam televisão. A luz fraca destacava a silhueta deles no sofá, concentrados na novela que piscava na tela.

A mãe, ao notar sua presença, virou-se para ela. "Sakura, tu já fez a rematrícula na escola? Tem prazo, se tu perder o prazo, sabe que perde a vaga, né."

Sakura soltou um suspiro resignado. "Sim, mãe, já fiz a matrícula na escola. Essa foi a primeira coisa que eu fiz quando abriram as inscrições", disse com uma pitada de impaciência na voz.

Ela não suporta quando a mãe tenta ensiná-la ou avisá-la de algo que já sabe. Ela se sentia uma eterna criança, onde seus esforços nunca seriam o suficiente para ser reconhecida como uma pessoa em crescimento. Era quase uma adulta, pelo amor de Deus. Mesmo diante da notícia de suas boas notas, era como se eles a tivessem parabenizado por algo que deveria ser corriqueiro, como amarrar os sapatos, como se suas conquistas acadêmicas fossem eventos triviais e não importasse realmente.

"Hum, tá bem. Ano que vem tu vai ver como as coisas serão realmente difíceis."

"Sim, mãe, eu sei. Sou inteligente, tirei 10 em praticamente todas as matérias", Sakura tentou lembrá-la, enquanto revirava os olhos de maneira quase audível. Não podia evitar.

A senhora Kizashi, ao invés de se impressionar, diminuiu o sorriso. "Eu tenho muitas coisas a te ensinar ainda, minha filha."

"Mãe, eu sou boa nisso. Não precisa se preocupar tanto", a tentativa de se valorizar escorregou por seus lábios, junto com um pequeno sorriso.

"Tu vai ver como o terceiro ano é", a mãe permaneceu séria. "Terá que estudar muito mais do que agora."

O sorriso de Sakura, que inicialmente apareceu como um reflexo de orgulho, desvaneceu, os ombros também caíram lentamente. Era uma dança familiar de autoestima – esses momentos eram como uma ferida constante na sua vida. Cada esforço extra, cada nota alta, parecia encontrar um eco surdo em seus pais. Essa indiferença a entristecia mas, mesmo assim, buscava constantemente o mínimo de validação, que nunca vinha.

(Arco 1) Vício Carioca: RaízesOnde histórias criam vida. Descubra agora